Educação Continuada e Educação Midiática
Por: Camila Permegiani • 9/8/2018 • Artigo • 3.344 Palavras (14 Páginas) • 191 Visualizações
Educação Continuada e Educação Midiática
Camila Belini LEMOS
Camila de Almeida PERMEGIANI
Fabio ANSOLIN
Jamile SANTINELLO
RESUMO: Os meios midiáticos nos proporcionam novas formas de contextualizar o processo de ensino, estudo e compreensão de temas abordados, desde os relacionados ao âmbito pedagógico ou até mesmo aqueles de vivência, com os quais temos contato no dia-a-dia. Não representando necessariamente uma substituição aos meio pedagógicos atuais, mas sim mostrando uma forma de torná-los mais eficientes, tanto na educação para crianças, jovens ou adultos. È essa caracterização de objeto de apoio aos meios de ensino que analisamos nas páginas desse artigo.
PALAVRAS-CHAVE: Meios midiáticos; meios pedagógicos; processo de ensino.
1. INTRODUÇÃO
Com o advento da imprensa, o aperfeiçoamento dos meios de transmissão e troca de informação veio para simplificar o processo comunicacional e diminuir os abismos da distância física e cognitiva.
A princípio, o acesso às tecnologias de comunicação e informação não era popularizado nos ambientes escolares. Mas, assim como a TV já foi um meio de comunicação em que poucos tinham acesso e hoje a maior parte dos lares brasileiros possuem pelo menos um aparelho, o computador, a própria televisão, a mídia impressa, a Internet e os softwares pedagógicos começam a habitar as salas de aula e virar ferramenta para a revolução do ensino.
Os objetos midiáticos hoje começam a fazer parte do ambiente escolar com mais freqüência. Respeitando a ordem cronológica em que foram introduzidos na sociedade, esses meios de comunicação, aos poucos, foram sendo utilizados como suporte para o processo de aprendizagem.
Apesar de haver resistência de pessoas um tanto conservadoras, sua aceitação entre os docentes que acompanham a evolução do ensino e todas as técnicas que vieram para comprometer e envolver os alunos no processo de troca que se estabelece entre o professor e aluno durante a aprendizagem tem sido grande.
A educação deve acompanhar as transformações que dizem respeito aos seres humanos. Afinal, se o objetivo dos ambientes de ensino é formar cidadãos ao que se refere a tudo que represente conhecimento e a todos os campos do saber, devem entender também que há métodos além dos livros e do quadro negro.
Inserir os meios de comunicação no processo e aprendizagem pode significar um passo decisivo para que esse processo seja efetivado. Pode representar inclusive uma maior compreensão do mundo individual de cada aluno, o que poderia os tornar mais envolvidos durante as aulas.
2. OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E AS NOVAS METODOLOGIAS PEDAGÓGICAS
Na sociedade atual, em que as mídias contribuem para o processo de formação/deformação dos indivíduos, não há mais como não aliar os meios de comunicação à prática de ensino, trazê-los para a sala de aula e torná-los método para constituir cidadãos conscientes e principalmente não passivos ao conhecimento que lhe é ofertado.
“Os meios de comunicação revelam-se particularmente eficazes para desenhar e tecer o imaginário de todo o mundo. A mídia impressa e eletrônica, cada vez mais acopla em redes multimídias universais, constitui a realidade e a ilusão da aldeia global” (COUTINHO, 1998, p.37).
As mídias motivam a interação associada ao conhecimento crítico e consciente de escola, professores e alunos. Pois estes sustentam conhecimentos adquiridos em suas vidas sociais que são alcançados por diversos meios dentre livros, textos, jornais e vídeos. Os alunos trazem para escola “um saber de experiência feito” (FREIRE, 1985 apud, COUTINHO, 1998, p.39).
E é de responsabilidade do educador adquirir a capacidade em conhecer e interpretar as transformações para que possa indicar um melhor caminho para a aplicação dos recursos, podendo assim dar seqüência ao processo de comunicação por meio da introdução de uma cultura oral possibilitando a expressão, criação, promovendo descobertas e construção do conhecimento.
Porém, introduzir as mídias para dentro das salas de aula, significou e ainda significa, já que ainda se trata de um processo não concluído, um passo grande para a apreensão do conhecimento e novas metodologias pedagógicas. Neste sentido, o professor deve dividir a atenção dos alunos com as tecnologias de informação e fazer desses mesmos alunos sejam agentes ativos no processo educacional, bem como torná-los colaboradores ativos tal qual o próprio professor, estimulando a criatividade e a troca e não apenas desempenhando o papel de receptor passivo (MERCADO, 2002).
Dessa forma, nota-se que quando os alunos vêem na sala de aula algo que não é exclusivamente escolar, ou seja, algo que espelha a sua própria realidade e a do Universo como um todo, o seu envolvimento no processo de aprendizagem acaba se tornando maior. O professor passa a ser não o protagonista no ensino, mas sim o mediador entre o aluno e o ensino (MARTINS, 2006).
Aos professores compete a preparação para a nova era de informação e enxergar os recursos midiáticos como colaboradores para o maior envolvimento dos alunos durante as aulas bem como para a melhoria do ensino como um todo. Assim,“é preciso estimular a pesquisa e colocar-se a caminho com o aluno e estar aberto à riqueza da exploração, da descoberta de que o professor, também pode aprender como o aluno” (MERCADO, 2002, p.16).
É preciso quebrar paradigmas e preparar os professores para novas competências, novas formas de realizar o trabalho pedagógico bem como implantar entre os mediadores do conhecimento a possibilidade que as mídias podem oferecer no processo de ensino-aprendizagem (MERCADO, 2002). Cada sujeito reestrutura o conhecimento de mundo partindo de suas observações e experiências com pessoas, objetos, sentimentos com o espaço e o tempo. É compromisso do professor promover a aprendizagem do aluno para que este possa re-construir o seu conhecimento angariando assim mais experiências.
Educar é estar mais atento às possibilidades do que aos limites. Estimular o desejo de aprender, de ampliar as formas de perceber, de sentir, de compreender, de comunica-se. Apoiar o estado de prontidão para aprender dentro e fora da escola, em todos os espaços do nosso cotidiano, em todas as dimensões da vida. Estar atento a tudo, relacionando tudo, integrando tudo. Conectar sempre o ensino com a pessoa do aluno, com a vida do aluno por todos os caminhos. Educar é procurar chegar ao aluno por todos os caminhos possíveis: pela experiência pela imagem, pelo som, pela representação, pela multimídia. (MORAN, 1998, p. 88).
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