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Obras de Michel Gondry - Módulo VideoClipe

Por:   •  22/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.643 Palavras (7 Páginas)  •  315 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FIAM-FAAM

ALLINE RESENDE

DAVID BORSERO

FERNANDA SANTANA

RHAYALLA CAVALCANTE

MÓDULO VÍDEOCLIPE

OBRAS DE MICHEL GODRY

SÃO PAULO – SP

2015

Alline Resende

David Borsero

Fernanda Santana

Rhayalla Cavalcante

MÓDULO VÍDEOCLIPE:

Obras de Michel Godry

Trabalho de avaliação regimental, apresentado para o curso de Rádio, Tv e Vídeo da FIAM-FAAM como requisito parcial de nota do segundo semestre.

Orientadora: Isabella Goulart.

São Paulo

2015

RESUMO

Neste trabalho iremos relacionar obras audiovisuais do cineasta Michel Godry, suas produções no âmbito digital acerca dos videoclipes e a matéria ministrada em aula do gênero. Destaque ao filme Brilho eterno de uma mente sem Lembranças e sua banda Oui Oui.

  1. Sobre o autor: Michel Gondry; características

O cineasta francês Michel Gondry mostrou, ao longo dos anos, ser um exemplo de continuidade poética e técnica, indo do clipe ao cinema, tornando-se um dos diretores mais citados como representante da influência do estilo do videoclipe no mundo cinematográfico. Gondry começa a realizar videoclipes de sua própria banda, chamada Oui Oui, no qual atuava como baterista. Identificando-se mais com a produção audiovisual do que com a musical, Michel Gondry passa a produzir vídeos para outros grupos, como o francês de rap IAM e a cantora Björk, no final dos anos 80 e início dos anos 90.


        Gondry opta pela ilusão em frente às câmeras; à ausência do corte, sendo o plano-sequencia uma de suas marcas registradas. As imagens poderosas e enigmáticas criadas por ele questionam a percepção de realidade, utilizando os recursos oferecidos pela mídia de forma extremamente inventiva e pueril. Gondry faz do videoclipe um campo de possibilidades, o qual ele usa a fim de explorar seu próprio universo intelectual e emocional. Ele se desprende da ideia da transição literal da letra da música em imagens, “deixando os músicos com os quais trabalha em segundo plano (…) e mesmo assim se mantém fiel ao espírito do clipe (como mídia), que é a ilustração para o som”, apoiando-se principalmente no ritmo da música e criando uma sequência de imagens rítmicas, tendo como fio narrativo um enredo geralmente ilógico.

Gondry busca fazer o efeito especial acontecer sempre diante das câmeras, usando o mínimo possível de efeitos digitais na pós-produção. A quebra de referenciais visuais, ângulos inusitados, falsas alterações de imagem, planos invertidos, projeções e sobreposições são alguns dos recursos muito utilizados por ele com maestria. Os recursos que ele utiliza não parecem datados, pois não ocorre o deslumbre técnico permitido pelo tempo da concepção, afinal, a técnica aqui é sabiamente usada em prol da história e a mensagem que se quer passar.

  1. Módulo: vídeoclipe

Ao iniciar sua carreira na produção de videoclipes, Michel Gondry explora um universo paralelo subjetivo em seus filmes, utilizando as estruturas da tendência digital no Cinema Contemporâneo.

Na década de 60 é possível identificar os primeiros passos do videoclipe como linguagem.  As grandes produtoras passaram a produzir pequenos filmes musicais para divulgar seus grupos e artistas. Muitas vezes usavam trechos de shows ou vídeos produzidos especificamente para apresentações. O vídeo trouxe a ampliação de alguns códigos e convenções desenvolvidos pela televisão para a representação visual da música, dentre deles destaca-se a edição de imagens mais ritmada, sincronizando com o ritmo da música ou com a sua letra.

Com a substituição da película para a captura audiovisual, foram abertas novas possibilidades criativas. Desde a atuação artística dos artistas, contamos com sobreposições, inversões e alterações de cores, colagem, incrustações e efeitos videográficos de pós-produção nessa fase renovada da televisão e da música.

No início dos anos 80, os videoclipes ganham mais popularidade e em 1981 a TV ganha um canal especializado em suas exibições, a MTV. No final de 1992 começa a listar o nome dos diretores junto com o nome do artista e da música, dando uma cara mais artística ao vídeo e não só como produto comercial, para alavancar as vendas. Dando inicio a uma fase que dava mais importância para o valor estético e para a qualidade visual.

  1. Filme

Em Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, Gondry busca abordar questões clássicas de forma surpreendente e inovadora, misturando o surreal e o comum em narrativas temporalmente fragmentadas. Um encontro ideal de mentes inventivas e compulsivas.

O filme retrata a vida amorosa de Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet). Um casal que logo no inicio da trama, procura meios um tanto quanto incomuns, de se apagarem da mente um do outro. A saída é um tratamento experimental da Lacuna Inc. que com um método invasivo, cria um mapa de recordações no cérebro e as apaga enquanto o paciente dorme.

A primeira característica destacada é a utilização de Flash Forwards, que mostra uma cena antecipada, ocorrida posteriormente ao presente da ação. Como no início do filme o reencontro do casal que seria no caso uma parte do final do filme.  

Durante a história, é exigido esforço do espectador para que tudo faça sentido na primeira vez, e tal complexidade funciona como um convite a assistir ao filme inúmeras vezes, a fim de descobrir o que foi perdido. Enquanto o filme acompanha as memórias de Joel de trás para frente, o núcleo narrativo dos profissionais da Lacuna Inc. trata de manter o filme numa estrutura linear convencional, mantendo dois núcleos dramáticos com linhas temporais opostas.

No filme, Gondry aplica esse teor high-tech e a ironia dos equipamentos usados para “o apagar das memórias” como os arquivos em papel, fitas cassete, gravadores e toda essa linguagem que nos remete aos Sistemas operacionais dos Jogos Atari. Ele também se distancia desse subgênero fazendo um questionamento à realidade quando utiliza tecnologia e recursos digitais dando vida aquele mundo incorporado pelas mídias digitais.

Essas informações e cenas de apresentação e reconhecimento são típicas de ficção científica e libera o diretor para usar efeitos visuais com esse feeling naturalista, como os sumiços de Clementine das recordações de Joel, os rostos borrados e as transições surrealistas, por exemplo, Joel saindo de um cômodo para outro que revela ser o interior da livraria onde Clementine trabalhava.

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