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ARTIGO ARGUMENTATIVO SOBRE A MANIPULAÇÃO NO DISCURSO RELIGIOSO

Por:   •  20/6/2016  •  Artigo  •  1.607 Palavras (7 Páginas)  •  402 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS CAMPUS III – DCH III

COMUNICAÇÃO SOCIAL / JORNALISMO EM MULTIMEIOS

AMANDA FERNANDES ROCHA

LEONARDO TEIXEIRA PEREIRA

LUÍSA MATOS BARRETTO

ARTIGO ARGUMENTATIVO SOBRE

A MANIPULAÇÃO NO DISCURSO RELIGIOSO

JUAZEIRO - BA

JUNHO 2014

AMANDA FERNANDES ROCHA

LEONARDO TEIXEIRA PEREIRA

LUÍSA MATOS BARRETTO

ARTIGO ARGUMENTATIVO SOBRE

A MANIPULAÇÃO NO DISCURSO RELIGIOSO

Trabalho solicitado pela professora Gislene do componente curricular de Teoria da Comunicação como forma de avaliação dos alunos do segundo período de Comunicação Social.

JUAZEIRO - BA

JUNHO 2014

Resumo: O discurso religioso é, sem dúvida, um interessante produto de interações sociais no qual o processo de manipulação pode ser ferramenta importante. Fundamentado nesse princípio, neste artigo, objetiva-se discutir especificamente o discurso produzido pelas igrejas evangélicas, com foco no mecanismo de manipulação baseada na teoria funcionalista dos meios de comunicação.

Palavras-chave: Autoritarismo. Discurso. Manipulação.

  1. Introdução

O discurso religioso tem sido objeto de estudo de várias áreas do conhecimento, em razão de sua complexidade e à sua presença marcante em nossa sociedade. Os meios de comunicação, através dos vários instrumentos teóricos e metodológicos, também contribuem muito para esclarecer o funcionamento desse discurso manipulador, analisando a forma como é construído.

Para discutir os aspectos do discurso religioso, levemos em consideração o discurso que permeia uma consulta médica, onde há um momento em que a voz do médico “deve” ser ouvida e aceita, pois é tida como a “detentora” de um saber, cabendo ao paciente aceitá-la por não dominar a linguagem e os procedimentos médicos. Com esse exemplo de interação entre interlocutor/ouvinte (no caso da religião, pastor/fiéis), fica claro como os meios de comunicação utilizados pelos líderes religiosos (TV, rádio e jornal) chega a ser tão ou igualmente importante para sua disseminação quanto as pregações proferidas na igreja.[pic 2]

Odiscursoreligiosoéexemplodemanifestaçãoemqueocorre a predominância do mecanismo do autoritarismo discursivo. Ele chega a tal grau de requinte que o anunciador não pode ser questionado ou analisado. A voz de Deus moldará todas as outras vozes, inclusive a daquele que fala em seu nome: o pastor. A utilização da TV é outra forma de abafar qualquer manifesto partido de seus telespectadores/ouvintes.                                                                                                  

O ponto crucial do discurso autoritário é que, enquanto em alguns discursos se abre a possibilidade para que haja a troca no processo comunicativo, no discurso religioso essa reversão é muito restrita (ou totalmente impossível), pois quem fala é sempre a voz de Deus por meio de seus representantes devidamente autorizados – o Papa,

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os padres e os pastores –, não havendo, nesse caso, interação real com o sujeito central do discurso religioso que é Deus. Dessa forma, podemos definir o discurso religioso de acordo com o seguinte esquema comunicativo:

(A) DEUS (sujeito central do discurso religioso cristão) = (B) PASTOR/PADRE (responsáveis pela transmissão do discurso de (A) = (C) POVO/FIEL (apenas um receptor do discurso de B).

Quadro 1

O problema que há em se fazer porta-voz de Deus é justamente a forma como (B) transmite a (C) o que (A) propõe. O autoritarismo presente no discurso religioso pode ainda ser apoiado pela instauração de um desnivelamento entre o sujeito central Deus e os destinatários desse discurso (o povo/fiel), ambos situados em planos diferentes:

DEUS (PLANO ESPIRITUAL),

portanto,

Imortal

Eterno

Todo-poderoso

POVO/FIEL (PLANO MORTAL),

portanto,

Mortal

 Efêmero

Dotado de poder relativo

Quadro 2

O fiel – mortal, efêmero, falível e de poder relativo – possui dois caminhos: ou segue as doutrinas pregadas pelos intermediadores de Deus em troca de uma “salvação”, ou adota um regime de vida desvinculado das ideologias divinas pregadas pelos representantes devidamente “autorizados”, cometendo, dessa forma, “pecados”. O que move o fiel para a salvação é a fé, condição fundamental para alcançar o que foi prometido por Deus e ratificado pelos seus porta-vozes aqui na terra.

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Portanto, podemos sugerir que a ideologia do discurso religioso cristão sustenta-se nas oposições: plano espiritual versus plano mortal; salvação versus castigo; fé versus pecado. Se, por um lado, em meio ao discurso religioso existe a mistificação que envolve o pecado, recoberto figurativamente pela imagem do diabo, do inferno, por exemplo, como elemento intimidador muito forte que produz impacto considerável na crença de boa parte da sociedade de costumes e de posições tradicionais, por outro, há a salvação, recoberta pela figura do céu e da recompensa divina, que constitui uma estimulante tentação para que os fiéis nunca abandonem as doutrinas pregadas.

Seja como for, deparamo-nos sempre com questões que envolvem a forma como os representantes das instituições religiosas falam sobre Deus para os fiéis, que se mostram, em muitos casos, completamente vulneráveis a formas de manipulação. Seja por meio de tentações, intimidações, provocações ou seduções, ou de todas elas mescladas num único discurso, sempre manipulamos a linguagem e, conseqüentemente, tentamos manipular o interlocutor para atingir nossos objetivos.

No discurso religioso, tentação e intimidação parecem ter sido, durante muito tempo, as formas de manipulação dominantes. Tentadora porque, agindo da forma como a doutrina cristã é pregada pelos representantes das igrejas, os fiéis podem alcançar o reino dos céus, e intimidadora porque a não-aceitação do que lhes é pregado conduz a alma humana ao castigo, ao inferno. Contudo, em se tratando do discurso dos representantes das igrejas evangélicas, as estratégias de manipulação por tentação e sedução se destacam muito mais, pois intimidar o fiel é uma prática que pode afastá-lo. É muito mais vantajoso destacar o que o fiel pode conquistar de bom para sua vida do que lhe mostrar sempre as portas do inferno. Abrindo um parêntese, podemos chamar atenção aqui para um fato curioso: enquanto muitas religiões pregam o amor e a harmonia, a igreja evangélica sempre cita a riqueza que você irá adquirir. O carro do ano, a casa sonhada... Citam mais o demônio (e suas possessões) que Deus, e curam doenças gravíssimas com uma toalha molhada com o suor do próprio pastor. Tudo isso é transmitido ao vivo, seja por um canal de TV exclusivo da igreja, ou seja, por um canal com tendências evangélicas; o fato é que nenhuma cura ou exorcismo é praticado sem que seja televisionado ou divulgado de fiéis para fiéis.

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