FICHAMENTO - O QUE É O VIRTUAL

Autor: Felipi Matias Ano: 2014

FICHAMENTO

LÉVY, Pierre. O que é o virtual? Tradução de Paulo Neves. Obra digitalizada de livre distribuição.

Pierre traz à discussão uma temática atuante no mundo moderno. Define conceitos e propõe o debate sobre o espaço virtual. O autor discute a virtualização a partir de linguagem filosófica, sociopolítica e antropológica. Reinventa-se, portanto, fundamentos culturais, criando compartilhamentos da realidade de uma nova cultura. A mistura do virtual e o real, dentro do tempo-espaço social, acontecem de modo quase que inconsciente à medida que essa nova realidade se faz presente no cotidiano de um mundo cada vez mais tecnológico e imediatista. “Surgem novos espaços e velocidades, que se metamorfoseiam e se bifurcam a nossos pés, forçando-nos à heterogênese. Assim, tempos e lugares se misturam, não há limites.”

O primeiro capítulo discorre sobre definições de virtualidade. Apresenta algumas concepções equivocadas sobre o tema. É apresentado portanto que o virtual não se opõe à realidade, mas desprende-se do presente com velocidades nunca antes alcançadas, tempos que se transformam.

Os capítulos 2 (A Virtualização do Corpo), 3 (A Virtualização do Texto) e 4 (A virtualização da Economia), tratam da transmissão da realidade onde o sistema virtual está presente de modo que é comparado a uma quase presença física e não somente de imagens. O encontro torna-se quase desnecessário, pois não depende do corpo físico no espaço temporal.

Pelas redes digitais universais, desconecta-se do material, dos apoios físicos.

A informação adquire valor de troca. Discute-se infoestrutura, onde informação é fonte ou condição determinante para todas as formas de riqueza. Informação e conhecimento configuram-se com bens econômicos, mercado integrado ao ciberespaço. Os mercados tornam-se virtualizados ao passo que a economia segue em caráter global.

Pierre Lévy analisa a virtualização da técnica, da linguagem e do contrato nos capítulos 5 e 6. A construção social do ser humano é analisada ao ser inserida no mundo virtual. O contrato ou a virtualização da violência, como sugere o autor, ganha significado quando contratos e comportamento são estabelecidos independentes das variações emocionais dos envolvidos em ritos e/ou normas que formam relacionamentos partilhados no âmbito virtual social. A linguagem e a emoção são virtualizadas pela narrativa e viajam de boca em boca através da virtualização da gramática e da dialética. A informática, dentre todas as técnica, é a mais virtual.

Os capítulos 7 e 8 apontam que os seres humanos não pensam sozinhos ou sem o auxílio de ferramentas, suporte técnico. A sociedade pensa de forma conexa ao mundo global, resolvendo problemas em rede, em conexões diversas. O exercício de capacidades da inteligência implica uma parte coletiva ou social.

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