A Teoria da Comunicação
Por: mmrldp • 15/6/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 1.192 Palavras (5 Páginas) • 277 Visualizações
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TEORIA DA COMUNICAÇÃO
Dissertação Argumentativa[pic 2]
A foto do “Rebelde Desconhecido” , foi tirada em 1989 durante os protestos na Praça da Paz Celestial em Pequim. As manifestações eram movidas pela insatisfação pública para com o Partido Comunista, que governada de maneira opressora e corrupta, influenciando fatores sociais e econômicos. Embora as manifestações tivessem a intenção se ser pacíficas, o Governo decidiu confrontá-las violentamente. A imagem perpetua o momento em que um homem, que até hoje não tem sua identidade revelada, se posicionou pacificamente em frente a uma fileira de tanques do exército chinês, a fim de pará-los.
Ao primeiro momento, é possível identificar identificar uma fileira de tanques e um homem com uma blusa branca parado em frente a eles. Na secundidade, percebe-se um provável conflito entre Governo e população, junto com um desespero vindo do povo chinês. Entretanto, analisando mais a fundo, compreende-se que a foto representa a luta dos chineses; o estopim para o fim dos massacres. Inclusive, a blusa branca utilizada pelo homem, embora não com essa intenção, traz a ideia da busca pela paz, o que faz até mesmo aqueles não envolvidos no embate, se identificarem e simpatizarem com a luta e com o “rebelde desconhecido”.
O texto “Semiótica e Cultura dos Meios” de José Eugenio de O. Menezes, cita o semioticista tcheco Ivan Bystrina, que diz que a imagem não tem apenas a função de comunicar, mas também a função emotiva e expressiva, sendo assim, não apenas um signo, mas um signo com sentindo. A princípio, pode-se inferir a foto do homem em frente aos tanques como um signo icônico, na qual é possível começar a entender a situação que os manifestantes estavam passando; a luta entre Governo e população.
Todavia, ela passa a ser considerada um signo índice, uma vez que o branco remete a paz, e a partir do momento que o cidadão da foto encontra-se com a blusa da mesma cor. Além disso, no momento em que ele se encontra em frente a tanques, que remetem a guerra, constata-se um embate de guerra versus paz.
Os signos codificados na foto fazem parte da percepção de objetos em torno da sociedade, que, de algum modo, possuem um sentido presente na mente; estudos da fenomenologia.
A semiótica é uma ferramenta que possibilita a compreensão das práticas midiáticas. No caso da foto, entende-se que a maneira pela qual ela foi divulgada, foi uma forma de mostrar ao mundo parte do que estava acontecendo em território chinês. Dessa maneira, a mídia possibilitou o contato do conflito para o resto do globo, abrindo também o espaço para que a sociedade se apropria-se da foto como um símbolo, simpatizando pela causa, mesmo que a desconhecendo.
Stuart Hall, um teórico cultural, abriu espaço, por meio Estudos Culturais, para a compreensão de que, só é possível analisar a recepção midiática através do cenário cultural em que cada sociedade está inserida. Ou seja, cada grupo social, que deixa seu papel de objeto antropológico e começa a ser vistos como manifestações culturais, responderão as recepções de acordo com a cultura a qual estão inseridos; não é possível dissociar cultura de sociedade, um signo precisa da perspectiva cultural para ser icônico.
De acordo com os Estudos Culturais, já que não se pode separar a recepção midiática da cultura da sociedade, temos a chamada “leitura preferencial”. Essa consiste na pouca margem de abertura para interpretações, apresentando a mensagem como algo natural com a finalidade de garantir que o receptor faça a leitura que lhe foi especificada, reduzindo seu compromisso com a mensagem midiática.
Analisando a fotografia do “rebelde desconhecido” através dos Estudos Culturais de Stuart Hall, pode-se interpretar que a mensagem transmitida foi a de um conflito chinês. Entretanto, a recebida é o elemento principal, uma vez que foi graças a ela que o conflito ganhou proporções internacionais. O homem sem identidade conseguiu representar todos os manifestantes, que gritavam por paz.
Outra maneira de discutirmos a teoria social é observando que as velhas identidades, que antes estabilizavam o mundo social, estão em declínio, acarretando no surgimento de novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, causando uma “crise de identidade”. Paisagens culturais, gêneros, sexualidade, etnia, raça e nacionalidade, que antes forneciam firmes localizações no individuo social, agora também estão em declínio.
A sociedade moderna esta em mudança constante e permanente, e esta faz com que as pratica sociais sejam constantemente examinadas e se tornam a “luz” das informações recebidas. Segundo Anthony Giddens, um dos motivos para o ritmo acelerado de mudança é a globalização, que conectando diferentes áreas do globo gerando uma interconexão, cria ondas de transformação social que atingem “virtualmente toda a superfície da terra”.
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