A Medievalidade - Santo Agostinho
Artigo: A Medievalidade - Santo Agostinho. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: JanainaStampone • 23/10/2013 • 3.137 Palavras (13 Páginas) • 734 Visualizações
A medievalidade – santo agostinho
A Idade Média
• A Idade Média não deve ser vista como a Idade das Trevas. Tratou-se de um período de síntese e conciliação dos postulados religiosos com os postulados filosóficos gregos, que iniciaram diversas correntes de pensamento no Medievo.
• Miguel Reale afirma que a Idade Média foi a Idade Inicial, ou seja, de onde brotaram variadas formas de organização e de pensamentos (Miguel Reale. Formação da Política Burguesa. Brasília, UnB, 1983, reedição da obra de 1934. I Parte.)
Alguns destaques da medievalidade
• Muito teríamos a discorrer sobre a Idade Média e sua importância para a formação da cultura jurídica, filosófica e teológica mundial.
• Poderíamos mencionar as grandes universidades criadas nessa época, da Magna Carta inglesa, da obra de Carlos Magno; entretanto, optamos por destacar dois grandes nomes da Idade Média, quais sejam: Aurélio Agostinho (século IV e V), na patrística, que perpetrou a fusão do platonismo com o cristianismo, e São Tomás de Aquino (século XIII), na escolástica, que, por sua vez, perpetrou a fusão do aristotelismo com o cristianismo.
Santo Agostinho (354-430 d.C.)
• O bispo de Hipona, é considerado, por alguns, como o último dos pensadores antigos, já que, cronologicamente e tematicamente, situa-se no contexto do pensamento antigo.
• Outros comentadores entendem que Agostinho é o primeiro pensador medieval, já que sua obra, de grande originalidade, influencia fortemente os rumos que tomaria o pensamento medieval em seus primeiros séculos.
O neoplatônico
• Entendemos que Santo Agostinho pode ser visto como um pensador de transição, porque está temporalmente na Idade Antiga e filosoficamente na Idade Média. Estudou muito e foi professor de retórica e filosofia.
• Buscava os conceitos de belo, bem e justo. Apresenta um dualismo que remete ao visto no mundo sensível e no inteligível de Platão, entretanto, acrescenta o elemento religioso para fundamentar suas propostas ideais.
A busca pela verdade
• Autor de diversas obras, como Confissões e A Cidade de Deus, o filósofo e teólogo católico, Agostinho, que foi Bispo em Hipona, na África do Norte, onde viveu grandes conflitos em busca da verdade.
• No intento de encontrar a verdade, angustiava-se, passando por diversas escolas filosóficas, inclusive pelo maniqueísmo, tendo desistido dessa escola, por entender o mal como a privação do bem, pelo que este estaria fora da ideia de ser, estaria como um não ser.
Antropologia
• Na antropologia agostiniana, o homem está condenado e só é salvo pela graça divina. Deus criou o homem livre e dotado de vontade. Portanto, quando este se afasta do ser e caminha para o não ser, aproxima-se do mal e comete os pecados.
• O próprio ser humano é responsável pelos seus pecados. Pelo pecado, o homem transgride a lei divina, pois, feito para ater-se mais à alma, prende-se ao corpo e à matéria, caindo na ignorância e invertendo os valores da existência. Entende que o homem é o único ser que usa o livre-arbítrio contra a sua própria natureza.
A Cidade de Deus (lex aeterna)
• Considerada obra máxima de sua filosofia, Cidade de Deus é a obra a qual escreveu para refutar definitivamente a acusação movida pelos políticos de então de que a causa principal da decadência do Império Romano do Ocidente teria sido sua adesão ao Cristianismo, quando Teodósio a tornou religião oficial do Estado.
• Acaba por realizar verdadeira revisão de toda a História Antiga, até sua época, o que o torna um dos precursores da Filosofia da História.
Os tipos de seres humanos – Cidade de Deus e a Cidade dos Homens (lex temporalem).
• Sua premissa é de que existem dois tipos de seres humanos: os que amam a si mesmos, tanto, até o ponto de desprezar a Deus, de um lado; e os que amam a Deus, tanto, até o ponto de desprezar a si mesmos, de outro lado (SANTO AGOSTINHO. Obras Completas, vol. XVII. Civitas Dei. BAC, 1965, Livro XIV, cap. 28, p. 115).
• Os primeiros formam o conjunto dos ambiciosos, vaidosos, prepotentes orgulhosos, a que Agostinho denomina “Cidade dos Homens” – exemplo dela seria o Império Romano, sob os Césares pagãos.
• Os outros formariam o conjunto dos habitantes do Céu enquanto vivem sobre a terra, na “Cidade de Deus”, os quais seriam seguidores dos Mandamentos e dos ensinamentos de Cristo e, por isso, seriam desapegados, humildes, pacientes e benignos. Acontece que eles vivem misturados como o joio e o trigo, e o que os distingue é o direcionamento oposto de seu amor.
O justo e o injusto
• Surge a concepção agostiniana acerca do justo e do injusto a partir das duas cidades. Tal concepção floresce exatamente ao conceber uma transcendência que se materializa na dicotomia existente entre o que é da Cidade de Deus (lex aeterna) e o que é da Cidade dos Homens (lex temporalem). Vale dizer que, se houver um conflito entre as duas leis citadas acima, deve prevalecer a da Cidade de Deus, pois esta é eterna e perfeita.
A justiça
• Sua concepção de justiça pode ser chamada de neoplatônica, pois dá forma às tradicionais dualidades que o pensador grego trazia em suas obras, tais como o mundo sensível e o mundo inteligível.
• Agostinho apresenta a dualidade entre a Lei de Deus e a Lei dos Homens, e outras dicotomias de pares, que podem ser: corpo/alma; terreno/divino; mutável;imutável; transitório/perene; imperfeito/perfeito; relativo/absoluto; sensível/inteligível, entre outras.
A justiça e a lei humana
• Agostinho entende que é aquela que se realiza inter homines, ou seja, que se realiza como decisão humana em sociedade. Entende, ainda, que a justiça humana tem como fonte basilar a lei humana, ou lei temporal, responsável por comandar o comportamento humano.
• Vale dizer que a limitação humana torna o campo de abrangência das leis no tempo e no espaço igualmente restrito.
A justiça e a lei divina
• É aquela que a tudo governa, que a tudo preside dos altiplanos celestes; de sua existência, brota a própria ordenação das coisas em todas as partes, ou seja, em todo o universo.
• Em
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