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A Pedagogia Libertária

Por:   •  11/7/2016  •  Seminário  •  1.466 Palavras (6 Páginas)  •  256 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPERTAMENTO DE PEDAGOGIA

BRUNA APARECIDA JAJELA

GABRIELY SANTOS FERREIRA

INGRID PEREIRA

KARINE NASCIMENTO

LUANA CAROLINE REINA WILL

TRABALHO DE FILOSOFIA: PEDAGOGIA LIBERTÁRIA

PONTA GROSSA

2016

BRUNA APARECIDA JAJELA

GABRIELY SANTOS FERREIRA

INGRID PEREIRA

KARINE NASCIMENTO

LUANA CAROLINE REINA WILL

TRABALHO DE FILOSOFIA: PEDAGOGIA LIBERTÁRIA

Trabalho de filosofia apresentado na disciplina

de Filosofia da Educação II, como critério de

avaliação na Universidade Estadual

de Ponta Grossa.

Professor: Dr. José Rogério

PONTA GROSSA

2016

INTRODUÇÃO

Neste trabalho iremos falar sobre a Educação ou Pedagogia Libertária. No século XIX e inicio do século XX diversas experiências educativas libertárias foram importantes. Neste período as escolas foram acusadas de espalhar uma ideologia muito perigosa, num momento em que o movimento libertário sofria forte repressão do Estado Brasileiro.

Combatidos pelo capitalismo e comunismo, acreditavam que a educação criando uma nova consciência, mudaria as relações do dia a dia e representações sociais, fazendo outra sociedade, na qual a hierarquia, as diferenças sociais e formas de poder não sobreviveriam.

Também falaremos sobre o Anarquismo no Brasil e de sua importância nessa época para a sociedade.

A PEDAGOGIA LIBERTÁRIA

Os idealistas do século XIX e XX pensavam em melhorar o bem estar da sociedade por meios gerais e garantir o máximo de liberdade para as pessoas. Por conta da intensa repressão e para proteger os militantes da época, não há muitos registros sobre a educação libertária.

Esta pedagogia teve uma grande importância já que contribuía para a consciência e autonomia da classe trabalhadora. Visava o respeito, a liberdade, a individualidade e, sobretudo á criança, em busca da construção de uma nova sociedade.

Todo este individualismo e coletivismo receberam grande atenção dos Anarquistas. Condenavam todo governo baseado na força e consideravam o estado opressor como inconciliável com a liberdade humana. Então a expressão Anarchos, do grego que significa sem governante.

O pai do Anarquismo foi o inglês Willian Godwin (1756- 1836), neste sentido as teorias de Godwin, Kropotkin, Tolstoi e Max Stiner não tiveram jamais o objetivo de estabelecer o caos, mas os estereótipos desenvolvidos sobre os anarquistas se encarregaram de dar este significado. (Citação ped libert)

No período da Revolução Francesa o termo Anarquia era visto como insulto ou de uma forma muito negativa, por pessoas de vários partidos para envergonhar seus oponentes. Bakunin e Kropotkin foram grandes expressões desse pensamento. Homens muito diferentes, a pesar de que ambos fossem russos e aristocratas.

        No Brasil, a chegada dos imigrantes europeus era vista como saída para a questão do trabalho, já que com o fim do trafico em 1850 a abolição da escravatura era irrevogável. A idéia da elite paulista era de criar uma cidade branca, com um modelo civilizatório europeu. O utópico dessa classe social e suas ações beneficiavam a política imigratória tendo em vista a ampliação da economia cafeeira.

        Vinham alemães, austríacos, poloneses e uma grande maioria de italianos, portugueses e espanhóis (...) Entre 1884 e 1903, o Brasil recebeu mais de um milhão de italianos, número superior ao conjunto de todos os outros imigrantes dos demais países no mesmo período.4 (citação ped libert)

Os estrangeiros libertários que se instalaram em São Paulo no iniciam do século XX, construíram uma grande força de trabalho. Encontraram grande confiança e com o apoio do estado, policia e leis, planejavam colocar uma disciplina projetada nos valores burgueses e mecanismos de controle dentro e fora das fabricas.

O anarquismo no Brasil teve vários colaboradores, entre eles estão Adelino de Pinho, Florentino de Carvalho e João Penteado. Entendia que a propaganda através dos jornais, revistas, teatros e das escolas libertarias, construiria uma nova sociedade através da própria população.

Na educação libertaria, a educação moral é o cultivo da vontade na realização do bem estar comum. Educação prática são o treino da habilidade técnica ou vocação profissional. Educação social é o aperfeiçoamento da solidariedade como multiplicador de energias. (citação)

A concepção de castigos na concepção burguesa, punição, servidão, deveria ser trocado pela concepção libertaria, onde meninos e meninas estudam juntos. Ferrer considerava que o cientificismo não era um saber neutro. Aqueles que têm o poder se esforçam por legitimá-lo através de teses científicas.

Os libertários acreditavam que a educação e a profissionalização permitiam construir melhor as formas de luta e resistência dos trabalhadores, esclarecendo seu valor na revolução social. Ate 1920 podemos dizer que a educação libertaria fez mais para a educação operária do que o ensino oficial.

        A metodologia destas escolas ressaltava a mistura dos sexos, a convivência diferentes das classes sociais, a formação moral, e o ensino não dogmático, baseado nas ciências naturais, fato que gerou certa crítica pelo caráter enfatizado da teoria positivista. A mudança da sociedade e o propósito da revolução social alimentavam a educação libertária.

        As experiências pedagógicas fundadas no pensamento libertário, internacionais ou no Brasil, apresentam características comuns, o fio condutor que possibilita identificar os fatores que orientam a sua práxis. Vejamos, em síntese:

  • LIBERDADE: Entendida como meio e fim, a liberdade é essencial a à prática libertária. Não se trata da liberdade em subjetivo ou no sentido liberal, mas da liberdade formada socialmente e adquirida nas lutas sociais.
  • ANTIAUTORITARISMO: Fundamental à prática pedagógica libertária, a idéia central e profunda a este conceito é que não é possível combater o autocrático e a opressão presentes no Estado, família, escola, sem que coincidente, se formem homens livres e não se formem homens livres através de métodos autoritários e de controle.
  • EDUCAÇÃO INTEGRAL: Os educadores libertários não negam a ciência e o saber qualificado, mas solicitam que antes o processo educativo se concentre na formação plena (dimensões física, intelectual e moral), que não separe o saber do saber fazer, isto é, que não se baseie na divisão entre ação e pensamento (trabalho braçal e intelectual).
  • AUTOGESTÃO: A Pedagogia Libertária ressalta que os recursos no processo educacional devem ser controlados e administrados pelos processos propriamente misturados e envolvidos pela comunidade. Isto significa superar a separação Estado/Sociedade e colocar a educação sob controle da sociedade/comunidade.
  • AUTONOMIA DO INDIVÍDUO: O processo educativo pedagógico centra-se no educando, com pleno respeito aos estágios do seu desenvolvimento e o estímulo para que ele tome o próprio destino em suas mãos. O educando não é tratado como objeto (meio), mas enquanto sujeito e fim em si mesmo.
  • EXEMPLO: A educação libertária pressupõe a busca da coerência entre o falar e o fazer (discurso e ação): os exemplos educam e falam mais do que as palavras, portanto o educador deve estar sempre aberto a aprender, a se educar, a reconhecer os erros e dar o bom exemplo, a ser coerente em relação aos meios e fins. A teoria e prática tratam-se de para além de assumir o pensamento anarquista, ter atitude, uma ética e um modo de ser anarquistas.
  • CRÍTICA: O educador libertário é um educador crítico dos conteúdos, dos programas e instituições oficiais, da sociedade e todas as esferas de reprodução de formas de opressão e inclusive, de si mesmo.
  • COMPROMISSO E RESPONSABILIDADE SOCIAL: A Pedagogia Libertária é profundamente engajada, no sentido da crítica às estruturas de dominação e da formação de homens e mulheres capazes de atuarem como críticos e sujeitos ativos pela transformação das suas vidas e do meio social. Nesta perspectiva, não há lugar para a neutralidade da educação e do educador. Uma conseqüência lógica dessa maneira de conceber o processo educativo é o compromisso com os oprimidos, os deserdados.
  • SOLIDARIEDADE: Uma educação fundada em critérios solidários, de ajuda mútua, que recusa tanto os prêmios quanto os castigos e, portanto, os processos classificatórios (exames, notas, etc.) e as relações de ensino-aprendizagem fundadas em critérios competitivos.

Para Silvio Gallo o ensinar não é uma ação somente pessoal ou simplesmente coletiva, ensinar é a um só tempo a individuação e coletivização, singularizasão e ampliação, na dobra da singularidade-professor e nas dobras de cada uma das singularidades-aprendizes.

O processo educativo assim pensado permite articular o mais que si mesmo do professor e o mais que si mesmo de cada aprendiz, produzindo um “coletivo-aprendente” que é mais que a soma das singularidades do professor e dos aprendizes. Se não é possível controlar aquilo que cada um aprende, em sua singularidade, o coletivo-aprendente torna-se um lugar de experimentação da liberdade e do pensamento, em relações de solidariedade mútua, abrindo horizontes novos para cada aprendiz, para o professor e para a comunidade. Tudo além de qualquer controle. (citação gallo)

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