A Importância da filosofia no ensino médio

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CÂMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

IGOR ANDRADE FONTOURA

A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO

RONDONÓPOLIS

2017

IGOR ANDRADE FONTOURA

A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO

Atividade apresentada ao Departamento de História, Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Universitário de Rondonópolis, como requisito parcial para a disciplina de Filosofia, ministrada sob a supervisão do professor Prof. Dr. Plínio José Feix.

 

RONDONÓPOLIS

2017

        A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96 regulamenta como tem de funcionar o ensino médio no Brasil. No seu artigo 35, parágrafo 1, ponto III, estipula que no fim do ensino médio todos os educandos têm de demonstrar domínio dos conhecimentos de Filosofia e Sociologia necessários ao exercício da cidadania.

        Com esta inclusão da Filosofia como disciplina do ensino médio fica provada a relevância e os benefícios que a mesma oferece a quem trabalha com ela.

        Ela é fundamental, visto que aguça a análise, a reflexão e a crítica. Com ela estimula-se o aluno a pensar de forma crítica e prepara-los para situações que certamente surgirão em suas vidas e demandem o uso dessas habilidades.

        Para se ensinar filosofia é importante definir-se qual a sua especificidade, que é como quem diz, procurar aquilo que só a filosofia pode fazer.

        A filosofia tem três características principais:

1. É um pensamento conceitual: enquanto saber, ela é sempre produto do pensamento.
2. Tem um carácter dialógico: não se caracteriza como um saber fechado em si mesmo, não assenta em apenas uma verdade dogmática.
3. Possibilita uma crítica radical: a atitude filosófica é a da não conformação, do questionamento constante e não se contenta com respostas prontas.

O específico da filosofia é o trabalho com o conceito. Deleuze e Guattari escreveram:

“O filósofo é o amigo do conceito, ele é conceito em potência. Quer dizer que a filosofia não é uma simples arte de formar, de inventar ou de fabricar conceitos, pois os conceitos não são necessariamente formas, achados ou produtos. A filosofia, mais rigorosamente, é a disciplina que consiste em criar conceitos [...]. Criar conceitos sempre novos, é o objeto da filosofia. É porque o conceito precisa ser criado que ele remete ao filósofo como aquele que o tem em potência, ou que tem sua potência e sua competência [...]. Os conceitos não nos esperam inteiramente feitos, como corpos celestes. Não há céu para os conceitos. Eles devem ser inventados, fabricados ou antes criados, e não seriam nada sem a assinatura daqueles que os criam [...]. Que valeria um filósofo do qual se pudesse dizer: ele não criou um conceito, ele não criou seus conceitos? ”

(Deleuze; Guattari, 1992, p. 13-14)

        Assim, aprendemos que o conceito é uma forma racional de equacionar um problema ou problemas, exprimindo uma visão coerente do vivido; isto é, o conceito é uma forma de lançar inteligibilidade sobre o mundo.

        Quanto à questão de ensinar filosofia nas escolas do ensino médio, aproveitemos a ideia de Cerletti (2004, p. 19) onde afirma que

O problema do ensino de Filosofia não é um problema pedagógico, mas, acima de tudo, uma questão filosófica: Nesse sentido, a questão de ensinar filosofia começa a ser vista como um problema propriamente filosófico – e também político – e não como uma questão exclusivamente pedagógica.