Congelamento da pirâmide visual - O Imigrante
Por: Larissa Tavares • 7/9/2018 • Trabalho acadêmico • 605 Palavras (3 Páginas) • 190 Visualizações
1. Congelamento da pirâmide visual - O Imigrante
Por meio do congelamento da pirâmide visual, a posição de Chaplin na primeira cena do filme, dá entender que Carlitos está debruçado para fora do barco sentindo enjoo. Mas após tremores desengonçados, a personagem se volta para a câmera e vemos o que estava acontecendo: ele pescava. “A descoberta que fazemos no momento em que ele se vira não é construída sobre a situação pura, mas sim sobre uma situação fílmica, já que ela só funciona porque foi utilizada uma propriedade particular da técnica cinematográfica como meio para atingir aquele efeito”.
2. Achatamento da noção de profundidade – Terra em Transe
Aproveitando do achatamento da profundidade de campo da imagem cinematográfica 2D, Glauber Rocha representa de tal forma um debate entre marido e mulher a respeito da religião que ele parece um gigante e ela um ser pequenino. Evidentemente, a atriz se encontra muito mais distante da câmera do que o ator. Porém a falta de noção de profundidade típica da imagem 2D faz desaparecer esta informação visual que o fato de termos dois olhos nos faria perceber se estivéssemos no ambiente dos atores. O “mono-olho” cinematográfico apaga a profundidade estereoscópica e possibilita a utilização deste recurso, utilizado no passado com fartura pela ficção científica em filmes e séries como Terra de Gigantes
3. Expressividade das cores e da iluminação – Fausto
A expressividade de cores e sombras foi a grande arte do cinema expressionista, em Fausto (1926), Murnau anuncia a chegada da peste negra sobre a cidade fazendo a capa de Mefisto lançar sombra sobre uma maquete representando a localidade. O ambiente vai se tornando escuro. E se sucedem cenas que mostram gente a morrer pelas ruas. Ao contrário do mundo em que vemos, a iluminação cinematográfica é uma verdadeira arte capaz de transformar totalmente o clima de uma narrativa.
4. Controle das bordas da imagem e do tamanho do objeto na tela - Cameraman
O recorte do quadro cinematográfico é a quarta arte anunciada por Arnheim, de tal complexidade que vai fomentar o desenvolvimento de toda uma arte de utilização do extracampo cinematográfico, tão importante para o cinema de suspense. Buster Keaton, em Cameraman (1928), se apaixona por uma funcionária de um serviço de filmagem de documentários. A cena mostra a sala vazia da empresa no horário anterior à chegada dos funcionários, somente uma faxineira trata dos últimos ajustes antes do início do trabalho. Então a câmera faz uma movimentação para a direita, e agora passamos a ver na tela, num canto antes ocultado pelo fim do quadro, o banco onde Keaton já espera pela moça antes que qualquer funcionário tenha chegado.
5. Quebra da continuidade de espaço e tempo – Outubro
Exemplo clássico da força da montagem são os três leões de pedra filmados por Eisenstein em Outubro (1927), “Primeira estátua: um leão deitado. Segunda: um leão sentado. Terceira: um leão de pé que ruge e parece irritado. É obtida, então, uma impressão muito forte, por intermédio desta montagem, de que a pedra ganhou vida”. E decorre daí a força da montagem intelectual.
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