A Tríplice Constituição da Perspectiva Ética de Paul Ricoeur
Por: Darcilene P. • 13/3/2019 • Resenha • 373 Palavras (2 Páginas) • 234 Visualizações
Resenha “ Ética e Moral “
Paul Ricoeur (1990)
Referência:
RICOEUR, Paul. ÉTICA E MORAL. Tradução de Antônio Campelo Amaral. Covilhã, 1990 Disponível em:
Resumo 2
Paul Ricoeur em seu texto distingui o termo ética do termo moral. Apesar dele mesmo dizer que não tem nada na etimologia que ampare tal diferenciação, já que a palavra moral vem do latim e a palavra ética vem do grego e as duas significam hábitos, costumes. É fundamental diferenciar duas notáveis tradições filosóficas, são elas: a ética teleológica aristotélica e a moral deontológica kantiana. Na concepção aristotélica a ética tem uma finalidade, um fim que visa o bem. Já na concepção deontológica kantiana a moral implica a obediência à norma. Segundo ele, ética são as boas ações e moral são as normas, as obrigações.
Alguns aspectos são destacáveis no pensamento ético do autor: o primeiro é que ambas, ética e moral, apresentam uma reflexão sobre o agir, o agir de um individuo que é capaz de agir e alterar o curso das coisas; o segundo, um individuo capaz de se reconhecer como o autor dos seus atos, capaz de se responsabilizar pelos seus feitos.
Ricoeur acredita que há uma relação recíproca entre o conceito de bom remeter-se à “estima de si” e o de obrigatório ao “respeito de si”. O entrelaçamento da virtude e do dever caracterizados em sua regra de ouro: “Viver bem, com e para os outros, em instituições justas”. Assim sendo, para Ricoeur o conceito de justiça não se limita apenas às relações interpessoais, mas está ligado ao conceito de igualdade no plano das instituições. Aparece a “vida-boa” como obrigação, a solicitude como norma e respeito e a justiça como “princípios de justiça”, Contudo, a vida boa, por si só, não é garantia de realização pessoal, só pode realizar-se para e pelo sujeito, um sujeito autônomo, que estima e respeita a si mesmo e ao outro. Desta forma, pode-se dizer que o pensamento ricoeuriano é então parte constitutiva de conhecimento e vivência ética, e que em função de uma vida boa para cada um, em harmonia, pautada pela justiça e na liberdade, pode ser a solução do mundo atual para a superação da crise em todos os segmentos da vida humana.
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