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Rp quem sabe faz e explica

Por:   •  25/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.966 Palavras (12 Páginas)  •  411 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ[pic 1]

ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES

COMUNICAÇÃO SOCIAL – RELAÇÕES PÚBLICAS

MAYARA THALITA DE ALMEIDA

RESENHA DO 5º CAPÍTULO DO LIVRO “RELAÇÕES PÚBLICAS, QUEM SABE FAZ E EXPLICA”

A definição de “comunicação interna” por vezes é um tanto quanto complexa e, por esse motivo, muitas vezes acaba sendo confundida com a expressão “endomarketing”, o que é um equívoco, haja vista de que ambas expressões tratam-se de atividades distintas. A comunicação interna faz parte de um projeto amplo, onde a política da mesma precisa estar alinhada com as outras políticas da empresa para que não haja controvérsias nas ações e discursos de seus gestores. Para que a comunicação interna seja eficaz, é necessário muito mais do que ações pontuais (tais como jornal mural, intranet, eventos de confraternização e etc). Um ambiente de trabalho saudável e um clima organizacional positivo contribuem muito para que a comunicação entre os colaboradores – cuja qual é o foco da comunicação interna – seja realmente efetiva. Para que isso aconteça, a empresa precisa ter consciência de que a comunicação é uma via de mão dupla, e da mesma maneira que os diretores comunicam as ações da empresa aos funcionários, estes também precisam falar ser ouvidos para criarem um sentimento de “pertencer” à organização.

Torquato coloca em destaque a importância do clima organizacional positivo, pois isso torna o ambiente de trabalho propício ao cumprimento das metas da organização e à expansão da sua linha de produção. Para esse autor, a comunicação interna é sinônimo de endomarketing. Porém, para Kunsch, essa é uma visão equivocada, pois o endomarketing restringe os colaboradores a “clientes internos”, enquanto na comunicação interna eles têm o papel principal na organização. Embora admita que a comunicação interna possa ter o foco na socialização dos membros e na criação de uma cultura comunicacional interna, Pinho tem uma visão diferenciada de Kunsch e Torquato, e confunde com comunicação administrativa ao definir comunicação interna como sendo um um conjunto de processos comunicativos que tem como objetivo o cumprimento das tarefas estabelecidas para os funcionários.

De acordo com Argenti, a comunicação interna nos dias atuais exige muito mais do que memorandos para manter os colaboradores informados. O autor dá ênfase na necessidade de desenvolver e estreitar os laços de relacionamento do público interno, a partir de ações pensadas para esta finalidade. Atribui essa missão aos gestores da empresa, que tem a responsabilidade de promover esse estreitamento de laços, pois os colaboradores não querem somente comunicação formal, mas também contato profissional com seus diretores.

Pimenta tem uma visão Administrativa do assunto e compreende comunicação interna como um sinônimo de endomarketing. Porém, tem noção de que os colaboradores não são somente clientes internos e que além disso eles devem ser respeitados como seres humanos, com potencialidades e peculiaridades.

Em seu livro “Comunicação empresarial no Brasil: uma leitura crítica”, Bueno alerta a necessidade de mudar o perfil da comunicação interna no Brasil, pois a prática é vista como autoritária, onde muitas vezes o público interno é “adestrado”, seja por negligência dos seus gestores ou por percepção equivocada dos mesmos. Apesar das críticas, Bueno destaca que o papel principal da comunicação interna é criar espaços democráticos, onde a interação possa ocorrer livremente.

Para Marchiori, a valorização da comunicação interna é diretamente relaciona à valorização da organização, dos seus colaboradores. A criação dessa cultura poderá criar no público interno o sentimento de pertencer à organização, o que terá por consequência a lucratividade da organização.

O termo comunicação interna é comumente substituído pelo endomarketing devido à palavra “marketing”. Endo quer dizer algo que é voltado para dentro, sendo assim, endomarketing nada mais é do que vender produtos ao público interno. Para Brum, o endomarketing pode ser utilizado para vender a imagem da empresa aos seus colaboradores e familiares. O foco real é o público externo, mas é vantajoso para a organização conquistar o cliente interno, portanto dessa maneira é possível observar a repercussão que sua imagem pode ter junto ao público externo, além de ser lucrativo para a organização, pois o funcionário acaba fazendo propaganda da empresa para o público externo. Embora a expressão endomarketing possua mais visibilidade, não se pode confundi-la com comunicação interna. O endomarketing faz parte do processo de comunicação interna e portanto, não deve ser deixado de lado, sempre lembrando que essa ação de marketing interno deve ser tomada junto a outras estratégias para tornar o clima organizacional positivo e conseguir eficácia na comunicação interna.

Tendo em vista que cada organização é um caso diferente, a elaboração de um plano de estratégia pré-estabelecido pode não ser adequada aos diferentes segmentos empresariais e aos acontecimentos que ocorrem dentro de cada uma dessas organizações. No entanto, o Plano de Comunicação Interna (PCI), pode auxiliar nas tomadas de decisões e orientar quais serão os primeiros passos a serem tomados para a elaboração das estratégias de comunicação interna. Para Kunsch, o plano consiste em um roteiro sistematizado para as ações necessárias a serem tomadas para o planejamento e execução das atividades propostas.

É necessário um mapeamento do público interno, relacionando e caracterizando os diferentes públicos internos. Nesse mapeamento será identificado as expectativas, frustrações e necessidades da comunicação da organização. A partir disso, poderá ser identificado e selecionado os meios e mídias que serão utilizados para a execução das ações estratégicas. Após o levantamento e a análise de dados, a elaboração do PCI, o projeto deve ser exposto com clareza à diretoria, pois implementar as ações antes de comunicar aos mesmos seria inviabilizá-lo.

A concretização desses objetivos demanda transparência e ética, pois uma empresa que dissipa uma imagem de sustentabilidade, por exemplo, e não pratica essa missão dentro da organização, acaba por ter sua reputação descontruída pelos próprios funcionários, pois dentro da organização ele poderá concordar com o discurso, mas em outro ambiente ele poderá contradizer essas informações, gerando má reputação para a instituição. Sendo assim, não é viável pedir ao funcionário que “vista a camisa” da empresa, mas sim dar espaço e recursos para que ele desenvolva o sentimento de pertencer a organização e faça isso porque se sente bem quanto à instituição em que contribui. Esse é o principal objetivo da comunicação interna, e só será atingido se a organização estiver disposta a construir um clima organizacional favorável, através de ações que ultrapassem os limites do quadro de avisos.

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