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O Desporto Como Grande Espetáculo

Por:   •  3/2/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.527 Palavras (7 Páginas)  •  291 Visualizações

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O desporto como grande espectáculo

Se existe hoje em dia actividade que tem um grande impacto na vida económica e social é o desporto. O sector movimenta verbas astronómicas e tem uma importância e visibilidade mediática, como mais nenhuma outra área económica possui na sociedade contemporânea.

Nenhum país nem nenhuma sociedade podem hoje em dia passar à margem deste fenómeno tão rico como é o desporto. Ele está presente nas escolas desde as mais tenras idades até ao patamar universitário. Depois de adultos é-nos proposto outro tipo de actividades físicas. A terceira idade passou também a ser um alvo prioritário para o incremento da actividade desportiva.

Muitos países elegem o desporto como a sua principal força de afirmação no contexto internacional. As grandes competições fazem parar toda a sociedade, o marketing para desporto mudou. As novas regras do jogo são ditadas pela trilogia “fan, show e sponsor”.

Os países passaram a ser conhecidos à escala global, por organizarem determinados eventos desportivos, no caso português pela organização do Euro 2004, pela Final da Liga dos Campeões em 2014, ou pelo facto de termos grandes protagonistas como Cristiano Ronaldo, José Mourinho, entre outros.

A televisão tem contribuído para transformar o desporto num espectáculo à escala planetária, sendo não só um espectáculo desportivo, o que sempre foi e será para os adeptos, para se tornar num show mediático, que se dirige a todos os apaixonados do desporto, sem distinção de idade, sexo, país, ou meio social.

Os meios disponibilizados pelos diversos canais de televisão a nível mundial, geram uma oferta de imagens que explora em toda a sua amplitude o espectáculo desportivo. Por outro lado, os valores dos contratos relacionados com os direitos de transmissão dos Campeonatos Nacionais de Futebol, Liga dos Campeões, Campeonatos Europeus e Mundiais de Futebol entre Seleções, Jogos Olímpicos, NBA, a final de Futebol Americano, Golfe, Ténis, ou a Fórmula 1, atingem verbas astronómicas, além das Marcas se associarem como patrocinadoras dos eventos, a fim de aumentarem a sua visibilidade e notoriedade.

Portugal não é excepção, pelo contrário, diariamente são publicados três jornais desportivos, existem debates diários nos diversos canais de televisão, com a particularidade de por exemplo, nalguns dias da semana acontecerem de forma simultânea (SIC Notícias, RTP Informação, TVI 24, CM TV, A Bola TV, Sport TV), o que diz bem da atenção que os meios de comunicação dão ao desporto, em particular ao chamado desporto rei: o Futebol.

Obviamente que todos os acontecimentos ou os protagonistas dos mesmos que tenham impacto à escala planetária, absorvem das Marcas uma atenção especial, procurando as mesmas estar associadas à imagem de sucesso que Organizações como o Real Madrid, Barcelona, Manchester United, ou atletas como Ronaldo, Messi, Neymar, Roger Federer, Lewis Hamilton, Lebron James (acabou de firmar contrato vitalício com a Nike), transmitem aos consumidores a nível mundial. Um jogo de futebol entre o Real Madrid e o Barcelona é transmitido para mais de 100 países e consegue uma audiência superior a 400 milhões de pessoas, ou seja, é um espectáculo, ao qual nenhuma Marca global pode ficar indiferente.

Cada vez mais é assumido que no momento da compra os consumidores decidem emocionalmente e não racionalmente, sendo determinante a associação que é feita da imagem do produto ou serviço, ao sucesso transmitido pela cara que representa a marca nas diversas campanhas publicitárias.

As Marcas e os meios de informação, exploram cada vez mais o lado emocional do desporto; todos nós temos um determinado clube com o qual simpatizamos, mas muitos de nós nem sabemos dizer a razão que esteve por detrás dessa escolha. Somos do Porto, do Sporting, do Benfica, mas nem sabemos porquê, ou seja, é a forte componente emocional do desporto, em particular do futebol. Muitas pessoas, com um comportamento perfeitamente normal, transfiguram-se a ver um jogo de futebol, ou até em debates nas televisões, o que obviamente é explorado até à exaustão pelos diversos meios de comunicação, havendo debates que consomem horas imensas ao longo da semana a discutir se foi ou não penalti, dando muito mais protagonismo aos agentes desportivos (treinadores e presidentes), que a outras áreas da sociedade na procura constante do mediatismo e na luta pelo aumento das audiências.

O desporto tornou-se progressivamente um sector com grande empregabilidade, por exemplo em França, através de estudos realizados, conclui-se que o sector representava mais de 320.000 empregos, sendo criados por ano entre 15.000 a 20.000 empregos.

A globalização é um fenómeno imparável, influenciando fortemente a vida no planeta e a agenda política dos países. Se a economia é o seu lado mais visível, as suas consequências fazem-se sentir em muitos outros domínios. O desporto não está à margem deste processo de globalização, e nem poderia ser de outro modo, porque, nas suas formas modernas procurou-se instituir e afirmar como uma linguagem universal, um modelo cultural adoptado internacionalmente.

Durante as três últimas décadas desenvolveu-se uma poderosa indústria do desporto e são vários os aspectos que caracterizam a expressão global do desporto:

  • Os movimentos internacionais de pessoas, que incluem deslocações de espectadores e de trabalhadores ligados às profissões do desporto, as migrações de atletas, treinadores e cientistas do desporto entre nações, continentes, e hemisférios, é um aspecto marcante.
  • Outro dos aspectos da globalização diz respeito à dimensão tecnológica, traduzida pelo fluxo entre países de maquinaria e equipamentos produzidos por corporações transnacionais.
  • A dimensão económica, com grandes fluxos de dinheiro a circular em todo o mundo, a dimensão dos media, com grande circulação de imagens e informação entre países, produzidas e distribuídas pelos jornais, revistas, rádio, filmes, televisão, vídeo, satélite, cabo, e pela internet.
  • E finalmente, a dimensão ideológica, ligada ao fluxo de valores associados às ideologias e movimentos contra e favor do Estado.

O desporto espectáculo e a sua globalização tem como factor negativo a redução da influência das Instituições nacionais em detrimento das internacionais, e a falta de transparência de alguns organismos, como por exemplo a FIFA, com investigações a decorrer por suspeitas de corrupção, e por outro lado, de uma governação do desporto não comprometida socialmente mas economicamente.

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