A Teoria dos 100%
Por: arnaldo18 • 14/3/2017 • Artigo • 694 Palavras (3 Páginas) • 253 Visualizações
Teoria dos 100%
Arnaldo Costa (*)
No relacionamento humano aprendi que não é bom uma pessoa procurar ser 100% para outras pessoas, sejam elas filhos, filhas, irmãos, irmãs, parentes, amigos ou cônjuge e muito menos pra sogra.
Logicamente e até com explicação antropológica, as pessoas tidas como normais procuram viver o melhor possível com as outras.
No decorrer do tempo, o relacionamento pode ter altos e baixos. Nos períodos em alta, o relacionamento tende a atingir os 100% das expectativas.
No entanto, é nos períodos em baixa que a “Teoria dos 100%” funciona. E como funciona essa teoria?
Vou tentar explicar essa teoria.
Supondo uma situação em que você se dispõe 100% no relacionamento com outra pessoa. Enquanto perdura esse percentual, tudo é maravilha. No dia em que, por alguma razão, você baixar esse percentual para 90 ou 80% a outra pessoa sente e passa a reagir ou reclamar como se você tivesse feito um absurdo contra ela por ter diminuído a consideração.
Tudo que você fez para atingir os 100% cai por terra. E não pense que baixa pra 90% ou 80% a queda, na concepção da outra pessoa, não é de 10% ou 20%. Então, o que fazer? Qual seria a melhor maneira para lidar com essa situação?
Pela minha experiência e fatos observados em outras pessoas e em tantas situações, há uma série de atitudes para viver bem com essa situação. Vejamos:
- Adote a prática da negação. Tudo que lhe for pedido, de início, negue. Consequências: a) as pessoas pensam duas ou mais vezes antes de lhe pedir alguma coisa; b) se uma pessoa lhe pedir, sabe que a possibilidade de sucesso é mínima; c) a outra pessoa vendo tanta resistência pode desistir do pedido; d) a pessoa insistente lhe pedirá pouco.
- Só aceder depois de a outra pessoa baixar ou diminuir o pedido feito. Consequência: o pedido vai ser bem menos do que a pessoa pensava, mas a pessoa sai satisfeita.
- Se pensar em aceder, negocie ao máximo para a outra pessoa desistir do pedido ou diminuir ou baixar, ao máximo, o seu pedido. Consequência: a outra pessoa vendo tanta resistência pode até desistir do pedido.
- Desista em querer ser 100% para as pessoas, quaisquer que sejam elas, incluindo cônjuge, filho, filha, parentes e amigos. Consequência: você cria uma armadura contra eventuais pedidos, pois as pessoas passam a considerá-lo “duro de roer”.
- Não se preocupe em ser taxado de “duro de roer” ou “mão de vaca”. Lembre-se de duas coisas: a) pessoas tidas como “duras de roer” costumam ter dinheiro disponível; b) pessoas tidas como “boazinhas” costumam passar por dificuldades financeiras.
- Se você pode ser 80% baixe o seu comportamento para 50% ou 40% para com as outras pessoas. Consequências: a) mantendo o seu comportamento no percentual entre 40% e 50% no dia em que esse percentual subir para 70% ou 80% a outra pessoa vai se sentir muito gratificada; b) a outra pessoa vê que você mudou para melhor; c) você passa a ser considerado bonzinho, mesmo não atingindo o percentual máximo.
- Qualquer subida do percentual deve ser momentânea. Volte imediatamente para o percentual anterior. Consequência: você só tem a ganhar.
- Nunca seja fiador pra quem quer que seja. Isso é bíblico: “Filho meu, se ficaste por fiador do teu companheiro e se te empenhaste ao estranho, estás enredado com o que dizem os teus lábios, estás preso com as palavras da tua boca.” (Provérbios, 6.1-2)
Nesse sentido, nunca é demais lembrar alguns pensamentos deixados por Nicolau Maquiavel:
- O governante (a pessoa) deve fazer o mal todo de uma vez e o bem aos poucos, para que se esqueça do mal que foi feito e lembre sempre do bem.
- Para o governante (a pessoa) é melhor parecer como miserável do que como gastador.
- Todas as pessoas são movidas exclusivamente por interesses egoístas e ambições de poder pessoal.
- Entre ser amado ou temido, escolha ser temido. Você termina sendo amado; e sendo só amado, não vai chegar a ser temido.
- Os homens ofendem mais aos que amam do que aos que temem
- Nada mais certo do que os nossos próprios erros; vale mais fazer e arrepender, que não fazer e arrepender.
(*) Pai e bisavô. Já viveu 73 anos.
Brasília, 12/01/2015
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