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VERDADE E ILUMINAÇÃO - SANTO AGOSTINHO

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Por:   •  20/10/2013  •  1.753 Palavras (8 Páginas)  •  1.781 Visualizações

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VERDADE E ILUMINAÇÃO – SANTO AGOSTINHO

Pontos abordados:

 Conceito de verdade

Citação: "Não busques fora de ti (...); entra em ti mesmo. A verdade está no homem interior. E, se descobrires que a tua natureza é mutável, transcende-te a ti mesmo. Lembra-te, porém, que, transcendendo a ti mesmo, estas transcendendo a alma que raciocina de modo que o termo da transcendência deve ser o principio onde se acende o próprio lume da razão. E, efetivamente, aonde chega todo bom raciocinador senão a verdade? A verdade não é algo que se constrói à medida que o raciocínio avança; ao contrario, ela é aquilo a que tendem os que raciocinam. Vês aqui uma harmonia que não têm similares, e tu próprio conforme a ela. Reconhece que não é aquilo que a verdade é; a verdade não busca a si própria, mas és tu que a alcanças, procurando-a, não de lugar em lugar, mas com o afeto da mente, para que o homem interior se encontre com aquilo que nele habita com desejo não ínfimo e carnal, mas com sumo e espiritual desejo". (A verdadeira religião; Função do conceito de verdade).

 Como o homem chega à verdade

Argumentação mais conhecida: A duvida cética derruba a si mesma, pois, no momento em que pretende negar a verdade, a reafirma: si fallor, sum; se duvido, precisamente por poder duvidar, existo e estou certo de pensar. Com essa argumentação, Agostinho sem duvida antecipou o cartesiano cogito, ergo sum, embora os objetivos específicos a que visa sejam diferentes dos de Descartes.

* De que forma se da o processo cognoscitivo para Santo Agostinho:

Plotino: A alma possui em si mesma a representação do objeto que é a sensação. A alma não sofre alterações, ela apenas faz a busca do que já está dentro dela quando os sentidos sofrem ação dos objetos sensoriais, ela responde a alteração sofrida pelo corpo, à sensação, e faz a identificação com ela porque já a possui dentro de si.

- Sensação é apenas o primeiro degrau do conhecimento

- A alma gradativamente mostra sua espontaneidade e independência em relação às coisas corpóreas a medida que as julga com a razão - e as julga com base em critérios que contém um "algo mais" em relação aos objetos corpóreos.

- Os objetos são mutáveis e imperfeitos.

- Critérios segundo os quais a alma julga são imutáveis e perfeitos.

- De onde a alma deriva esses critérios de conhecimento com que julga as coisas e que são superiores as coisas? Será que ela mesma os produz?

- A alma é superior aos objetos

- A alma é mutável

- Os critérios são imutáveis e necessários

Conclusão: Acima de nossa mente existe um critério ou Lei – a Verdade.

- Existe uma natureza imutável, superior a alma humana.

Conclusão: A verdade seria um “objeto” superior ao intelecto humano.

- O intelecto usa a verdade para julgar, mas por ela é julgado.

- A verdade é a medida de todas as coisas e o próprio intelecto é "medido" em relação a ela.

- As verdades que captamos com o “puro” intelecto são constituídas pelas Ideias.

- Ideias são as supremas realidades inteligíveis

- Platão e a teoria das Ideias

Agostinho: As Ideias são o parâmetro pelo qual toda coisa é feita

Agostinho reforma Platão em dois pontos:

1) faz das Ideias os pensamentos de Deus (corno já haviam feito, embora de modos diferentes, Filon, os Medioplatônicos e Plotino);

2) rejeita a doutrina da reminiscência, ou melhor, ele a repensa.

- Doutrina da iluminação

A doutrina agostiniana é a doutrina platônica transformada com base no criacionismo e a similitude da luz é aquela já usada por Platão em A República, conjugada com a da luz de que falam as Sagradas Escrituras.

Da mesma forma que Deus, que é puro Ser, com a criação transmite o ser as outras coisas, assim, analogamente, enquanto é Verdade, transmite às mentes a capacidade de conhecer a Verdade, produzindo uma metafísica marcada pela própria Verdade nas mentes. Deus nos cria como Ser, nos ilumina como Verdade, nos atrai e nos da à paz como Amor.

- Só a parte mais elevada da alma chega ao conhecimento das Ideias

"não é toda e qualquer alma que é apta, mas somente aquela que é santa e pura, ou seja, aquela que tem o olho santo, puro e sereno com o qual pretende ver as Ideias, de modo que seja semelhante às próprias Ideias”.

- Antigo tema da "purificação" e da "assimilação" ao divino como condição de acesso ao Verdadeiro, que fora desenvolvido, sobretudo pelos platônicos.

- Em Agostinho recebe os valores evangélicos da boa vontade e da pureza de coração.

- A pureza da alma torna-se condição necessária para a visão da Verdade, bem como para a sua fruição.

Iluminação: A doutrina de Agostinho sobre a iluminação substitui a doutrina platônica da anamnese ou reminiscência.

Para Platão, as almas humanas contemplaram as ldeias antes de encarnar-se nos corpos, e depois se recordam delas na experiência concreta.

Para Agostinho, ao contrario, a suprema Verdade de Deus é uma espécie de luz que ilumina a mente humana no ato do conhecimento permitindo-Ihe captar as Ideias, entendidas como as verdades eternas e inteligíveis presentes na própria mente divina.

TEXTO

Augustus Aurelius ou como ficou conhecido Santo Agostinho nasceu em 354 d.C em Tagaste, próximo de Hipona, na então província romana de Numídia, na África romana, atual Argélia e morreu em 430 d.C vitima da invasão de Hipona pelos vândalos. Foi um filósofo, escritor, teólogo e bispo que influenciou fortemente o projeto intelectual da Igreja Católica, responsável pela elaboração

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