Textos Biograficos sobre Juliano Moreira
Por: KillerTheNoob Joao Henrique • 19/4/2021 • Trabalho acadêmico • 1.037 Palavras (5 Páginas) • 236 Visualizações
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Juliano Moreira, frequentemente considerado como o fundador da psiquiatria no Brasil, nasceu em 6 de janeiro de 1873, na cidade de Salvador, província da Bahia. Era filho de Manoel do Carmo Moreira e de Galdina Joaquina do Amaral, essa que trabalhava para Luís Adriano Alves de Lima Gordinho, o Barão de Itapuã, médico e padrinho do menino.
Aos 13 anos, incentivado pelo padrinho, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, com 18 se formou com a tese “Syphilis maligna precoce” e se tornou referência internacional no estudo da sífilis. Já formado, visitou diversos hospitais psiquiátricos e frequentou cursos na Europa (Alemanha, França, Inglaterra, Escócia, Bélgica, Holanda, Itália e Suíça). Durante esse período esteve no laboratório do Dermatologikum, onde realizou um estudo anatomopatológico, transformado em monografia, considerado uma análise completa sobre o assunto.
Juliano não viajava só para estudos, mas também para procurar especialistas para tratar sua própria doença, a tuberculose. Quando as crises da doença se acentuaram, o médico se internou em um sanatório no Cairo, onde conheceu Augusta Peick, enfermeira alemã com quem se casou. Como sabia falar alemão, já estudava a obra de Sigmund Freud antes de qualquer outro no Brasil, então é considerado o precursor da psicanálise no país.
De volta ao Brasil, de 1903 a 1930, dirigiu o Hospício Nacional de Alienados, criou novas enfermarias, como a enfermaria infantil, reestruturou as oficinas de trabalho, retirou as grades das janelas das enfermarias, aboliu os coletes e camisas de força, criou o Pavilhão Seabra com várias oficinas para recuperação dos pacientes, e implantou oficinas artísticas Instituiu a assistência a familiares, e inaugurou uma biblioteca.
Além de seu trabalho como diretor, Juliano foi um pesquisador que combateu o racismo científico defendido por muitos psiquiatras da época que diziam que a ocorrência de doenças mentais no Brasil era fruto da miscigenação racial. Também afirmavam que negros eram inferiores e que a mestiçagem explicasse a loucura dos pacientes. Juliano sempre foi contrário a esse pensamento, argumentava que a etnia do indivíduo não muda em nada a frequência de doenças mentais e nunca aceitou que negros eram intelectualmente inferiores por natureza.
Em 1933 a tuberculose avançava, então Miguel Couto médico de Juliano o encaminha para Petrópolis, onde ficou hospedado na casa de um de seus maiores discípulos Hermelindo Lopes Rodrigues. No dia 2 de maio de 1933, Juliano falece no Sanatório de Correias onde estava internado parar o tratamento da doença. Não deixou filhos, mas deixou um legado histórico para a psiquiatria e para o combate ao racismo científico.
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Como Juliano Moreira mudou os rumos da psiquiatria no Brasil e ainda enfrentou o racismo – a thread
Nascido na Bahia em 1873, Juliano Moreira entrou para a Faculdade de Medicina da Bahia com 13 anos de idade e se graduou aos 18. Logo após se formar – cinco anos depois – foi professor substituto de Doenças Mentais e Nervosas na mesma universidade.
Entre 1895 e 1902 frequentou diversos cursos na Europa sobre doenças mentais. Ao retornar, tornou-se chefe do Hospício Nacional de Alienados (1903-1930), no Rio de Janeiro. Lá, recebeu diversos internos interessados no estudo da psiquiatria como, por exemplo, Miguel Pereira.
Juliano Moreira foi um ferrenho crítico da tese de que a mestiçagem do povo brasileiro era motivo de degeneração. Nessa época, tal pensamento era comum entre os médicos brasileiros. Também era contrário à ideia de que existiriam doenças mentais própria de climas tropicais.
Ele acreditava que as causas da degeneração eram o alcoolismo, as verminoses, as condições sanitárias e má qualidade da educação. Chegou a afirmar certa vez que “ridículos preconceitos de cores ou castas”, não deveriam afetar o trabalho de higienização mental dos povos.
Dentre as conquistas de Juliano Moreira para a psiquiatria, destacam-se: a abolição de camisas de força; retirada das grades de ferro das janelas de hospícios; a entrada de psiquiatras e neurologistas no corpo clínico; instalação de laboratórios de patologia; entre outros.
Fundador da psiquiatria brasileira, foi – e ainda é – um grande nome na história da medicina no Brasil, uma peça chave da modernização e sanitarização. Hoje, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio, existe uma colônia de psiquiatria em seu nome.
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