Ética e Comunicação - Relação entre os conceitos
Por: maimuller • 7/6/2017 • Trabalho acadêmico • 2.513 Palavras (11 Páginas) • 311 Visualizações
UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
ÉTICA E COMUNICAÇÃO
Alunos: Andrei Kapelinski, Camila Kommers, Larissa Bernardi, Maiara Vincensi, Martiele Santiago
Disciplina: Filosofia e Ética
Professor: Valdir Kinn
Ijuí, 31 de maio de 2017.
INTRODUÇÃO
Elaborar um texto que abranja o fenômeno da comunicação e sua relação com a ética é, no mínimo, um desafio. Se buscará, através da pesquisa bibliográfica, aportes conceituas para melhor compreender o que é a comunicação, antes de aproximá-la da ética. Ao estudar o papel do Jornalismo na sociedade, se tentará proceder a essa aproximação, dado que tal forma de comunicação – o Jornalismo – é essencial na atualidade. Como terceiro ponto, será abordada a era da excessividade informativa, buscando uma reflexão acerca da montanha de informações que se tem acesso hoje, porém, muitas delas sem a profundidade necessária. Por fim, será trazido ao texto o viés de que a ética deve ser um meio para se alcançar a qualidade jornalística, para que a população seja bem informada.
1. Fundamentos filosóficos da comunicação
Em primeira mão, deve-se ter em mente que as discussões sobre ética e comunicação consideram um conjunto de pressupostos práticos e teóricos de diferentes momentos históricos. Para falar de ética na comunicação, primeiro é preciso entender o que é o fenômeno da comunicação e seus fundamentos filosóficos.
De modo prático, comunicação é “um campo de conhecimento acadêmico que estuda os processos comunicacionais da sociedade, abrangendo diversas modalidades da comunicação, entre elas o Jornalismo” (OLIVEIRA, 2014). Na sua etimologia, comunicação deriva do termo latino "communicare", que significa "partilhar, tornar comum". É através da comunicação que os seres partilham diferentes informações entre si, tornando o ato de comunicar uma atividade essencial para a vida em sociedade. (FIGUEIRA, 2017).
A comunicação é um dos fenômenos mais importantes da socialização. Marques de Melo (apud PERLES, 2017), ao falar em processo de comunicação, e por isso cabe também uma rápida inspeção no termo “processo”. Heráclito destacou a importância do conceito de processo, ao declarar que um homem não pode entrar duas vezes no mesmo rio; o homem será diferente e assim também o rio. Sousa (apud PERLES, 2017) assume o conceito de comunicação, como processo, em razão de que o termo designa um fenômeno contínuo, com sua evolução em interação.
Na filosofia, segundo Perles (2017), a teoria do conhecimento está voltada para três aspectos importantes do saber: Existe algo? É possível conhecer? Pode-se transmitir? A comunicação, por sua vez, está envolta nas mesmas indagações, invertendo-se apenas a colocação do problema: Pode-se comunicar (transmitir)? O que se comunica se conhece? O que se conhece existe?
Como um fenômeno humano, a comunicação supõe consciência e se desenvolve a partir da linguagem compartilhada, tornando-se assim um fenômeno social com características, valores e dinâmica especifica que abarcam diferentes maneiras de comunicar. Como surge da necessidade do ser humano de se relacionar, a comunicação envolve mais de uma pessoa, mas não se reduz ao modelo que, por muito tempo, foi utilizado para conceituar a comunicação. (OLIVEIRA, 2014).
Através da comunicação é possível o relacionamento com diferentes pessoas e em diferentes ambientes, tornando o ato de comunicar uma atividade essencial na vida em sociedade. A comunicação pode ser feita de muitas formas como, gestos, palavras olhares, movimento do corpo. Então, é impossível ficar sem se comunicar, só com ela se adquire conhecimentos e se consegue socializar, porque “a comunicação é uma necessidade básica da pessoa humana, do homem social”. (BORDENAVE, 1997, p. 19).
2. O papel do Jornalismo na sociedade
Sendo a comunicação condição primeira para a socialização humana, é correto dizer que não se tem mais dúvida de que os meios de comunicação possuem papel central nas sociedades contemporâneas. Em especial, o Jornalismo, é meio vital para a organização da vida em sociedade. Por isso, é possível visualizar que:
Os fluxos de conteúdos simbólicos atingem e, de certa maneira, conformam, todos os setores da vida social: a política, a economia, a cultura, o espaço público e o privado e suas inter-relações, as relações sociais e a constituição da própria subjetividade individual e realidade social. Essa conformação, em grande medida, depende de quem controla as informações que circulam no espaço público contemporâneo. (OLIVEIRA, 2014, p. 176).
O Jornalismo, em função de sua natureza histórica e por ser legitimado socialmente, perpetra-se como um mediador fundamental do espaço público, circulando informações sobre assuntos considerados relevantes para a população e para a vida democrática. Assim, adquire o Jornalismo papel fundamental no processo comunicacional, visto que sua função é informar a sociedade, para a construção da democracia e da cidadania. (OLIVEIRA, 2014).
Contudo, tal função social “tende a ficar comprometida à medida que empresas jornalísticas e jornalistas se submetem a outros interesses – privados (políticos ou econômicos) – que não os relativos ao interesse público”. (OLIVEIRA, 2014). Se deve o Jornalismo prezar pela liberdade de expressão e também pelo direito à informação, deve basear-se em critérios de verdade e de objetividade, ou seja, em princípios que alicerçam sua atividade e que deveriam ser o norte para o exercício profissional.
Importante destacar também que existe uma questão, nos dias atuais, que pode estar provocando a perda do tradicional controle que o Jornalismo exercia, sobre o que deveria ou poderia ser tornado público, questão essa que é composta pelas novas tecnologias de comunicação e informação. Tais novas formas estão produzindo intensas transformações no processo comunicativo jornalístico, o que acaba gerando problemas éticos nunca vistos para a sociedade. (OLIVEIRA, 2014).
3. A Era das informações instantâneas e múltiplas
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