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Resenha: Minha razão de viver - Memórias de um repórter

Por:   •  1/4/2018  •  Resenha  •  916 Palavras (4 Páginas)  •  523 Visualizações

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WAINER, Samuel. Minha razão de viver: memórias de um repórter. 14ª edição. Rio de Janeiro: Record, 1991. 282 p.

Publicado parcialmente em 1987 e relançado completamente em 2005, ‘Minha Razão de Viver’ traz a história do grande jornalista que foi Samuel Wainer, com epílogos de Augusto Nunes e Jorge Amado, grandes amigos de Samuel, e apresentação de Pinky Wainer, sua filha. Nascido na Bessarábia, que foi parte do Império russo e depois uma das repúblicas da ex-União Soviética, Wainer e sua família de imigrantes judeus chegaram ao bairro do Bom Retiro no estado de São Paulo em meados de 1914, local onde cresceu e conheceu sua primeira mulher, Bluma. No entanto, somente 25 anos após sua morte, na edição completa de 2005 do livro autobiográfico, Wainer reconhece que nascera realmente fora do Brasil e não assumiu anteriormente por conta das acusações de falsidade ideológica.

Um jornalista de muita sorte, que presenciou momentos marcantes tanto para o Brasil quanto para o mundo, um engajado político que fez do “catete” sua segunda casa, conhecido por várias personalidades políticas, internacionais e da alta sociedade carioca. Foi o único jornalista brasileiro a cobrir o julgamento de Nuremberg, trabalhou em jornais Franceses, Britânicos e Americanos durante seus exílios, sempre convicto e fiel a si mesmo, prezando a transparência e a verdade em seus materiais. Um homem de muitos amigos, mas íntimo de apenas um, Getúlio Vargas, que durante seu segundo mandato obteve total apoio do fiel amigo jornalista.

“O Profeta”, como futuramente seria chamado por todo o Rio de Janeiro, trabalhou em seus primeiros anos como repórter no Diário dos Associados de Assis Chateaubriand, foi confidente de JK e João Goulart durante seus mandatos, conheceu inúmeras personalidades da MPB brasileira, além de ter se aventurado com inúmeras mulheres no Brasil e pela Europa.

"Não sei de nenhum outro jornalista, de nenhum outro cidadão que fosse um brasileiro tão completamente brasileiro na maneira de reagir, de sentir, de viver, de amar, de ser, quanto Samuel Wainer, menino do Bom Retiro que se fez, à custa do próprio esforço, uma das maiores figuras intelectuais de nossa Pátria, um mestre. Sua vida teve o fulgor de estrela a iluminar os caminhos do Brasil. Nossa guerra continua, a memória de Samuel Wainer é uma arma do povo." - Jorge Amado,p.10

Wainer fundou a revista Diretrizes junto com Azevedo Amaral em 1938 no estado de São Paulo, em plena ditadura do Estado Novo. Lutando para manter seus ideais mesmo com o DIP “em sua porta”, Samuel tentava a todo custo mostrar seus ideais ao povo, declarando-se apoiador do comunismo muitas vezes driblava a censura do DIP para que suas entrevistas e artigos fossem publicados. Um dos maiores nomes do jornalismo brasileiro, tinha nas veias a arte de estar no lugar certo na hora certa, como entrevistar Getúlio Vargas na hora em que ele queria falar. Sendo o único jornalista a acompanhar Getúlio em seus comícios, é fascinante o modo como ele descreve a iminente vitória do ex-presidente.

Casou-se com Danusa Leão, atriz e jornalista com quem teve seus dois filhos Samuel e Pinky, após realizar seu sonho de vida, criar o próprio jornal. O projeto se concretizou em junho

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