COMO REDIGIR UMA CENA

Como redigir uma cena?

(autor: Prof. Leandro V. Maciel)

• Escreva sempre no presente e na terceira pessoa. • Descreva apenas aquilo que será visto e ouvido pelo público. Não decupe e não faça indicações para a câmera. Deixe isso para o diretor. • Aprenda as partes que consTItuem a cena e suas funções. As partes básicas são: cabeçalho, descrição de ação, nome do personagem, indicações (rubricas), diálogos e efeitos de edição (consulte o exemplo abaixo, ou cheque sua aposTIla) . • Uma dica geral é evitar os extremos: evite o excesso de detalhes: “A sala de reunião tem uma mesa de 3 metros por 2, de mogno de 100 anos. Há 17 senhores engravatados, sendo que o terceiro deles veste uma camiseta colorida, e usa um anel no dedo anelar da mão esquerda.” Evite também a escassez, a linguagem muito telegráfica: “Reunião da empresa”. Note que as duas descrições são para a mesma cena.

• O primeiro passo para definir a cena é redigir o cabeçalho. Com poucas variações, este deve informar: o TIpo de cenário (interna, externa ou ambos), a locação (normalmente dois itens bastam, como QUARTO-­­ CASA DE FULANO) e a condição de luz (dia, noite, amanhecer/ entardecer-­­ estes dois úlTImos tem condição de luz semelhante). Apenas numere o cabeçalho, não escreva ao lado do número “cena” ou “sequência”

• Algumas vezes, alguns roteiristas incluem no cabeçalho a expressão TEMPOS DEPOIS ou MAIS TARDE (use só quando julgar extremamente necessário, para indicar que o tempo passou, mas o resto da cena está exatamente igual).

• Depois do cabeçalho, normalmente vem a descrição de cena. O padrão é descrever primeiro O AMBIENTE, com alguns detalhes espaciais (“sala ampla, com uma longa mesa de reunião”). Na sequência, descreva QUEM SÃO OS PERSONAGENS EM CENA, depois ou conjuntamente O QUE ELES ESTÃO FAZENDO. Evite iniciar a cena diretamente por uma fala (a não ser que haja um bom moTIvo para isso).

• Feita a descrição, passamos para os diálogos. Na formatação correta, temos, centralizados, o NOME DO PERSONAGEM (em maiúsculo) e A FALA. Eventualmente, usa-­­se indicações (ou “rubricas”) entre o nome do personagem e a fala. Isso ajuda a

entender variações de tom nas falas (se o sujeito é irônico, se está sendo sério). Pode-­­se usar para incluir ações que devem ser ditas simultaneamente à fala:

FULANO

(enquanto se coça intimamente) A vida é um tédio...

• Aprenda a distribuir bem suas ações. Não as concentre demais no início da cena. Procure intercalar diálogo e ação. As pausas também são importantes: personagens não são máquinas de falar e fazer coisas sem parar. Explore bem as pausas.

• Na descrição de ação, é bom usar MAIÚSCULAS quando: um personagem entra ou sai de cena (SAI FULANO, ENTRA BELTRANO), quando há um ruído em destaque (OUVE-­­SE UM TIRO), ou quando você deseja que o diretor destaque alguma ação ou imagem (VÊ-­­SE UM ANEL DE NOIVADO NO DEDO DE FULANO).

• -­­ Sobre diálogos: este é o campo do “impreciso” em roteiro, já que muita coisa interfere nas falas. Estado emocional do personagem, situação em que ele se encontra, esTIlo próprio, vocabulário. Basta