A Obrigatoriedade Moral
Pesquisas Acadêmicas: A Obrigatoriedade Moral. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lucineidelu • 15/2/2014 • 1.027 Palavras (5 Páginas) • 3.635 Visualizações
CAPÍTULO VIII - A OBRIGATORIEDADE MORAL
O comportamento moral é um comportamento obrigatório e devido. A
obrigatoriedade moral impõe deveres ao sujeito. Toda norma funda um dever.
1. Necessidade, Coação e Obrigatoriedade moral
A obrigatoriedade moral não pode ser confundida com a simples necessidade
causal e tampouco com a coação externa ou interna. Estas formas de
“obrigação” torna impossível a verdadeira obrigação moral.
2. Obrigação Moral e Liberdade
A obrigação moral supõe necessariamente uma liberdade de escolha, bem como
na determinação do comportamento, orientando-o numa certa direção. A
obrigação moral deve ser assumida livre e internamente pelo sujeito e não
imposta de fora.
3. Caráter Social da Obrigação Moral
O fator social é essencial na obrigação moral, mas não é algo estritamente
individual, mas também social.
4. A Consciência Moral
A consciência moral acarreta uma compreensão dos nossos atos, mas sob o
ângulo específico da moral. Além disso, o conceito de consciência está
estreitamente relacionado com o de obrigatoriedade, posto que implica em
avaliar e julgar nosso comportamento de acordo com certas normas conhecidas e
reconhecidas como obrigatórias. A consciência moral dos indivíduos, por ser um
produto histórico-social, está sujeita a um processo de desenvolvimento e de
mudança.
28
5. Teorias da Obrigação Moral
As teorias da obrigação moral nos respondem à questão de como devemos agir,
ou que tipo de atos somos moralmente obrigados a realizar.
As duas teorias predominantes são: (i) a denominada deontológica (de déon:
dever) – quando a obrigatoriedade de uma ação não depende das conseqüências
da própria ação ou da norma com a qual se conforma; e (ii) a chamada
teleológica (de telos: fim), quando a obrigatoriedade de uma ação deriva
unicamente de suas conseqüências.
Teorias da A) Deontológicas a) do ato
obrigação moral b) da norma
B) Teleológicas a) egoísmo ético
b) utilitarismo 1) do ato
2) da norma
6. Teorias Deontológicas do Ato
Há consenso entre as teorias deontológicas no sentido de que não se pode apelar
para uma norma geral a fim de decidir o que devemos fazer em cada situação
específica.
7. Teorias Deontológicas da Norma (A Teoria Kantiana da Obrigação
Moral)
Em cada caso particular, o dever deve ser determinado por normas válidas
independentemente das conseqüências de sua aplicação.
Pode-se dizer que os indivíduos agem realmente por dever e não obedecendo a
uma inclinação ou interesse por temor ou castigo, quando agem como seres
racionais. A exigência da razão assume a forma de um mandamento, ou um 29
imperativo, que Kant divide em categóricos e hipotéticos. Os categóricos rejeita
atos que não podem ser universalizados, e não admite exceção a favor de
ninguém. A teoria kantiana de obrigação moral é inoperante e inexeqüível para o
homem real.
8. Teorias Teleológicas (egoísmo e utilitarismo)
Estas teorias têm em comum o relacionar a nossa obrigação moral com as
conseqüências da nossa ação, ou seja, com o benefício que podem trazer, para
nós ou para os demais. A tese fundamental do egoísmo ético, defendida por
Thomas Hobbes e outros, é a seguinte: cada um deve agir de acordo com o seu
interesse pessoal, promovendo o que é bom ou vantajoso para si. Entretanto, as
observações empíricas fazem com que esta teoria não se sustente, posto que não
explica os atos praticados a favor do próximo em detrimento de si próprio. Ao
contrário, o utilitarismo se baseia em que devemos visar, acima de tudo, o
benefício dos outros. O utilitarismo se divide em utilitarismo do ato e da norma.
...