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O DESFIO DA PEQUENA RÁDIO SUCESSO, FRENTE ÀS PODEROSAS GAÚCHA E GUAÍBA, NÃO RÁDIO ESPORTIVO DE PORTO ALEGRE, EM 1984

Por:   •  15/5/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.048 Palavras (9 Páginas)  •  163 Visualizações

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O DESAFIO DA PEQUENA RÁDIO SUCESSO, FRENTE ÀS PODEROSAS GAÚCHA E GUAÍBA, NO RÁDIO ESPORTIVO DE PORTO ALEGRE, EM 1984

                                                      Cristiane Silveira Vieira¹

  1. INTRODUÇÃO

           Este trabalho tem como objetivo realizar um resumo do capítulo: “O desafio da pequena Rádio Sucesso, frente às poderosas Gaúcha e Guaíba, no rádio esportivo de Porto Alegre, em 1984” do autor Sergio Endler, no livro: “Rádio em Portugal e no Brasil: trajetória e cenários”.

           Através da leitura do referido artigo, o professor Sérgio Endler buscará estabelecer apontamentos sobre a experiência profissional e humana da Rádio Sucesso AM, que desde o surgimento, encontra-se localizada entre duas potências, a Rádio Guaíba e Rádio Gaúcha AM.

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  ¹Estudante de Relações Públicas da Unisinos

               No primeiro parágrafo do texto, o autor Sérgio Endler nos traz os momentos de modificações marcantes na história do radiojornalismo na década de 1980 e frisa que o radiojarnalismo esportivo, considerado componente fundamental na grade de programação das grandes emissoras AM, seguiu a mesma lógica de mudanças. Endler nos relata a trajetória do crescimento da Rádio Gaúcha, quanto a contratação de renomados radialistas e o aumento da audiência e, como consequência, o declínio da Rádio Guaíba, a perda de renomados profissionais para concorrência e enfrentamento de um ambiente corporativo hostil, prejudicando a imagem da Rádio. Endler, ainda, nos informa que a Rádio Sucesso AM, de Porto Alegre, nasce em um cenário de mudanças importantes, onde os movimentos civis Diretas Já, eleições e a morte do presidente Trancredo Neves movimentavam o radiojornalismo no país.

            A Rádio Guaíba pertencia a empresa Jornalística Caldas Junior, atualmente adquirida pela Rede Record; e a Rádio Gaúcha AM, era vinculada a Rede Brasil Sul, hoje denominada Grupo RBS. O autor afirma que em 1980, a empresa Caldas Junior, até então hegemônica no mercado de mídias gaúcho, começa a perder espaços significativos para a Rede Brasil. O fenômeno maior da perda de hegemonia da EJCJ (e, logo, também, da Rádio Guaíba) é ocasionado por diferentes lógicas e episódios, ao mesmo tempo, mercadológicos, concorrenciais, tecnológicos, políticos e profissionais. Para Endler, o declínio da EJCJ se iniciou no momento em que a TV Guaíba (Canal 2, no Rio Grande do Sul), optou por estratégia de autonomia e independência em relação as redes nacionais, uma decisão política empresarial desastrosa, que provocou a inviabilização comercial e operacional do Canal 2. Diante dessa inviabilização, Endler relata que o insucesso da TV Guaíba provocou abalos na infra-estrutura e sustentação econômica da EJCJ, que se acumulavam em dívidas crescente e diária. A este conjunto de dificuldades, somavam-se a carência por falta ou perda de contratos, junto ao mercado publicitário de anunciantes no Canal 2. Por outro lado, o Grupo RBS, principal concorrente da EJCJ, firmava acordo com a Rede Globo, e tornava o canal 12 rentável e atraente aos anunciantes locais e nacionais.                                 Os erros administrativos, políticos e gerenciais afetavam também o futuro dos jornais impressos da EJCJ, e as dívidas da TV Guaíba logo se somaram com as dívidas dos jornais impressos, colocando em risco a sobrevivência de todos os produtos jornalísticos da empresa. Enquanto isso, a RBS crescia através da TV Gaúcha e buscava de modo incessante alavancar o crescimento do jornal Zero Hora. O Correio do Povo, até então imbatível, perde milhares de leitores e assinantes para as estratégias comerciais e industriais modernizantes de Zero Hora. Endler ressalta que, por diferentes motivos, desde a crise gerencial até questões editoriais e de política jornalística específica, toda a Empresa Jornalística Caldas Junior passa a enfrentar percalços e perdas nunca antes existentes. A crise atinge, também, a Rádio Guaíba, que era a emissora de elevado padrão na produção jornalística. Dessa forma, profissionais renomados e produtos de qualidade são contratados pela RBS para se posicionarem à frente da Rádio Gaúcha. O marco histórico de ultrapassagem da programação da Rádio Gaúcha, em superação à antiga potência da Rádio Guaíba, ocorre na Copa do Mundo de 1982, realizada na Espanha.

              Na copa anterior, em 1978, o autor Sérgio Endler relata que a Rádio Gaúcha já contratava novos nomes, muitos deles, ex-universitários do curso de jornalismo. Já contava com o programa Sala de Redação, hoje consagrado como o mais antigo programa de debates esportivos do rádio gaúcho. A Rádio Gaúcha, também motivada pela ascensão do jornal Zero Hora e da RBS TV, como resultado de ações de mídias integradas, começa a obter melhores índices de audiências em diferentes horários, superando a programação esportiva da Rádio Guaíba.

                A Rádio Guaíba, da EJCJ, começa a vivenciar uma crise pela saída de nomes consagrados e o consequente desgaste do seu renomado padrão de qualidade. A Gaúcha, por sua vez, passa a vivenciar uma crise de relacionamento profissional entre os antigos colaboradores da emissora e os novos integrantes da equipe esportivo, os “guaibeiros”. Alguns dos antigos adversários no dial tornam-se adversários internos, todos em disputa de espaço dos microfones e estúdios da Rádio Gaúcha. Segundo Endler, essa disputa interna por espaço profissional na Rádio Gaúcha e o declínio da Rádio Gauíba, alimenta o sonho de uma nova e terceira via de trabalho para os radialistas em atuação em Porto Alegre. Almejava-se a criação de um novo espaço profissional que comportasse o trabalho de profissionais saídos da Gaúcha e da Guaíba. As rádios Gaúcha e Guaíba passavam a exibir duas grades de programações praticamente idênticas, ambas rivalizando no melhor desenvolvimento do modelo talk and news. Crescia a disputa entre as duas emissoras rivais e aumentavam os descontentamentos no ambiente profissional dos antigos colaboradores da Rádio Gaúcha.

             Alguns integrantes da Equipe de Esportes da Rádio Gaúcha, passaram a realizar reuniões de planejamento, em busca de novo espaço e alternativa profissional. As características principais do Show dos Esportes, após a Copa do Mundo de 1982, passam a ser questionadas, censuradas ou suspensas, em consequência do processo geral de transformação da Gaúcha, que buscava implantar uma linha editorial cada vez mais semelhante à da Rádio Guaíba. Do descontentamento inicial, os integrantes do Show dos Esportes decidem criar uma empresa para atuação. Nasce, assim, a Nosso Time Promoções Ltda. A Nosso Time, originária do Show dos Esportes, será corresponsável pela contratação de cerca de 55 profissionais, em parceria com os proprietários da Rádio Sucesso, durante a experiência que dura cerca de um ano, a contar de junho de 1984.

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