A Atitude Científica
Trabalho Escolar: A Atitude Científica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: darinha • 4/4/2013 • 1.070 Palavras (5 Páginas) • 1.576 Visualizações
Capítulo 1
A atitude científica
O senso comum
A atitude científica é direfente do senso comum ,por que o senso comum é um conhecimento popular passado de geração em geração e acumulado ao longo da vida, como os ditos populares que são tidos como verdades e seguidos pelas pessoas.
A atitude científica
Antes de qualquer coisa, a ciência desconfia da veracidade de nossas certezas, de.
Nossa adesão imediata às coisas, da ausência de crítica e da falta de curiosidade.
Por isso, ali onde vemos coisas, fatos e acontecimentos, a atitude científica vê
Marilena Chauí
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problemas e obstáculos, aparências que precisam ser explicadas e, em certos
casos, afastadas.
Sob quase todos os aspectos, podemos dizer que o conhecimento científico opõese
ponto por ponto às características do senso comum:
? é objetivo, isto é, procura as estrutur as universais e necessárias das coisas
investigadas;
? é quantitativo, isto é, busca medidas, padrões, critérios de comparação e
avaliação para coisas que parecem ser diferentes. Assim, por exemplo, as
diferenças de cor são explicadas por diferenças de um mesmo padrão ou critério
de medida, o comprimento das ondas luminosas; as diferenças de intensidade dos
sons, pelo comprimento das ondas sonoras; as diferenças de tamanho, pelas
diferenças de perspectiva e de ângulos de visão, etc.;
? é homogêneo, isto é, busca as leis gerais de funcionamento dos fenômenos, que
são as mesmas para fatos que nos parecem diferentes. Por exemplo, a lei
universal da gravitação demonstra que a queda de uma pedra e a flutuação de
uma pluma obedecem à mesma lei de atração e repulsão no interior do campo
gravitacional; a estrela da manhã e a estrela da tarde são o mesmo planeta,
Vênus, visto em posições diferentes com relação ao Sol, em decorrência do
movimento da Terra; sonhar com água e com uma escada é ter o mesmo tipo de
sonho, qual seja, a realização dos desejos sexuais reprimidos, etc.;
? é generalizador, pois reúne individualidades, percebidas como diferentes, sob
as mesmas leis, os mesmos padrões ou critérios de medida, mostrando que
possuem a mesma estrutura. Assim, por exemplo, a química mostra que a enorme
variedade de corpos se reduz a um número limitado de corpos simples que se
combinam de maneiras variadas, de modo que o número de elementos é
infinitamente menor do que a variedade empírica dos compostos;
? são diferenciadores, pois não reúnem nem generalizam por semelhanças
aparentes, mas distinguem os que parecem iguais, desde que obedeçam a
estruturas diferentes. Lembremos aqui um exemplo que usamos no capítulo sobre
a linguagem, quando mostramos que a palavra queijo parece ser a mesma coisa
que a palavra inglesa cheese e a palavra francesa fromage, quando, na realidade,
são muito diferentes, porque se referem a estruturas alimentares diferentes;
? só estabelecem relações causais depois de investigar a natureza ou estrutura do
fato estudado e suas relações com outros semelhantes ou diferentes. Assim, por
exemplo, um corpo não cai porque é pesado, mas o peso de um corpo depende
do campo gravitacional onde se encontra – é por isso que, nas naves espaciais,
onde a gravidade é igual a zero, todos os corpos flutuam, independentemente do
peso ou do tamanho; um corpo tem uma certa cor não porque é colorido, mas
porque, dependendo de sua composição química e física, reflete a luz de uma
determinada maneira, etc.;
Convite à Filosofia
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? surpreende-se com a regularidade, a constância, a freqüência, a repetição e a
diferença das coisas e procura mostrar que o maravilhoso, o extraordinário ou o
“milagroso” é um caso particular do que é regular, normal, freqüente. Um
eclipse, um terremoto, um furacão, embora excepcionais, obedecem às leis da
física. Procura, assim, apresentar explicações racionais, claras, simples e
verdadeiras para os fatos, opondo-se ao espetacular, ao mágico e ao fantástico;
? distingue-se da magia. A magia admite uma participação ou simpatia secreta
entre coisas diferentes, que agem umas sobre as outras por meio de qualidades
ocultas e considera o psiquismo humano uma força capaz de ligar-se a
psiquismos superiores (planetários, astrais, angélicos, demoníacos) para provocar
efeitos inesperados nas coisas e nas pessoas. A atitude científica, ao contrário,
opera um desencantamento ou desenfeitiçamento do mundo, mostrando que nele
não agem
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