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A PRUDÊNCIA NA ÉTICA NICOMAQUÉIA DE ARISTÓTELES

Por:   •  13/6/2018  •  Resenha  •  6.929 Palavras (28 Páginas)  •  232 Visualizações

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Bruno Rodrigues da Silva

Djalma Rodrigo da Silva

Felipe Mendes da Silva

Marcelo Barreto da Silva Junior

Thiago Camatta Egydio

A PRUDÊNCIA NA ÉTICA NICOMAQUÉIA DE ARISTÓTELES

Taubaté – SP

2017


Bruno Rodrigues da Silva

Djalma Rodrigo da Silva

Felipe Mendes da Silva

Marcelo Barreto da Silva Junior

Thiago Camatta Egydio

A PRUDÊNCIA NA ÉTICA NICOMAQUÉIA DE ARISTÓTELES

Trabalho de Conclusão de disciplina do curso Bacharel em Filosofia da Faculdade Dehoniana, como parte dos requisitos para conclusão da disciplina Metodologia da pesquisa filosófica.

Orientação: Profa. Dra. Fabrina Silva

Taubaté – SP

2017

“A prudência é de longe a primeira
condição de felicidade!”

Sófocles

RESUMO

        A Prudência na Ética a Nicômaco é um caminho para poder se explicar, conceituar e entender todo o processo do que é o Bem do Homem. Neste sentido, compreender o que é a eudaimonia ou felicidade ou, ainda, uma vida humana perfeita se torna necessário, já que é em vista dela que o prudente delibera. Percebe-se assim, que seguindo os passos aristotélicos só é possível a plena realização desta eudaimonia através da realização da virtude, ou pode-se dizer ainda mais, que a eudaimonia consiste em ser virtuoso no viver e no agir de forma integral, sendo que a prudência deve transpassar e guiar todo este percurso como uma justa regra, ou sendo ela mesma a justa regra para uma boa deliberação em meio a diversas circunstâncias. Aqui se vê e compreende-se então que há uma intima relação entre virtude moral e prudência, pois estas não são idênticas, mas sim complementares, assim como diz Aristóteles “Com a presença de uma única qualidade, a prudência, todas as virtudes serão dadas”. Dizendo-se da prudência, fala-se por consequência do prudente, aquele que delibera nas diversas ações, sendo compreendido como um ideal, mas sujeito a erros já que este é humano. Num todo, torna-se necessário compreender que a prudência é um caminho concreto e admissível para a conjuntura de um conceito do que é o Bem do Homem, sendo que somente a prudência é de fato capaz de fazer com que se saiba a real decisão a se tomar e pode-se correr o risco de confundir a prudência com uma ciência, porém a visão de tal virtude deve ser não como ciência ou conhecimento, mas como hábito que pressupõe uma justa regra ou ainda, concretiza e sustenta esta justa regra.

 

Palavras-Chave: Prudência. Eudaimonia. Virtude. Prudente.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO        6

1. O BEM E A EUDAIMONIA NA ÉTICA NICOMAQUÉIA        7

    1.1. A FUNÇÃO PRÓPRIA E A VIRTUDE NA EUDAIMONIA        9

    1.2. A PRUDÊNCIA E SUA RELAÇÃO COM A VIRTUDE        11

    1.3. O HOMEM DE PRUDÊNCIA: DEFINIÇÃO E EXISTÊNCIA        13

2. PRUDÊNCIA: VIRTUDE INTELECTUAL PRIMORDIAL        15

CONCLUSÃO        19

REFERÊNCIAS        21

INTRODUÇÃO

                Levando em consideração a perda dos conceitos, de forma prática, de prudência e como forma de encontrar ou ainda reencontrar um sentido para a definição de bem do homem, vimos na Ética Nicomaquéia de Aristóteles a oportunidade de resgate e discussão, dentro da via da Teoria das Virtudes, a oportunidade de compreender de fato qual o caminho a se seguir para o encontro do Bem do Homem. Essa discussão é importante, pois é perceptível que nisto se tem sintoma do interesse e do encontro da Filosofia com a via da Teoria das Virtudes, sendo esta uma forma de reencontrar e dar sentido à busca do Bem do Homem. Assim, o caminho que se faz neste artigo é o de reconhecer na prudência o caminho para o bem do homem, levantando conjeturas diante da ideia da prudência aristotélica, vista por ele, como uma virtude intelectual primordial, o caminho para o bem do homem. Levando em consideração a percepção filosófica a proposta é em linhas gerais analisar as vias da teoria das virtudes, tendo por base a ideia principal do Bem Supremo que deve ser alcançado por todo homem, ou seja, é o seu fim último, sendo este Bem uma forma de se viver bem, concluindo que o bem não é, em geral, correspondente a uma forma única, mas antes deve ser atingível ao homem por meio de suas atitudes e ser atingido por si mesmo. Assim sendo, o Bem Supremo do homem é a felicidade, a eudaimonia, a prática da virtude moral como hábito, sendo este guiado pela prudência e virtude própria dos virtuosos. “A Ética Nicomaquéia se contenta em assimilar o saber prudencial àquele que é requerido para explorar o domínio da ação em geral, quer esta ação seja moral ou somente técnica” (AUBENQUE, Pierre. A prudência em Aristóteles. São Paulo: Discurso Editorial, pág. 232). 

1. O BEM E A EUDAIMONIA NA ÉTICA NICOMAQUÉIA

A Ética se faz a partir da noção de fim último ou O bem. Diante disso, a eudaimonia ou felicidade é identificada e assim as características para uma vida perfeita são apresentadas na medida em que O bem é o que pode ser alcançado pelo ser humano. Neste sentido, a noção de eudaimonia é introduzida por Aristóteles mediante a busca de como deve ser um bem para que ele seja O bem para o ser humano enquanto ser humano.

Para Aristóteles, a realização da eudaimonia só é possível através da realização da virtude; ou ainda pode se perceber que para o estagirita a eudaimonia nada mais é que viver e agir de forma virtuosa. Na Ética Nicomaquéia (EN), Aristóteles faz entender que as virtudes humanas são divididas em Virtudes Morais e Virtudes Intelectuais, isso de acordo com a função da alma que elas levam ao aperfeiçoamento. Neste sentido, as Virtudes Morais são aquelas que trazem em si as nossas capacidades práticas, sendo assim estas são as virtudes que primeiramente merecem nossa atenção; e ainda se pode entender que estas Virtudes Morais devem ser mais bem compreendidas, com um aprofundamento, em vista que tais virtudes tem uma relação intrínseca com a Prudência.

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