MANUEL CASTELLS E EDWARD SNOWDEN

Aissa Lauany Santos de Almeida

(LTA062 - Comunicação e Sociedade Contemporânea)

MANUEL CASTELLS E EDWARD SNOWDEN

O livro “ O Poder da Comunicação “ de Manuel Castells analisa a maneira que os meios de comunicação são utilizados na sociedade contemporânea, e principalmente as transformações que sofre com as redes digitais e a autonomia dos indivíduos.

Segundo ele, as relações de poder são amplamente construídas na mentalidade das pessoas através de processos de comunicação. Sendo a moldagem de mentalidades uma maneira mais decisiva e duradoura de dominação do que a subordinação de grupos pela intimidação ou violência.

Assim sendo, Castells, em sua obra, busca apresentar o poder exercido pelos meios de comunicação na atual estrutura social. Por conseguinte, cita alguns acontecimentos importantes que expressam, com clareza, esse poder, como por exemplo: as informações enganosas transmitidas à América do Norte sobre a Guerra do Iraque, o controle de informação em países como a China e a Rússia, e as campanhas eleitorais na internet, como a de Barack Obama.

“Os cidadãos têm que encontrar seu próprio meio de pensar através do labirinto da política do espetáculo e de imagens adulteradas que constroem sua percepção.” ( Manuel Castells em “O Poder da Comunicação” )

Dessa maneira, apesar de a internet se apresentar como um veículo no qual a comunicação é exercida de maneira democrática e autônoma, ela é construída em torno do poder de grandes empresas que, de alguma forma, são reguladas pelo governo. Um exemplo claro desse poder, é o esquema de espionagem, revelado por Edward Snowden em 2013, praticado pela NSA (Agência de Segurança Nacional) capaz de vigiar, praticamente, qualquer pessoa do planeta.

Talvez, um dos principais motivos para a criação desse esquema de espionagem dos Estados Unidos tenha sido o fato de que, durante a história, a autoridade do governo, de modo geral, era baseada no controle de informação. E, com a ascensão da internet, essa comunicação foi estabelecida de maneira mais livre, o que dá a sensação de perda de autoridade governamental.

Ainda falando sobre o poder público, Manuel Castells, conceitua o sigilo como uma ferramenta-chave dos governos para tomada de decisões em nome de seus cidadãos sem verdadeiramente informá-los. Isso se faz bastante presente quando se analisa a perda de privacidade dos cidadãos inseridos nas redes digitais: "A NSA construiu uma infra-estrutura que lhe permite interceptar quase tudo. Com esta capacidade, a grande maioria das comunicações entre seres humanos é automaticamente guardada sem discriminação. Se eu quisesse ver seus e-mails ou telefone de sua esposa, tudo que eu teria que fazer era usar os interceptadores. Posso obter seus e-mails, senhas, telefonemas, cartões de crédito." disse Snowden ao Jornal The Guardian, em 2013. E em 2015, ainda completa seu pensamento dizendo: “Por acaso queremos viver em uma sociedade na qual estamos completamente transparentes diante do governo, e este é totalmente opaco para nós?”

Posto isto, em uma sociedade de redes,