A Função Social do Filósofo
Por: Vanpyroka • 5/9/2018 • Trabalho acadêmico • 3.704 Palavras (15 Páginas) • 814 Visualizações
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Universidade de Brasília
Vinicius Arantes Leão-180028782 Filosofia Noturno-IPF Gilberto Tedéia |
- Tendo como alicerce o texto “Função social do filósofo” de Franklin Leopoldo e Silva, é possível distinguir e analizar duas possibilidades de desenvolver qual seria a função social do filósofo.A primeira discorreria sobre qual é a função do filósofo, tendo como base uma reflexão histórica que conduziria a descobrir como o filósofo se encaixa atualmente.Já a segunda se remete a refletir sobre qual deve ser a função social do filósofo.Conferindo à filosofia uma rumo a se seguir, uma finalidade, ditando como o filósofo deve se portar ao refletir sobre o presente histórico e até mesmo sobre o passado.Cabe ressaltar que estas duas perspectivas não são excludentes, mais sim complementares, ao passo que se houver uma indagação histórica, saber qual deve ser a ação a se tomar futuramente se torna bem mais compreensível.
Neste contexto, descobrir tal função se mostra tarefa fácil, porém varias complicações se apresentam pelo caminho.Em relação a primeira perspectiva, o problema principal sabe apresenta em qual critério deve ser abordado para se selecionar o momento histórico e os autores que serão contemplados para se definir a função social do filósofo.Do ponto de vista da segunda perspectiva o problema principal é que esta depende de uma determinada concepção da filosofia, sendo que é a partir desta que se torna possível determinar uma função social ao filósofo.Porém haveria a necessidade escolher a concepção mais adequada, para limitar o campo de atuação de tal profissional.
É impossível resolver estes impasses, mas é possível, momentaneamente, evitá-los, ganhando assim tempo para refletir acerca de soluções plausíveis, que serão aplicadas ao reencontrar com tais questões.
O autor em uma primeira reposta a pergunta cita Sócrates como o exemplo mais claro do dimensionamento de qual é a finalidade social do filósofo, tendo em vista que este vivia comprometido com as questões políticas da cidade e no convívio com seus cidadãos, buscando sempre a construção de um saber verdadeiro e passá-lo para o povo, por meio do diálogo e perguntas, que objetivavam desconstruir o caráter subjetivo das pessoas prendendo fazer com que pensem sempre no bem comum precipuamente.
O autor, adentrando nessa questão, ainda faz uma alusão ao Mito da Caverna de Platão, que atribui ao filósofo o papel de se livras das correntes da caverna, sair desta e voluntariamente retornar para salvar os outros.Este ato de retornar esta de certa forma incluso na tarefa da filosofia como contempladora da verdade, ou seja, seu objetivo não é apenas alcançar a verdade, mas também conduzi-la para os outros homens, caracterizando seu caráter universal.É necessário o “entrelaçamento do amor a sabedoria com a condução dos homens a autonomia”(SILVA, 1995, p.15) sendo a via mais rápida para isso a educação.
Um segundo ponto de vista abordado por Franklin é tratar da universalidade a partir do subjetivo, dentro das ideias de Descartes ou das formas lógicas de Kant, que trazem uma visão mais indireta da função social do filósofo.Na medida em que a filosofia de Descartes não tem enfoco na vida histórico-social, contudo, em certo ponto, tratar a realidade, por meio da razão subjetiva, traz à tona aquilo que ela tem de objetivo, acabando por colocar sua teoria dentro de um viés metafísico da lógico-matemática, que fundamenta a civilização tecnológica e científica moderna.Tendo em vista este fato é notório que Descartes influenciou, com seu ideal de racionalidade, o rumo histórico, político e social da civilização, sendo o setor técno-cientifico uma base desta estrutura na contemporaneidade.
Em contrapartida a teoria de Descartes Pascal pensou que aceitar a concretude da individualidade racional do homem seria aceitar que a história se escreveu com influência da corrupção, se construindo de forma negativa e ilusória.
Nietzsche procurando reestabelecer a historicidade, dissolve a própria ideia de história, crítica que a racionalidade somente guiada pelo pragmatismo leva a uma ilusão de que é por si só racional, quando na verdade é apenas um ponto de vista pessoal de um ser inteligente.A partir daí,
o filósofo que quer recuperar a realidade para além dos sentidos que ela assume deve, deve através de uma crítica genealógica, desmitificar o conhecimento, a história e a cultura enquanto produções exclusivas de uma razão ordenadora, dissolvendo o poder da razão ou as ideologias racionais, tais com ao universalidade, a ordem é a própria verdade(Nietzsche apud Silva,1995).
Para assim ser capaz de acrescentar uma reflexão vivida da realidade, que contemple todos os níveis da polissemia da relação homem e história, sendo por esta a função social do filósofo em seu entendimento.
Conclui-se que este texto de Franklin tratou de maneira suficiente diversas concepções de qual seria da função do filósofo, na visão de diversas figuras históricas importantes, que em suma concordam que o filósofo é responsável por se engaja em encontrar a verdade mais plausível, se utilizando da racionalidade e do conteúdo histórico para alcançar sua finalidade.
- Do ponto de vista de Goldschmidt, de Porchat e Carlos Alberto Ribeiro de Moura, os sistemas filosóficos devem ser interpretados a partir de uma real objetividade, que esteja a salvo de frequentes distorções produzidas por doutrinas subjetivas, que prejudiquem a análise crítica do pensamento filosófico.Objetividade esta que consista na reconstrução do pensamento de cada autor, seguindo seus passos e visando compreendê-lo dentro de seu tempo, fazendo da história da filosofia uma ciência que exija uma atenção meticulosa e minuciosa ao ser abordada.
Neste contexto, dois métodos tradicionais de interpretação de um sistema filosófico são apresentados nas devidas obras, o dogmático (estrutural) e o genético.O primeiro baseia-se na interpretação da verdade, exigindo razões para tal.Assim sendo aceita a pretensão dos dogmas de serem verdadeiros ao abordar uma doutrina conforme a intenção do autor e a subtraí-la ao tempo lógico.Já o segundo considera a sua origem, na busca de suas causa e assim sendo os dogmas são considerados como efeitos, sintomas de um tempo histórico pelos quais se deve buscar explicar o sistema além das intenções do autor, subtraindo-o deste modo ao tempo da causalidade.
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