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A FILOSOFIA DE MAURICE MERLEAU-PONTY

Por:   •  10/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  992 Palavras (4 Páginas)  •  389 Visualizações

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA

PETRÓLEO E GÁS – INTEGRADO

FILOSOFIA

RIKART DE OLIVEIRA SOUZA

A FILOSOFIA DE MAURICE MERLEAU-PONTY

        

Simões Filho

2017

RIKART DE OLIVEIRA SOUZA

A FILOSOFIA DE MAURICE MERLEAU-PONTY

Trabalho de Fichamento/ Resenha apresentado como requisito parcial para a aprovação na disciplina de Filosofia, do curso de Petróleo e Gás Natural, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia.

Professor: Cainan Freitas

Simões Filho

2017

RESENHA

A filosofia de Merleau-Ponty é voltada para o mundo da percepção, o qual podemos acessar por meio dos nossos sentidos e pela experiência adquirida ao longo da vida. Nos primeiros capítulos de seu livro “Conversas”, publicado em 1948 pela Editora Seuil em paris, logo se percebe a utilização da arte e ciência como ferramentas e objetos de sua filosofia.

Para os franceses, em sua maioria, a ciência é a chave de tudo, ela é a detentora do poder, do conhecimento e de todas as respostas, ou pelo menos de quase todas. Se um cientista afirma algo que contrarie qualquer teoria provida dos sentidos, ele tem a razão, a ciência é o melhor caminho para a obtenção de respostas, pois ela tem uma forte característica aos olhos dos franceses e de grande parte do planeta, a verdade. Essa filosofia não faz parte de um pensamento único, esse olhar de conhecimento científico como fonte “desmistificadora” do mundo perceptível está presente em diversos momentos e obras da filosofia francesa.

Uma afirmação frequente encontrada nessa obra de Merleau-Ponty é que as coisas que conhecemos pela experiência de vida não são as coisas verdadeiras, a coisa verdadeira é definida pelos detalhes e características únicas que a identificam como sendo aquilo que ela é. O que é definido pelos sentidos não é verdadeiro, mas sim o que provém do conhecimento. “A verdadeira cera não é vista com os olhos. Só podemos concebê-la pela inteligência. ” (Merleau-Ponty, 1948)

A percepção é como um míope, enxerga o objeto de maneira embaçada, mas fornece uma ideia do que ele é., por outro lado, a ciência é uma visão que tende a ser precisa na definição do objeto. Porém, desde o fim do século XIX, os cientistas começaram a considerar o conhecimento trazido pela ciência, não mais como resposta final e verdade, mas como uma visão que pode ser aperfeiçoada a cada nova pesquisa, para enfim alcançar o significado pleno de algo. “Os cientistas habituaram-se a considerar suas leis e suas teorias, não mais como a imagem exata do que acontece na natureza, mas como esquemas sempre mais simples do que o evento natural, destinados a serem corrigidos por uma pesquisa mais precisa. “(Ponty,1948)

Com o passar dos tempos essa busca interminável pela definição plena e verdadeira de tudo deixou de ser uma luta sem fim, “O cientista de hoje não tem mais a ilusão, como o do período clássico, de alcançar o âmago das coisas, o próprio objeto “. Essa busca ilusória só teve o seu fim, quando se percebeu que a definição de um objeto é relativamente dependente do observador, e levando-se em consideração que cada um tem o seu modo de ver as coisas e que cada objeto transmite um sentimento diferente ao observador, uma só interpretação não deve se submeter às demais.

A arte é uma, senão a maior fonte de sentimentos e percepções do mundo, é uma fonte de conhecimento que ignora os limites da ciência, reescrevendo seu significado a cada novo olhar. Se nos guiarmos pela percepção, poderemos enfim compreender uma obra de arte.

A pintura, a mais conhecida arte, muitas vezes pode ser confundida com a representação de um ser ou objeto, o que não é sua finalidade. Como dizia Braque, a pintura não busca “reconstituir um fato anedótico”, mas “constituir um fato pictural”, ou seja, a pintura não é uma imitação das coisas do mundo, ela atribui um novo significado as coisas a partir do momento em que passa de uma visão do artista para uma obra de arte. Ela é o seu próprio mundo.

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