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ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO E FUNÇÕES DE LINGUAGEM

Por:   •  10/6/2015  •  Artigo  •  7.067 Palavras (29 Páginas)  •  692 Visualizações

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1. ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO E FUNÇÕES DE LINGUAGEM

Em primeiro lugar, cabe entender que o processo da comunicação depende de determinados elementos para sua ocorrência. Na década de 40 do século anterior, Laswell, ao construir um modelo que explicasse o funcionamento do fluxo comunicacional, desenvolveu o seguinte e econômico esquema:

EMISSOR                 →        MENSAGEM         →        RECEPTOR

A partir de então, os três elementos passaram a configurar o que de mais elementar constituía o processo de comunicação. Ou seja: para que haja comunicação, deve estar pressuposta a existência de um emissor, que transmite uma mensagem, que, por sua vez, é endereçada a um receptor. Porém, tal modelo deixava de considerar alguns aspectos importantes. Toda comunicação enquanto ato possibilita uma intercalação de papéis, de modo que o receptor possa em certos momentos atuar como emissor, e vice-versa.

O fluxo, portanto, deixa de ser unilateral para dar lugar a uma nova formatação com característica dialógica, marcada pela dinamicidade do contato. A comunicação, assim, suscita múltiplos revezamentos de fala, não havendo necessariamente um papel fixo para quem dela participa. Mais um ponto chave: os três elementos descritos não são suficientes, como observou Jacobson, para compreender de maneira mais aprofundada o processo da comunicação. É preciso levar em conta o CONTEXTO, o CANAL e o CÓDIGO utilizados na comunicação. O primeiro item diz respeito ao tempo e ao espaço em que sucede o ato comunicacional; o segundo trata dos meios de que se valem o emissor e o receptor para a codificação e a decodificação da mensagem; por fim, o código é a língua (ou idioma) empregada para gerar entendimento entre ambos.

Cada elemento da comunicação tem a sua função de linguagem correspondente. Para melhor assimilar as características das diferentes funções, segue o quadro abaixo.

Elemento onde está centrada

Função

Características

Objetivo

Emissor

Emotiva ou expressiva

Texto em primeira pessoa ou com exclamações

Emocionar

Mensagem

Poética

Elaboração textual ao estilo das poesias, com valorização da sonoridade, rimas, paralelismos

Criar, construir

Receptor

Apelativa ou conativa

Uso do imperativo afirmativo ou negativo

Persuadir, convencer

Contexto

Referencial

Texto com informações

Informar

Canal

Fática

Perguntas

Iniciar, manter ou encerrar contato

Código

Metalinguística

Conceitos e definições sobre palavras ou expressões

Conceituar

Portanto, cada função de linguagem tem características próprias e uma finalidade. Vale frisar que, diante de qualquer mensagem, mais de uma função de linguagem pode ser identificada, porém, uma delas é dominante.

Exercícios:

1. Identifique os elementos das situações de comunicação a seguir:

  1. pronunciamento do presidente em cadeia nacional de rádio e TV no Dia do Trabalho.

Emissor:

Mensagem:

Receptor:

Contexto:

Canal:

Código:

  1. Editorial de um jornal comentando o pronunciamento do presidente.

Emissor:

Mensagem:

Receptor:

Contexto:

Canal:

Código:

C) Um estudante ao telefone convidando um colega de turma para ir ao jogo de futebol no próximo fim de semana.

Emissor:

Mensagem:

Receptor:

Contexto:

Canal:

Código:

D) A aula ministrada pelo professor de comunicação empresarial.

Emissor:

Mensagem:

Receptor:

Contexto:

Canal:

Código:

E) E-mail mesclando texto e emoticons de uma jovem apaixonada ao seu namorado.

Emissor:

Mensagem:

Receptor:

Contexto:

Canal:

Código:

2. Elabore um texto para um comercial de TV, a partir das características presentes na função conativa.

3. Quais perguntas poderiam ser formuladas para testar se o canal junto ao receptor está funcionando adequadamente?

4. Escreva um parágrafo dando ênfase à função expressiva.

5. Crie uma mensagem que poderia ser enviada pelo Twitter, em que predomina a função referencial.

2. O RUÍDO NA COMUNICAÇÃO E A PRÁTICA DO FEEDBACK

Por se tratar de uma experiência humana, falar em comunicação perfeita, completa ou excelente soa como utopia. O ser humano é perfectível, e nesse caso, pode adotar práticas para tornar sua comunicação mais eficiente. As imperfeições, no entanto, fazem parte do processo comunicacional, e isso deve ser compreendido a fim de que seja sempre vislumbrada uma solução para as falhas detectadas. Elas muitas vezes decorrem de algum distúrbio físico, como, por exemplo, o barulho de um carro passando enquanto conversamos na rua. Além disso, há aquelas situações em que o ouvinte não está prestando atenção na mensagem que lhe é destinada. A sua distração não permite que retenha com acuidade as informações que o falante tenta repassar, em não poucas ocasiões até mesmo através de grande esforço. Há, também, momentos em que o emissor não consegue organizar seus pensamentos de maneira coerente, deixando-os vagos, inconclusos e indefinidos. A essa dificuldade para estabelecer uma comunicação clara e inteligível chamamos de “ruído”. Este, por seu turno, é responsável pelo surgimento de distorções e ambiguidades. O ruído conduz à dúvida. Como podemos contornar esse problema ao nos comunicarmos?

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