A Tendência da Ética Contemporânea
Por: wellintonds • 28/2/2022 • Trabalho acadêmico • 1.231 Palavras (5 Páginas) • 166 Visualizações
Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
Docente: Dr Paulo Roberto Konzen
Discente: Creuzimar Facundes de Souza
Matrícula: 201910577
28 de fevereiro 2022
Tendência da Ética contemporânea
- Uma reformulação importante da ética de Kant é conhecida hoje, como “ética discursiva” e foi empreendida principalmente, pelos filósofos alemães Karl-Otto Apel (1922-) e Jurgen Habermas (1929-). A ideia básica dessa abordagem da Ética é que o telos fundamental da linguagem humana é o entendimento entre possíveis falantes. Assim, o discurso argumentativo passa a ser o médium por meio do qual podemos alcançar um entendimento acerca das questões morais.
- A saber, a parti da análise do uso das expressões morais, um procedimento
wittgensteiniano. Sustenta que é necessário clarificar significado moral tanto de “Bom” quanto de “Correto” além de um esclarecimento sobre a natureza dos juízos morais. Essa forma de ver a linguagem moral também estabelece uma maneira de supera a dicotomia entre modelos teológicos e deontológicos da Ética.
- E importante salientar que “uma moral” e para Tugendhat, um sistema normativo livre. E livre porque os membros de uma comunidade moral podem escolher um sistema de normas sabendo que os outros também farão, por isso a aceitação de uma concepção moral e uma decisão pessoal e, como tal autonomia. Por conseguinte, somos autônomos inclusive para aceitar ou não uma determinada moralidade.
- Ensaio Liberalism, Libert and the Issue of Economic Humam Rights, ele explicitamente defende os chamados” direitos sociais” r econômico (direitos como ao trabalho, a um padrão mínimo de bem-estar etc.) como condição para uma existência humana digna para todas pessoas.
- Os direitos humanos são resultados de um longo desenvolvimento histórico, e não existe nenhum impedimento, seja teórico, seja pratico, seja pratico, para pensarmos em diferentes gerações de direitos. De acordo com Bobbio há quatro gerações distintas de direitos;
- a primeira e constituída pelos direitos de liberdade;
- a segunda é formada pelos direitos sociais;
- a terceira abrange diversos direitos, incluindo os direitos ecológicos como, por exemplo, o direito de viver num meio ambiente não poluído; e
4.a quarta e a mais recente geração e composta de direitos biológico, como o da integridade do patrimônio genético.
- Rawls pretende fazer uma “interpretação kantiana da concepção de justiça {...}. Essa interpretação se baseia na noção de Kant sobre a autonomia [...] Kant supõe que a legislação moral deve ser aceita sob condições que caracterizam os homens como entes racionais, livres e iguais” (1999, P 251).
Rawls salienta que sua teoria da justiça pretende estabelecer princípios de justiça que seriam contratados entre pessoas racionais, livres e iguais na posição original sobre o que se chama de “véu da ignorância”, que será esclarecido logo mais.
- Outro enfoque ético-político formado por princípios deontológicos é a teoria de justiça como equidade (fainess), defendida pelo norte-americano John Rawls (1929-2002).
- Rawls sustenta que sua teoria política da justiça como equidade é capaz de cumprir essa função, por isso, a parti dela, é possível determinar direitos e deveres das instituições básicas de uma sociedade e uma distribuição dos benefícios e encargos da cooperação social.
- Mas sociedades ocidentais secularizadas, o justo e o injusto estão em discursão. Existe diferentes noções de bom e de correto, do justo:
- a cada um segundo suas necessidades;
- a cada segundo seus méritos;
- a cada um segundo sua classe social;
- a cada um segundo o que a lei lhe atribui;
- a cada um segundo suas obras; e
- a cada um de modo igual.
Há dessa forma, vários conceitos de justiça aparentemente incomensuráveis.
- Para Rawsl, o sujeito da justiça é estrutura básica da sociedade, ou seja, a maneira pela qual as principais instituições sociais distribuem os direitos e os deveres fundamentais e determinam a partilha dos benefícios da cooperação social.
- Uma pergunta que é importante fazer então, é esta: como Rawls estabelece as condições para que princípios de justiça possam ser contratados para instituições básicas da sociedade. A resposta a essa questão só pode ser dada por meio do esclarecimento de seu conceito de posição original.
- Dois princípios de justiça:
- (Princípio das liberdades básicas) cada pessoa tem direito igual a um esquema plenamente adequado de direitos e liberdades básicas, sendo este esquema compatível com um esquema similar para todos.
- (Princípio das diferenças) As desigualdades sociais e econômicas devem satisfazer duas condições: primeiro, elas devem estar ligadas a cargos e posições abertos a todos em condições justa igualdade de oportunidade; segundo, elas beneficiar mais os membros menos favorecidos da sociedade (1999, p. 15).
- O que cada princípio significa é claro; as liberdades básicas devem ser igualmente distribuídas; as diferenças sociais e econômicas, se por algum motivo tiverem que existir (por exemplo, por razão de eficácia econômica), devem beneficiar os menos favorecidos.
- O autor de uma teoria de justiça apresenta duas razoes. Uma delas é que posição descrita na posição original agrega pressupostos de aceitação de aceitação geral. A segunda justificativa é a seguinte: é necessário ver se ver se os princípios de justiça consensualmente estabelecidos igualam as convicções de justiça que temos ou as estendem de forma aceitável.
- Trata-se da noção de “equilíbrio reflexivo”. Esse método procura traduzir uma espécie de dialética entre princípios e juízos sobre casos particulares, ambos se corrigindo mutuamente procurando um ponto estável. Por exemplo “olho por olho, dente por dente”, que vigorou durante muito tempo na antiguidade, mas que leva á guerra de todos contra todos, foi reformulado pela Regra de Ouro, que também se choca com (P. 163) juízos cotidianos que condenam a prática sados- masoquistas e que foi, então devidamente corrigida por princípios que introduzem a imparcialidade, como, por exemplo, Imperativo Categórico kantiano, que, por sua vez, não daria conta hoje de forma satisfatórias de algumas questões éticas e foi assim reformulado pelo próprio Rawsl.
- Ao aceitar o pluralismo ético de forma refletida, corre-se o risco de confundir o multiculturalismo, que pressupõe as diferentes tradições artistas, culturais, religiosa ou até mesmo filosófica, com a própria moralidade.
- O termo “bioética” foi popularizado pelo médico americano V. P. Potter, no início da década de 1970. Ele defendeu a ideia de que a ciência e a tecnologia estavam destruindo as condições de existência da vida, principalmente o meio ambiente, e que, por conseguinte, era necessária uma abordagem ética dos problemas relacionados com a vida.
- Três Princípios validos prima facie (no sentido rossiano):
- respeito pelas pessoas (isto e, suas preferências valorativas e escolhas devem ser consideradas);
- beneficência (o bem-estar deve ser promovido e os danos minimizados);
- justiça (todos devem ser tratados equitativamente;
- consentimento livre e esclarecido dos indivíduos-alvo e proteção a grupos vulneráveis e aos legalmente incapazes (autonomia);
ponderação entre riscos e benefícios, tanto atuais como potenciais, individuais ou coletivo (beneficência), comprometendo-se com o máximo de benefícios e mínimos de danos e riscos;
garantia de que danos previsíveis serão evitados (não-maleficiecia); e (p.171)
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