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Memória de Minhas Putas Tristes - Resenha

Por:   •  10/4/2015  •  Resenha  •  415 Palavras (2 Páginas)  •  351 Visualizações

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A velhice e o primeiro amor. Nessa situação se encontra o personagem criado por Gabriel García Márquez em meio a uma narração maravilhosa com poder de nos colocar dentro desse universo sem mesmo perceber.

Abordando temas como solidão, prostituição e o sexo na velhice, somos apresentados a um mundo onde só o vazio pode definir melhor. Escrevendo crônicas para um jornal todo domingo e fazendo críticas musicais há anos, o sábio triste se mantinha ocupado se divertindo nos prostíbulos da região nas horas vagas.

A relação entre o sexo e o dinheiro o deu a liberdade que tanto sonhara. Sem sentimentos, apenas orgasmos. Nesse estilo de vida tão comum quanto imaginamos, ele se manteve longe do amor e dos costumes da família tradicional, desrespeitando o desejo de sua mãe antes de falecer: constituir uma família.

Prestes a completar seu nonagésimo aniversário, ele resolve se presentear de uma maneira não muito espantosa, levando em consideração o enredo de sua vida, exceto pelo fato de que ele, desta vez, deseja uma prostituta virgem. Cabe a Rosa Cabarcas, dona de um puteiro e uma velha amiga, conseguir a moça, tarefa muito complicada e que exigiu um pouco de esforço.

Ao ver a jovem virgem dormir, o nonagésimo jornalista se apaixona instantaneamente. Ele sequer teve coragem de acordar sua pupila, deixando que o objetivo principal da noite fosse substituído apenas pela observação cautelosa do corpo nu e puro deitado naquela cama de bordel.

Com sua sexualidade mais branda, o personagem se limita a observar e imaginar sua amada de uma forma que ele nunca se encontrou a fazer. “O sexo é o consolo que a gente tem quando o amor não nos alcança”, diz ele em um dos seus pensamentos mais marcantes.

Após muitos encontros e poucas conversas, ele se vê perdidamente apaixonado pela jovem 76 anos mais nova que ele. Um amor sem maldade e sem malícia. Talvez por conta de sua idade e solidão, a juventude da criança o completa de uma forma jamais sentida.

O amor o fez se sentir no começo da vida. O amor o fez se sentir preenchido como jamais fora. O amor o fez esquecer as limitações de sua idade. O amor o fez vivo. O amor o fez feliz.

Com o desejo pretensioso de aniversário, o sábio conheceu a matéria prima para mantê-lo vivo. O amor idealizado e platônico floresceu em seu coração, que tão assustado com esse sentimento novo, se viu feliz pela primeira vez em seus 90 anos de vida.

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