A Comparação Descartes vs Hume
Por: philippa.uni • 6/3/2021 • Trabalho acadêmico • 986 Palavras (4 Páginas) • 1.331 Visualizações
- Introdução
No âmbito da disciplina de filosofia, foi me proposto a realização de um trabalho sobre a comparação entre duas teorias explicativas do conhecimento. Estas teorias são personificadas no pensamento de Rene descartes e David Hume, respetivamente.
A partir de onde temos capacidade para conhecer? Esta foi uma das dúvidas que dividiu Descartes e Hume que tomaram posições diferentes: o racionalismo e o empirismo, respetivamente. Descartes acredita que a razão é a fonte de conhecimento verdadeiro – racionalismo. Devidamente guiada pelo método, a razão poderá alcançar conhecimentos evidentes, claros e distintos e independentes da experiência, ou seja, conhecimento a priori. Pelo contrário, Hume afirma que todo o conhecimento provém da experiência, conhecimento a posteriori, e todas as ideias acabam por ter uma origem empírica – empirismo. Deste modo, também as ideias que conduzem a proposições evidentes e necessárias derivam, em última análise, da experiência.
- Origem do conhecimento de Descartes
Para atingir o conhecimento, Descartes desenvolveu o seu próprio método baseado sobretudo na dúvida, base do ceticismo. A dúvida em Descartes é metódica, ou seja, este coloca em questão tudo aquilo em que acreditamos para encontrar algo indubitável. O filósofo firma, no Discurso, que para se chegar ao conhecimento é necessário que se negue “como absolutamente falso” tudo aquilo em possamos imaginar a menor dúvida desde a existência de um mundo ou de dois mais três serem cinco. A partir daí, ou seja, começando pelos pensamentos mais simples e mais fáceis de conhecer, deve-se chegar, a pouco e pouco, até aos pensamentos mais complexos.
É através deste método que Descartes chega às suas três conclusões mais importantes: a existência do ser humano, a partir da inferência “Penso, logo existo”, mais conhecida por cogito, a existência de Deus concluindo que se Deus é sumamente bom, não é um ser enganador. Cada um de nós pode estar certo, então, tudo aquilo que se entende com toda a clareza e distinção é verdade (ultrapassa assim o ceticismo). E chega ainda a última conclusão sobre o conhecimento do mundo físico, elimina assim todas as dúvidas em relação à sua realidade. Podemos estar certos de que as nossas perceções sensíveis representam objetos físicos. No entanto, a mente não é um objeto físico. Um objeto físico para descartes é uma substância extensa, ou seja, uma coisa cuja propriedade fundamental é a extensão. Esta consiste em ocupar espaço. Uma mente pelo contrário, é uma substância pensante. O filósofo sugere uma conceção dualista dos seres humanos pois somos constituídos por duas substâncias: a mente e o corpo. Embora estas sejam distintas, interagem causalmente.
Em relação à origem das ideias, René diz que para além das ideias fatídicas e adventícias, existem ideias inatas. Estas são conceitos que derivam apenas do nosso poder de pensar e é possível obter o verdadeiro conhecimento, mediante as operações essenciais: a intuição e a dedução.
Usando a dúvida, descartes adotou um ceticismo metódico, mas uma vez que deposita inteira confiança na razão, podemos, de certo modo, inseri-lo no campo do dogmatismo.
- Origem do conhecimento de Hume
David Hume foi bastante crítico em relação ao pensamento de Descartes e avançou com a sua própria tese. Para Hume existem dois tipos de perceções: impressões e ideias. As impressões diferenciam-se das ideias pela sua maior vivacidade. Segundo o princípio da cópia, todas as ideias derivam de impressões. Hume nega a existência de princípios evidentes inatos em nós. Para ele, todo o conhecimento é como que uma cópia de algo, cujo objeto já tivemos acesso de alguma maneira. David Hume rejeita “todo o tipo de ilusões metafísicas”, toda
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