O PAPEL DA MULHER NAS PROPAGANDAS AUTOMOBILÍSTICAS ENTRE OS ANOS 2012 E 2016

O PAPEL DA MULHER NAS PROPAGANDAS AUTOMOBILÍSTICAS ENTRE OS ANOS 2012 E 2016

Felipe Maia Flores Essado (Faculdade de Comunicação/UFG)

                      Fernanda de São Bernardo Stival (Faculdade de Comunicação/UFG)

Fernando Wallace Nascimento Prado (Faculdade de Comunicação/UFG)

Júlia Biscuola (Faculdade de Comunicação/UFG)

Pedro Henrique Cruz De Oliveira Silva (Faculdade de Comunicação/UFG)

Rafael Struziatto Bonilla (Faculdade de Comunicação/UFG)

O presente trabalho visa refletir, analisar, questionar e concluir acerca de como a mulher é representada nas propagandas automobilísticas dos anos de 2012 até 2016. De início, foram verificados trabalhos acadêmicos anteriores que abordavam assuntos relacionados ao nosso tema para termos um melhor embasamento teórico e assim construirmos uma dissertação com um conhecimento mais amplo. O grupo construiu a análise da pesquisa acadêmica por meio da leitura de outros artigos que discorrem sobre o papel imposto para as mulheres na maioria das propagandas sobre assuntos variados e também artigos feministas que relatam a visão desse público referente à sua representação midiática. Além disso, foi realizada uma análise de cento e cinquenta conteúdos audiovisuais contendo propagandas automobilísticas de marcas variadas, obtidos através do site Youtube, publicados durante o intervalo de tempo delimitado (2012 até 2016), classificando a presença das mulheres em quatro papéis distintos: papel principal, papel secundário, objetificada e inexistente. Também foi analisado um questionário online, elaborado pelos autores do presente artigo, o qual continha duas perguntas direcionadas somente ao público feminino sobre como elas se sentem representadas nas propagandas de automóveis, este questionário foi disponibilizado na internet por tempo limitado. Após as observações realizadas pelo grupo, constatou-se que as mulheres estão cientes quanto à problemática envolvendo o sexo feminino e a publicidade automobilística.

Palavras-chave: Mulher. Propaganda automobilística. Papel. Público Feminino. Publicidade.

1 Introdução

O tema trata sobre o papel atribuído pelas mulheres nas propagandas automobilísticas entre 2012 e 2016. O assunto foi escolhido por ser algo pouco analisado no contexto acadêmico e, portanto torna a pesquisa necessária já que aborda um tema muito atual: a abrangência do gênero feminino no campo midiático, o qual possui uma tradição machista.

Foi percebido pelo grupo de estudantes que as mulheres pouco apareciam como protagonistas nas propagandas automobilísticas e esta foi a problemática encontrada para ser pesquisada. O trabalho foi feito a partir da análise de diversas propagandas audiovisuais de diferentes marcas veiculadas entre o intervalo de tempo de 2012 e 2016, tendo em vista observar o papel feminino nestes anúncios televisivos.

Os vídeos foram analisados de forma qualitativa e quantitativa. Os papéis foram classificados de maneira qualitativa nos seguintes segmentos: primário, secundário, inexistente e objetificado. De maneira quantitativa foram analisados diversos vídeos vistos no site youtube.com entre o tempo delimitado já mencionado, que expõe as mulheres nas vertentes também já ditas.

O presente projeto de pesquisa tem por objetivo geral analisar o papel das mulheres nas propagandas automobilísticas e como objetivos específicos apresentar as estratégias publicitárias utilizadas em suas propagandas para persuadir o público consumidor masculino, identificar o papel das mulheres dentro das propagandas de forma qualitativa, com o objetivo de enxergar claramente as diversas representações femininas dentro deste contexto. Além disso, visa obter a opinião de mulheres escolhidas através de uma pesquisa realizada na internet direcionada ao público feminino, sobre como se sentem representadas nas publicidades relacionadas a automóveis.

A inspiração para realização deste trabalho veio da imagem abaixo, captada na internet, que se tratava de uma campanha extremamente machista da montadora Ford, que consequentemente foi retirada de circulação e gerou problemas para a marca.

Imagem 1[pic 1]

Com o intuito de mostrar a representação mínima e quase imperceptível das mulheres em propagandas automobilísticas, este trabalho tende a explanar como a imagem feminina é retratada, e assim, deixar evidente a sua pouca participação nos conteúdos de mesma índole. Apesar dos avanços na representatividade, ainda encontramos falhas. Com a crescente ocupação das mulheres em diversos cargos sociais, a discussão em torno do assunto feminismo acontece de forma efetiva, e a percepção de que as mulheres são pouco mostradas como usuárias de carros fazem como que vejamos as propagandas com outro olhar. Problematizar essa temática é de suma importância já que as mulheres são consumidoras assíduas e uma clientela que cresce cada dia mais, procurando praticidade para sua vida, no entanto, nos comercias, comumente, as mesmas acabam sendo exibidas em segundo plano, como apenas a parceira da figura masculina, ou até mesmo representada como mãe de família, sendo que a representação como uma mulher bem sucedida aparece infimamente nas plataformas. Estudos evidenciam que a mulher ainda ocupa um espaço muito reduzido, logo, a pouca visibilidade feminina causa efeitos sociais desagradáveis, já que ver-se representada de alguma forma é indispensável. O debate sobre a falta de propagandas de carros com mulheres é algo a ser melhorado, já que elas consomem sem se perceberem imageticamente, sendo assim a mídia tem por obrigação mostrar com realismo essa parte – grande, por sinal – de mulheres.

2 Pressupostos teóricos

As relações de gênero são construídas historicamente, sendo fundamental analisar como estão estruturadas as relações sociais, considerando o processo dinâmico dos indivíduos se relacionarem entre si. (SANTOS, 2005). A mulher, na maior parte das culturas é colocada como o ser inferior, como o outro, mantendo-se em segundo plano em relação ao homem. Um pensamento que aborda e discute sobre esse tema é o Feminismo. Segundo Simone de Beauvoir, no livro O Segundo Sexo, “A humanidade é masculina, e o homem define a mulher não em si, mas relativamente a ele; ela não é considerada um ser autônomo.”.