A Comunicação e Entretenimento
Por: 3916285 • 5/5/2021 • Dissertação • 2.304 Palavras (10 Páginas) • 194 Visualizações
A COMUNICAÇÃO E O ENTRETENIMENTO
1. Introdução
O entretenimento, ou a busca por atividades lúdicas que proporcionem momentos de lazer e distração são intrínsecos ao ser humano. Para se ter uma ideia, na Grécia Antiga, os esportes, o teatro e a música já possuíam grande importância e faziam parte da rotina dos cidadãos. Ao longo do desenvolvimento da humanidade, a inserção de práticas com o objetivo de entreter não foi deixada de lado, pelo contrário, se tornou cada vez mais necessária frente aos desdobramentos sociais, sobretudo ao processo de industrialização iniciado no século XVIII.
Nesse momento, o entretenimento deixou de ser apenas uma reivindicação humana como algo inerente e natural e passou a ser empregado num contexto industrial, viabilizado através de novas ferramentas, consequentes desse processo de desenvolvimento tecnológico.
Em vista disso, o presente trabalho se propõe a fazer uma análise do entretenimento através dessa perspectiva, associado à Comunicação, e como um nicho desta. Para tanto, primeiramente será feita uma contextualização da história do entretenimento como uma indústria; em seguida serão apresentados os diferentes meios responsáveis pela produção do entretenimento, bem como as particularidades de cada um, para, enfim, ocorrer a exposição do entretenimento produzido hoje, com as ferramentas tecnológicas acessíveis atualmente, lançando luz às possíveis tendências para o futuro.
2. Desenvolvimento
2.1. Origem do entretenimento como um nicho da Comunicação
A 2 a fase da Revolução Industrial, que ocorreu a partir de 1850, foi marcada por inúmeros avanços científico-tecnológicos. Nesse período, houve a criação de inúmeros meios de comunicação que modificaram a forma das pessoas se relacionarem entre si, como o fonógrafo, o rádio e o cinema, por exemplo. Em meio a esse contexto, mais precisamente no fim do século, os trabalhadores das fábricas começavam as primeiras reivindicações por direitos trabalhistas, assim, com a jornada de trabalho reduzida e salários mais altos, lhes sobrou tempo e recurso, o que acabaria sendo preenchido com atividades consumidoras, sobretudo com consumo de lazer.
A fim de obter lucro em cima desse contexto dos trabalhadores, os empresários ‘’vislumbraram a oportunidade de investir em formas baratas de lazer possibilitadas pelo desenvolvimento da eletricidade: a montanha russa e o cinema’’, como nos explica SEVCENKO (2001, p.81). Além disso, havia uma demanda dos proletários por atividades lúdicas que, como já mencionado, é inerente ao ser humano e que foi cerceado no contexto industrial, necessidade essa, que foi levada em conta pelos empresários.
Dessa forma, os meios de comunicação, sobretudo o cinema, lhes proporcionaram de volta a fantasia e a imaginação, que antes eram vivenciadas, no seu contexto rural pré-fabricas, através da oralidade e de outras atividades lúdicas. Como Sevcenko nos elucida, portanto, ‘’mais que mera diversão ou entretenimento, o que essa indústria fornece, ao custo de alguns trocados, são porções rigorosamente quantificadas de fantasia, desejo e euforia, para criaturas cujas condições de vida as tornam carentes e sequiosas delas’’.
O resultado disso foi surpreendente, e nascia, então, a indústria do entretenimento, que acabou ganhando mais proporção à medida que se desenvolvia a produção e- consequentemente- o consumo de massa. O auge desse consumo massificado foi o período pós Primeira Guerra, quando os os recursos já existentes, porém ainda limitados- o cinema, o rádio e o fonógrafo- foram aperfeiçoados devido aos avanços tecnológicos do período, o que culminou no alcance de um número maior de pessoas.
2.2. Papel de cada meio de comunicação na produção do entretenimento
Os meios de comunicação desenvolvem diferentes formas de entreter o receptor, essa diferença está na forma em que o conteúdo é transmitido. São os meios de massa os responsáveis por comunicar o maior número de pessoas e consequentemente, maior audiência, trazendo conteúdos que despertem os sentimentos do público, movimentando o consumo de marcas. Como é o caso do Futebol,'' O esporte como produto midiático se transformou em entretenimento, conduzindo as pessoas a consumir os produtos esportivos não apenas como viés social, mas como diversão, afetividade e alegria'' citado no artigo, 'O Futebol Como Entretenimento: O Espetáculo Champions League numa Sala de Cinema'.
O rádio, por sua vez, faz a narração sonora da partida e é utilizado também nos dias atuais, o ouvinte consegue escutar em tempo real e acompanhar o desenvolvimento do jogo. Por sua vez, ''a paixão dos brasileiros'' deixa de ser um fenômeno social tornando-se uma ferramenta midiática que movimenta multidões de torcedores e passam a consumir futebol como identidade, é o caso da venda de produtos, onde o comprador consome pela representatividade do time que torce.
A televisão, por ser um veículo de informação audiovisual, busca, através do som, da imagem e do vídeo, prender a atenção do telespectador. De preta e branca à versão colorida, a TV como fonte de informação buscou um populoso consumo, não somente com o esporte televisionado ao vivo dos mais variados gêneros de torneios, mas também com as telenovelas, geralmente de horários programados para não afetar a audiência anterior, as tramas fazem muito sucesso desde a sua chegada, sobretudo por representarem um reflexo da sociedade contemporânea.
A novela 'Rebelde' transmitida pelo SBT, exemplifica o entretenimento neste quesito e sua atuação fora da trama, por conta dos milhares de fãs no país, revistas, bonecas, roupas e até mesmo carteiras de identidades eram postas à venda. A identidade mais uma vez pode ter sido uma solução para o tamanho de audiência, já que, quem acompanhava buscava nos personagens uma afeição ou escolha.
Como citado acima, as revistas eram vendidas para as mais diversas formas e gostos, de games como os 'detonados', que incitavam o leitor à compra pelo conteúdo descritivo de simular com imagens e passo a passo do trajeto para finalizar o jogo. Assim como também as revistas de Telenovelas, destinada ao telespectador que se tornava leitor a fim de acompanhar um capítulo ou sanar a curiosidade sobre o cronograma semanal do enredo da trama.
Já no jornal impresso, uma das formas de entreter o leitor, além do acompanhamento diário do conteúdo informativo regional, são as palavras cruzadas, equilibrando jornalismo e entretenimento divididos em numerações de páginas, a fim de proporcionar ao assinante um passatempo divertido caracterizado, assim como nas revistas, pelo emprego da linguagem escrita - e informal- para a comunicação de mensagens.
Por fim, nos dias atuais o entretenimento tomou maior proporção com a chegada da World Wide Web ou como é popularmente conhecida, a internet. ''Mas as primeiras ações e práticas jornalísticas passaram a ser efetuadas no começo dos anos 90, especificamente em 1922, quando os jornais impressos dos Estados Unidos dispuseram suas páginas na internet'' segundo o texto
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