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O Resumo Sturt Hall

Por:   •  11/10/2018  •  Resenha  •  1.542 Palavras (7 Páginas)  •  442 Visualizações

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Seminários Integrados em Jornalismo

Cassio Leonam Costa Leal

Belém, 02 de outubro de 2018

A identidade cultural na Pós-Modernidade (2007) de Stuart Hall.

Antes de iniciar, devemos lembrar que a identidade cultural é um conceito muito abordado nas últimas décadas, porém, sempre existiu. Então, desde os tempos em que os homens se organizavam em grupos, os quais compartilhavam informações e identificações com seus semelhantes. O livro de Stuart Hall se divide em 6 capítulos: "A identidade em questão"; "Nascimento e morte do sujeito moderno"; "As culturas nacionais como comunidades imaginadas"; "Globalização"; "O Global, o local, e o retorno da etnia" e "Fundamentalismo, diáspora e hibridismo".Hall comenta sobre três concepções de identidade: a do sujeito do Iluminismo, baseada em um sujeito totalmente centrado, racional; a do sujeito sociológico, um sujeito interativo, que tinha um núcleo interior mas com uma interação com o exterior; e da sujeito pós-moderno, um sujeito fragmentado, não como uma identidade única mas várias, outras vezes contraditórias ou não resolvidas.

A identidade em questão

No primeiro capítulo, o autor aborda a questão da identidade. Para começar seu posicionamento, ele traz à tona o fato da questão de identidade está sendo extensamente discutida na teoria social. Para os não familiares com o tema, ele argumenta que as velhas identidades, basilares para o mundo social, estão em degradação, o que acarreta no surgimento de um indivíduo moderno com novas identidades e fragmentações. Essa descaracterização da identidade aparece em conjunto com um processo mais amplo que tem deslocado as estruturas e os processos centrais da sociedade moderna, portanto a “crise de identidade” vem como uma das consequências da mudança de uma série de fatores, de certa forma, uma estabilidade no mundo social.

Nascimento e morte do sujeito moderno

Capítulo dois, o autor mostra uma breve descrição das mudanças às quais o sujeito e a identidade é configurada no pensamento moderno. O capítulo é basicamente teórico, e o principal foco está nas concepções do sujeito humano. Este sujeito moderno nasce entre a dúvida e o ceticismo metafísico que lembra que o mesmo nunca foi estabelecido como forma de descrevê-lo. Boa parte do capítulo enfoca na descrição da “descentralização do sujeito”. Durante esse tópico, o autor faz um esboço dos cinco grandes avanços na teoria social e nas ciências humanas, o que causou a descentralização final do sujeito cartesiano. A descentração(Piaget) é (1) tradições do pensamento marxista, o qual se resume no fato de que o homem age apenas como resposta das condições que lhes são dadas, ou seja, o indivíduo não é agente da história, visto que ele apenas pode agir de acordo com as condições históricas criadas por outros e ele foi inserido; (2) descoberta do inconsciente de Freud, o qual define as nossas identidades, nossa sexualidade e os desejos por processos psíquicos e simbólicos do inconsciente que, por sua vez, funciona de maneira bem diferente da razão; (3) trabalho do linguista estrutural, Ferdinand de Saussure. Nesse argumento, é considerado que nós não somos os autores das afirmações que fazemos ou dos significados que expressamos na língua, ou seja, quando falamos uma língua, não significa apenas expressar os pensamentos interiores e originais… a língua traz consigo uma infinidade de significados que estão já embutidos em nossa língua e em nosso sistema cultural; (4) o descentramento da identidade e do sujeito ocorre no trabalho do filósofo e historiador francês Foucault, o qual denomina de genealogia do sujeito moderno. O que é mais atraente na definição de sujeito moderno do Foucault é o fato das instituições coletivas da modernidade impulsionar o indivíduo a uma invidualização; (5) impacto do feminismo, tanto no aspecto de crítica teórica, quanto o do movimento social.

As culturas nacionais como comunidades imaginadas

No terceiro capítulo, o autor descreve a respeito das culturas nacionais como comunidades imaginadas. Seu principal ponto de vista é na questão de como o “sujeito fragmentado” se insere nas identidades culturais (particularmente, ele trata da identidade nacional). Essas culturas nacionais nos fazem dizer que somos ingleses, brasileiros, etc. Contudo essas identidades não estão, literalmente, contidas na genética. É curioso como, muitas vezes, penso na nacionalidade como algo que fizesse parte de nossa natureza essencial. O fato é que Geller (1983, mencionado por Hall, 2005), acredita que se o indivíduo não tem o sentimento de identificação nacional, o sujeito vive um sentimento de perda subjetiva. Atestando, Hall (2005, p.48) entende que as identidades nacionais não é algo inato ao ser humano no momento do seu nascimento, mas formado e transformado no interior da representação. O autor discute a respeito de como a cultura nacional funciona como um sistema de representação. Ele defende que a cultura nacional é um discurso que influencia e organiza as ações e a concepção que temos de nós mesmos. É falado que, o sentimento entre as diferentes nações consistem nas formas diferentes pelas quais elas são imaginadas. Por fim, é contada a narrativa da cultura nacional em cinco elementos: (1) através das histórias e das literaturas nacionais na mídia e na cultura popular; (2) pela ênfase nas origens, na continuidade, na tradição e na atemporalidade; (3) invenção da tradição; (4) mito fundamental, ou seja, na origem da nação num passado distante e (5) idéia de um povo puro, único. Hall desconstrói a cultura nacional, pois, ao invés de pensar em culturas nacionais unificadas, sugere que a pensemos como constituída de um dispositivo discursivo que representa a diferença como objeto de identidade.

Globalização

O quarto capitulo é voltado para o tema da Globalização. O autor novamente afirma que as culturas nacionais têm o domínio sobre a modernidade e, como consequência, as identidades nacionais tendem a se sobrepor a de outras fontes. Ele resume a influência da globalização num movimento que se desprende da idéia tradicional sociológica de sociedade como um sistema bem demarcado e substitui por um conceito que se concentra na forma como a vida social está organizada ao passar do tempo. Em um dos subtemas, ele trata a compressão espaço-tempo e identidade, ou seja, o impacto que a globalização tem causado nas identidades nacionais. Em razão a isso, ele fala que a aceleração dos processos globais, levando a uma menor distância e a sensação de que o mundo segue essa pseudo-diminuição de tamanho, tem casado impacto direto sobre pessoas e lugares que em outro momento se sentiam muito distantes. Para finalizar o capítulo, ele afirma que o pós-moderno global tem retirado as forças da identidade cultural: as evidências de um enfraquecimento de identificações com a cultura nacional e um reforço de laços e lealdade culturais. Em resumo, o que se discute é o momento de tensão entre o global e o local na transformação de identidades.

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