Cronica Bairro Olimpico

Mereço medelha

Tenho um dos maiores corações da cidade de São Caetano do Sul, abrigo muitos, tenho de tudo menos preconceito, em meu coração ha lugar pra preto, branco, ruivo, amarelo, criança, jovem, adulto... Mas a maioria que vejo no dia a dia é descendente de italiano e idosos que fazem contraste a meu nome, pois não são exatamente atletas, mas gentis e alguns até preocupados em preservar história.

Tenho em mim o atleta, a arte de rua, e até um Estádio de encher os olhos. Um bom composto e um belo lugar, no alto do da cidade, tão alto que consigo ver meus vizinhos. Só que a muito tempo atrás tinha inveja de uma arte que eu não tinha, o espetáculo em uma tela, capaz de fazer sorrir, chorar, enamorar.

Então conheci um sujeito diferente, Atílio Santarelli é o nome dele, que em sua própria casa tinha essa arte toda, e o melhor, me escolheu para fazer parte dela. Imagina só um cinema dentro de casa? Pois é, ele tem, agora imagine um cinema antigo com materiais históricos e únicos, importantes até pra minha cidade, com tudo preservado da época da brilhantina dos cinemas de rua... Quase não me aguento de emoção, pra ficar melhor só se de repente recebesse atenção até de jovens universitários, se eles soubessem de tudo isso que tenho em mim, um sonho.

O mais legal é que de um infeliz acontecimento, o fim dos cinemas de bairro, fez com que meu amigo Atílio me presenteasse com a arte que faltava em mim. Sempre vi a família dele ter cinemas nos meus vizinhos, agora posso dizer que possuo uma parte da história, conversada, e funcionando, o que pra muitos é entulho para Atílio torna-se acervo cultural.

Mesmo que em meu nome carregue o esporte hoje posso dizer que sou corpo, arte e história, meu nome é Olimpico, Bairro Olimpico.

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