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Análise do Portal da Revista Veja

Por:   •  19/4/2015  •  Artigo  •  2.302 Palavras (10 Páginas)  •  345 Visualizações

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1. Introdução

Criada em 1968, a revista Veja foi o pivô da separação de dois jornalistas: Roberto

Civita e Mino Carta, criadores do periódico semanal da Editora Abril que atualmente

aborda temas nacionais e internacionais. Tendo como foco a política e a economia do

Brasil, Veja tem um importante papel na construção da opinião de seus leitores e

simpatizantes, provocando alterações no cenário político do país.

Na web, Veja mantem um portal homônimo (veja.abril.com.br) que tem como

principal objetivo reproduzir as reportagens publicadas na versão impressa da revista,

além de atualizações diárias que suprem o problema da periodicidade da revista, que é

semanal, trazendo sempre notícias “quentes” aos leitores. Parte do conteúdo é produzido

exclusivamente para a web como as sessões Blogs e Colunistas e a TVeja, com

atualizações diárias, além do subportal1 Veja São Paulo, que traz ao internauta

informações sobre atrações culturais na capital paulista e dicas de entretenimento

voltadas aos paulistanos e turistas que visitam a cidade.

Como o foco da publicação sempre foi a política nacional, os blogs e colunas

atualizados diariamente são os maiores responsáveis pelo fluxo de leitores no site. Neste

caso, leitores que buscam informações e opiniões cada vez mais personalizadas, que

casem com seus próprios pontos de vista.

1 Subportal – neologismo utilizado aqui para designar a existência de um portal com assuntos

específicos dentro de um outro portal mais abrangente.

2. Ética e Credibilidade

A ética de Veja é alvo de controvérsias no meio político. Apesar de não assumir

uma posição político-partidária, a exemplo da Carta Capital2, Veja se mostra tendenciosa

em suas reportagens, com manchetes que reforçam a presença de partidos de situação

do Governo Federal em escândalos de corrupção e a decadência do atual Governo. Em

contrapartida, tanto a revista quanto o portal procuram “esconder” escândalos da

oposição que, apesar de noticiados na publicação online, ocupam espaços menos

notórios na página inicial do site, além de ter uma construção menos atraente ao leitor,

omitindo nomes e siglas de partidos nos títulos das matérias.

Os colunistas, responsáveis pelo maior fluxo de audiência do portal3, são também

alinhados à linha editorial política da revista, diferentemente de outros portais, como o da

Folha de S. Paulo, por exemplo, que agrega vários colunistas com posições políticas

diferentes. Dessa forma a publicação opinativa, que acaba sendo mais democrática no

site da Folha, pende apenas para um lado no site da Veja.

Em seu portal, Veja não se preocupa com a produção de um conteúdo específico e

personalizado para que alcance uma gama mais variada de leitores, entretanto, em um

universo de sites de informação que compõem a web, Veja cumpre o seu papel ao

produzir um conteúdo exclusivo, voltado ao seguinte perfil de público: brasileiro, 45%

homens e 55% mulheres, maioria pertencente às classes A e B, que juntas totalizam 66%

dos leitores, com faixa etária predominante acima de 50 anos, de acordo com o site

PubliAbril, responsável pelas pesquisas internas da editora.

Comparando a publicação online de Veja novamente ao portal da Folha de S.

Paulo, percebe-se que a Folha segue a tendência do que foi observado pelo filósofo Gilles

Lipovetsky no livro A Era do Vazio. Para Lipovetsky, os veículos de comunicação estão

destinados a ter um conteúdo cada vez mais diversificado – e até personalizado – para

atender a todo tipo de público. O jornalismo feito pelo portal da revista Veja, contudo,

ainda ignora essa tendência e produz conteúdo voltado apenas para um público

específico.

Mas a seletividade de Veja leva o veículo a uma crise de credibilidade, entretanto o

2 Carta Capital – dissidência de Veja fundada por Mino Carta, que assume uma linha editorial

governista alinhada ao Partido dos Trabalhadores (PT).

3 Ver página 3 – sobre audiência.

problema não reside em simplesmente selecionar um público específico e voltar-se a ele.

Outras revistas e portais de notícias também são direcionados a públicos específicos e

nem por isso têm sua ética posta à prova, como a Valor Econômico, de interesse de

empresários, investidores e economistas, e a Galileu, voltada ao público jovem que se

interessa por ciência. Mas a Veja reduz seu público não pelos interesses pessoais, mas

pela ideologia política. O mesmo ocorre com a Carta Capital. Enquanto a Veja é a

preferida da direita política brasileira, a Carta é a eleita da esquerda, e os leitores de uma

questionam o que a outra escreve.

3. Audiência

De acordo

...

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