A Epistemologia
Por: Declef M • 17/4/2017 • Resenha • 1.255 Palavras (6 Páginas) • 282 Visualizações
1. Conhecimento
A epistemologia é uma das disciplinas centrais da Filosofia. De um modo geral a epistemologia ou teoria do conhecimento dedica-se ao estudo da natureza do conhecimento dos seus requisitos e limites.
1.1. Tipos de Conhecimento
De acordo com José Neto, existem três tipos de conhecimentos, a saber:
• Conhecimento Proposicional- o objecto do conhecimento é uma proposição verdadeira, esta encontra-se indicada por uma cláusula. A cláusula “que”.
• Conhecimento do Saber-Fazer- consiste em saber realizar uma determinada actividade. Por exemplo andar de bicicleta.
• Conhecimento por contacto- entre coisas que julgamos saber, intuitivamente. Conta-se ainda um terceiro tipo de conhecimento, não é uma proposição nem é uma actividade, mas sim um objecto.
Dentre estes três tipos de conhecimentos, apesar da importância de cada um, a maior atenção dos filósofos recai sobre o conhecimento proposicional. Primeiramente pelo facto de grande parte do conhecimento científico ser deste tipo. Os outros são importantes, porém menos sofisticados e os animais também possuem. Daí o facto de se precisar necessidades cognitivas relativamente aprimoradas para a aquisição de conhecimento proposicional. Algo que os animais não possuem. Logo, não é de se estranhar que os filósofos tenham dado maior atenção a esta noção de conhecimento.
1.2. O que é o conhecimento?
A primeira coisa que verificamos é que o conhecimento é uma relação entre o que conhece e o conhecido (o sujeito e o objecto). Os elementos fundamentais do conhecimento são: a crença, que é uma condição necessária para o conhecimento. Sem crença não há conhecimento, mas ela não é o único elemento fundamental para o conhecimento, existe também a facticidade pois pode-se acreditar em coisas falsas, mas não conhecer coisas falsas.
2. Justificação
O conhecimento e a justificação estão intimamente relacionados, sem justificação epistémica não há conhecimento. Portanto é fundamental que se compreenda a justificação epistémica para que se compreendamos o conhecimento. Discorrer-se-á nesta secção sobre a justificação, em que medida está ou não uma crença justificada. E o que faz dela uma crença justificável.
O conceito de justificação epistémica é normativo. Não descreve as coisas tal e qual elas são, mas sim, descrevem-na como deveriam ser. Deste jeito opõem-se da concepção descritiva que relata as coisas tal como elas são.
A justificação apesar de não garantir a verdade, indica-a, porém, de um modo falível. Outro aspecto importante da justificação é o facto de ter graus. Quanto mais fortes forem as razões de alguém a favor da verdade de uma determinada crença, maior será o seu suporte epistémico ou o nível de justificação.
2.1. O problema do regresso
A estrutura justificativa das nossas crenças apresenta-se da seguinte forma:
a) A cadeia justificativa regride infinitamente;
b) A cadeia justificativa volta-se sobre si própria, como num circulo;
c) A cadeia justificativa para numa crença não justificada por outras crenças.
Conhecido como o trilema de Agripa, em homenagem ao filosofo grego antigo Agripa. Trilema por apresentar três opções pouco atraentes perante ao problema do regresso. As opções definidas pelos epistemólogos para resolver o problema são as opções B e C.
2.2. Fundacionalismo.
Os fundacionalistas defendem a opção três do trilema. Segundo eles, é que as crenças são autojustificáveis, isto é, elas justificam-se, de algum modo, a si próprias. O que está em causa é distinção entre dois tipos de crenças. As justificadas inferencialmente justificáveis por meio de outras e as crenças não justificadas inferencialmente. A ultima também designada por crenças fundacionais ou básicas.
De acordo com o fundacionalismo cartesiano, para que as crenças básicas sirvam de suporte epistémico têm de ser indubitáveis, infalíveis e autoevidentes. O outro problema é que o domínio das crenças com estas qualidades, são demasiado restritos para serem usadas. Ou teremos de alargar o domínio destas para que a resposta fundacionalista dê resposta ao problema do regresso.
2.3. Coerentismo
O coerentismo surge como reação ao fundacionalismo. Negam que só apelando as crenças básicas ou fundacionais possamos parar o regresso na cadeia justificativa. Defendem a opção B do trilema de Agripa. Para eles toda a justificação é inferencial, no sentido de que todas as crenças se encontram apoiadas por outras crenças.
Muito coerentistas defendem a teoria atacando o fundacionalismo. Argumentam que o fundacionalismo tem problemas intratáveis e que se deve ser rejeitado em prol do coerentismo. Mas o coerentismo também é defendido com base na ideia que está mais próximo do modo como de facto apoiamos as nossas crenças.
3. Percepção
A percepção, que inclui a visão, o tacto, o olfato, o paladar e a audição, é uma das fontes mais importantes de aquisição de conhecimento acerca do mundo. A percepção é tão importante que sem ela nada poderíamos descobrir acerca do mundo exterior. Os erros perceptivos podem ser divididos em dois tipos: as ilusões
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