A CRÍTICA DE MERLEAU-PONTY AO INTELECTUALISMO CARTESIANO
Por: p4ul02ooo • 17/11/2015 • Tese • 24.009 Palavras (97 Páginas) • 629 Visualizações
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CENTRO DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS HUMANAS
LICENCIATURA EM FILOSOFIA
PAULO ROGÉRIO PEREIRA COSTA
A CRÍTICA DE MERLEAU-PONTY AO INTELECTUALISMO CARTESIANO
CURITIBA
2013
PAULO ROGÉRIO PEREIRA COSTA[pic 2]
A CRÍTICA DE MERLEAU-PONTY AO INTELECTUALISMO CARTESIANO
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná PUCPR, como requisito parcial à obtenção ao título de Licenciado em Filosofia.
Orientador: Prof. Dr. Ericson Sávio Falabretti.
CURITIBA
2013
PAULO ROGERIO PEREIRA COSTA
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A CRÍTICA DE MERLEAU-PONTY AO INTELECTUALISMO CARTESIANO
Monografia apresentada ao curso de Licenciatura em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná PUCPR, como requisito parcial à obtenção do título de Licenciado em Filosofia.
COMISSÃO EXAMINADORA
____________________________Professor
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
____________________________Professor
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
____________________________Professor
Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
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“A verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo”.
Maurice Merleau-Ponty.
RESUMO[pic 5]
Este trabalho investigou os conceitos de corporeidade e subjetividade presentes nas obras cartesianas Meditações Metafísicas e Paixões da Alma. Procuramos, também, apresentar a crítica de Merleau-Ponty sobre o mecanicismo cartesiano conforme a obra Fenomenologia da Percepção. Para Descartes, de modo geral, o mundo é aquilo que pensamos e julgamos. O cogito tem um papel constituinte da realidade. Nesse sentido, o pensamento interroga e interpreta o mundo, enquanto o outro não passa de um objeto sob esse julgamento. Mas, por outro lado, também encontramos nos textos cartesianos, como na última Meditação Metafísica, o papel expressivo do corpo. Nesse caso, o corpo diferente de uma concepção estritamente mecanicista, interroga o espírito e nos faz conhecer através das suas experiências - fome e sede – a ligação essencial entre o corpo e a alma. Nesse sentido analisamos criticamente as contribuições e os limites do pensamento cartesiano para uma fenomenologia do corpo. Por este caminho, procuramos apresentar os fundamentos de uma antropologia fenomenológica, precisamente acerca da união substancial entre corpo e a alma. Optamos por tratar num primeiro momento o conceito central da filosofia cartesiana que é o pensamento, o cogito. Depois, apresentamos a noção de corpo expressivo proposto por Descartes. Na terceira e última parte do trabalho discutimos a crítica de Merleau-Ponty em relação à corporeidade e subjetividade presentes na filosofia cartesiana. Percebido de forma obscura e “incompleta” o corpo e o outro, na filosofia de Descartes, não passam de objetos entre as coisas. Merleau-Ponty afirma que a união do corpo e da alma é originária, e o corpo e a percepção são os operadores entre o fisiológico e o psicológico e ambos são orientados para um mesmo mundo.
Palavras-chave: Pensamento, Cogito, Corpo e Percepção.
SUMÁRIO[pic 6]
INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO DA PROBLEMÁTICA............................. 7
1 DESCARTES E O “PENSAMENTO” EM PERSPECTIVA......................................... 12
1.1 SOBRE A NOÇÃO CARTESIANA DE PENSAMENTO............................................... 13
1.2 FUNÇÕES DO COGITO CARTESIANO........................................................................ 22
2 DESCARTES E O “CORPO” EM PERSPECTIVA
2.1 O CORPO.......................................................................................................................... 24
2.2 APRESENTAÇÕES E CONSIDERAÇÕES DAS FUNÇÕES VOTIVAS DA ALMA E SUA RELAÇÃO COM O CORPO......................................................................................... 28
2. 3 MOVIMENTO E COMPORTAMENTO NO PLANO SUBSTANCIAL....................... 31
3 A CRÍTICA FENOMENOLÓGICA DE MERLEAU-PONTY AO INTELECTUALISMO CARTESIANO
3.1 MERLEAU-PONTY E A SUPERAÇÃO DO INTELECTUALISMO CARTESIANO........................................................................................................................ 42
3. 2 CORPO E PERCEPÇÃO EM MERLEAU-PONTY........................................................ 44
3. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................... 57
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 59
INTRODUÇÃO [pic 7]
A filosofia cartesiana privilegia o pensamento e a contemplação e, isso, significa recusar o aspecto cultural de nossa existência e, ainda, o esquecimento de nossas percepções enquanto sujeito corporal. Assim, Merleau-Ponty inaugura uma longa tradição intelectualista e diz que o pensar não está vinculado ao corpo e à percepção. Pois o racionalismo intelectualista de Descartes estabeleceu o primado de que a consciência deveria prevalecer sobre a sensibilidade. Então, o objetivo central dessa pesquisa é apresentar - sob o método vertical[1] -, como o pensador Merleau-Ponty retoma o conceito de corpo e percepção que de certo modo foi negado na tradição filosófica moderna, sobretudo em Descartes. Tendo essa intenção em mente, a pergunta central dessa pesquisa pode ser assim enunciada: qual a crítica merleau-pontyana em relação a corporeidade e subjetividade na filosofia cartesiana?
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