Publicidade positiva

PUC MINAS - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Rayanne Marques

Publicidade positiva

Belo Horizonte

2016

Há duas formas distintas de se fazer publicidade e fazer com que seu potencial consumidor adquira um produto ou torne-se adepto a uma marca ou ideologia, através da publicidade positiva ou da publicidade negativa.

A publicidade positiva trata-se de uma publicidade que mostra ao seu consumidor os benefícios dele adquirir determinado produto, serviço ou fidelizar-se a uma determinada marca. Já publicidade negativa consiste em mostrar os pontos negativos de não mudar um determinado comportamento e ataques, mostrando os pontos negativos de uma empresa concorrente.

É um pensamento equivocado acreditar que somente a publicidade positiva vai levar um individuo a consumir algo e a publicidade negativa vai servir para repelir seu cliente, cada tipo de publicidade pode persuadir o consumidor se usados da maneira certa e no momento certo. Uma publicidade negativa, por exemplo, que ataca seus concorrentes mostrando os pontos fracos e contrapondo com as vantagens de seu produto ou serviço será de grande eficácia de persuasão. Já uma publicidade extremamente otimista e que mostre benefícios fora do real terá uma repulsão do seu potencial consumidor por achar que o que está sendo anunciado não condiz com a realidade.

É preciso cuidado quando sua publicidade consiste só em falar mal do concorrente, pois pode levar seu consumidor a pensar que a real razão disso é porque sua marca não tem nada de positivo a oferecer.

Um exemplo clássico de propagandas negativas e de pouca eficiência são as campanhas anti-fumo que vem no verso dos maços de cigarro.[pic 1]

As propagandas de cigarro nos mostram as consequências de fumar, mas não nos apresenta qual atitude a ser tomada nem os pontos positivos de não fumar e a presença de imagens tão impactantes que deveriam no primeiro momento repelir o consumidor do cigarro, não tem tal efeito, pois tais cenas impactantes que explicitam a miséria humana são veiculadas na mídia o tempo todo e isso causa certa “anestesia” nos indivíduos, fazendo com que eles não se choquem mais ao ver imagens do tipo.

“A maior parte das pesquisas sobre o assunto indica que essas mensagens negativas são mais eficazes quando o anunciante usa apenas uma ameaça moderada e quando o anúncio apresenta uma solução para o problema. Do contrário, os consumidores ignorarão o anúncio porque não podem fazer nada para solucionar a ameaça.” (SOLOMON, 2002, p.333).

[pic 2]

Outro exemplo de publicidade negativa é quando uma empresa ataca a outra como nessa propaganda da Oi em que ela fala de uma suposta operadora concorrente que está enfrentando problemas com a implementação de uma nova tecnologia, porém no final do anúncio ele deixa explicito de uma forma bem sutil que a operadora trata-se da Claro. Podemos ver que em momento nenhum a Oi apresenta pontos positivos de seus serviços, sua publicidade consiste basicamente em difamar outra operadora, mas de maneira bem sútil uma vez que a prática de atacar empresas concorrentes nos anúncios é proibida por lei no Brasil.

Um exemplo de publicidade positiva é esta propaganda de manteiga da Becel que traz uma descrição da composição de seu produto e associa aos benefícios que o consumo do mesmo pode trazer para a saúde de seus clientes.

[pic 3]

Não podemos resumir a publicidade somente se o anúncio traz ideias positivas ou negativas, não se vendem mais somente produtos, mas sim uma marca e sua imagem está associada as ações da para com o meio no qual a empresa está inserida. O consumidor se tornou mais exigente, não basta mais ter um produto de qualidade é necessário que as empresas se preocupem com sustentabilidade, tenham algum projeto social, não reproduzas discursos de preconceito e intolerância e são esses diferenciais que vão fazer com que um consumidor condizendo com seus valores morais opte por uma determinada marca e não sua concorrente.

Por que com um consumidor atual tão exigente ainda existem tantas propaganda machistas com a objetificação da mulher, como no caso das propagandas de cerveja? O efeito de uma propaganda nos indivíduos varia de acordo com a proximidade dos valores morais que a empresa transmite e os valores morais de seu consumidor. Por exemplo, uma pessoa que é contra os maus tratos aos animais provavelmente não consumira um produto conscientemente de uma empresa que não incentiva o uso de couro sintético. Porém propagandas como as de cerveja ainda existem, pois ela tem que comunicar com consumidores com preconceitos, colocando nas propagandas a essência dos pensamentos dessa grande massa, mas uma parcela da sociedade mais crítica já não aceita esse tipo de publicidade que fere com os direitos humanos.