Cinema Clássico e Nouvelle vague
Por: YahOliveira • 7/6/2015 • Dissertação • 1.304 Palavras (6 Páginas) • 263 Visualizações
Casablanca
“Nós sempre teremos Paris”
Casablanca é “o mais popular e amado filme da América - e justifica-se”, é isso que o The Motion Picture Guide diz sobre Casablanca, um clássico Hollywoodiano de 1942, e um dos filmes mais importantes da história de sua produtora, a Warner Bros.
Tendo a Segunda Grande Guerra como pano de fundo, Casablanca conta a história de Rick (Humphrey Bogart), que é dono de um bar na cidade marroquina que dá nome ao filme, ele é um personagem imparcial, que se mantém distante de discussões políticas da Guerra, o que faz de seu bar um lugar harmônico. Mas toda essa harmonia entre em crise com a chegada de Ilsa ( Ingrid Bergman), um amor passado de Rick, que pede sua ajuda para ela e seu marido Victor, saírem da Europa e irem para os E.U.A, e assim se cria o dilema do personagem “Se ajudá-los, como ele vai continuar a luta contra os nazistas?”
Apenas nesse resumo já pode se ver claramente o famoso melodrama clássico, onde o mocinho e a mocinha lutam contra forças que os impedem de alcançarem seu objetivo. Mas não só de roteiro é feito o cinema clássico, para acentuar o gênero a trilha sonora, cada plano e ângulo de câmera, são trabalhados de maneira precisa. Sendo assim, nada melhor do que um lento travelling de aproximação no casal para deixar a cena ainda mais romântica, ou um primeiro plano na belíssima Ingrid Bergman, para (além de evidenciar a beleza da mocinha) mostrar a profundidade de sua nostalgia naquele momento, enquanto claro, uma música suave e triste toca ao fundo.
Mesmo com todo esse cuidado, o diretor não ganha o devido reconhecimento, é claro que hoje em dia Michael Curtiz é um nome conhecido e importante para os amantes do cinema, mas em 1942 tínhamos os famosos Star System e Studio System, que fazem com que, ainda hoje, ao ouvir o título “Casablanca” pensemos em Humphrey Bogart, Ingrid Bergman e na Warner Bros.
Mas uma coisa é certa, não importa de qual geração você é, Casablanca sempre estará em uma das suas conversas sobre cinema, esse filme criou clichês, e mesmo com a repetição de seus métodos no cinema americano, ele consegue estar lado a lado de filmes contemporâneos, sem deixar sua identidade para traz. E a prova disso é a fracassada versão colorida de “50 anos de Casablanca”, onde os fãs do longa exigiram que a Warner remasterizasse o filme em sua cor natural.
Acossado
"Informantes informam, ladrões ladram, assassinos assassinam, amantes amam."
De 1960 o Acossado foi um dos primeiros e mais importantes filmes da “Nouvelle Vague” um movimento cinematográfico que previa romper a narrativa clássica hollywoodiana.
Esse movimento surgiu de uma das revistas de cinema mais importantes da história, a francesa “Cahiers du Cinema” criada por Andre Bazin, que prezava a visão séria dessa linguagem. No século XX os aparelhos usados na produção de um filme ficaram mais baratos, o que fez vários críticos dessa famosa revista virarem diretores.
E dois dos nomes mais importantes do movimento saíram da Cahiers. François Truffaut e Jean Luc-Godard são alguns dos cineastas mais importantes do século XX (se não OS mais importantes), e assim pode-se entender o sucesso de o “Acossado”, onde os dois nomes estavam envolvidos, ainda que Truffaut tenha apenas ajudado na história.
Com roteiro e direção de Godard o “Acossado” abre alas àquilo que conhecemos como “cinema de autor”, um contraponto à “ditadura dos produtores” de Hollywood.
O filme conta a história de um ladrão que em seu caminho para Paris em um carro roubado, acaba matando um policial. Já em Paris ele tenta convencer a sua namorada a fugir com ele para Roma.
Vista assim história parece ser simples, sem reservar surpresas. Mas é a montagem dela que faz esse filme dividir opiniões. A começar pela primeira cena, onde o ator quebra o que no teatro chama-se “quarta parede”, e conversa diretamente com a câmera, denunciando a presença do equipamento.
O “Jump Cut” é um dos elementos mais interessantes que é usado na primeira cena, e se estende por todo o filme, que é basicamente o uso de cortes rápido, onde os atores mudam de posição mas o cenário continua o mesmo, parecido com a técnica usada de por Méliès, ou ainda que os vloguers usam hoje em dia.
O uso dessa técnica faz com as elipses de tempo fiquem um tanto confusa, pois em algumas cenas não sabemos se houve o corte de todo um diálogo, ou apenas de um movimento de dois segundos. Essa fragmentação faz com que o espectador esteja sempre atento ao filme, pois sempre se pode perder algo da narrativa (mesmo que com tanta atenção ainda pareça com que você tenha perdido alguma coisa).
Uma curiosidade sobre o filme é que o roteiro era escrito durante as gravações, que duraram um mês, estão seguimos a evolução gradual do personagem
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