A importância da Filosofia no Ensino Fundamental
Por: Catarina Nogueira Fonteles • 29/9/2016 • Trabalho acadêmico • 2.411 Palavras (10 Páginas) • 603 Visualizações
A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL
Catarina Nogueira Fonteles¹
Gilmar Alves de Farias²
Resumo:
Introdução- Conhecer a perspectiva da Filosofia para Crianças, de Matthew Lipman, aplicando a sua metodologia pedagógica das comunidades de investigação em sala de aula e analisar a sua viabilidade, do ponto de educacional, no contexto social do ensino público brasileiro, especificamente, nas escolas da rede municipal, do ensino fundamental de Fortaleza. Objetivo- Demonstrar a eficácia, do ponto de vista pedagógico, do ensino da Filosofia para crianças de 3 a 5anos de idade. Objetivos específicos- a)Discorrer sobre os benefícios para os alunos, do ponto de vista social, ético e político, concedidos através do ensino da filosofia em sala de aula. b) Traçar um breve paralelo entre o ensino tradicional e o modelo das comunidades de investigação. c) Através de sucinta análise da realidade da escola pública de fortaleza, enumerar algumas fragilidades e demonstrar a aplicabilidade da filosofia para crianças, como agente cooperador de uma transformação educacional, respeitando o contexto social em que as crianças estão inseridas. Metodologia- deste estudo, empreendeu-se a revisão bibliográfica, privilegiando como fator fundamental o emprego da Filosofia para Crianças, sob a perspectiva de Matthew Lipman, no contexto da escola pública de Fortaleza, com crianças de 3 a 5 anos de idade. Conclusão- O ensino de Filosofia, através das comunidades de investigação pode ser aplicado às crianças entre 3 e 5 anos de idade, sem interferir no conteúdo programático, apenas alterando a forma como as matérias são ministradas, aceitando a participação do aluno, como agente de construção do processo de aprendizado.
Palavras chave: Filosofia. Criança. Escola. Ensino. Transformação.
INTRODUÇÃO.
O presente trabalho, de natureza bibliográfica, discorre sobre a viabilidade da prática do ensino da Filosofia para crianças entre 3 e 5 anos de idade, das escolas do ensino municipal de Fortaleza. Desde 1998, a Unesco divulga o programa Filosofia para Crianças, em vários países, porque este enfatiza a formação de conceitos, o raciocínio e o desenvolvimento do juízo. O estudo realizado pretende identificar os pontos fracos do ensino tradicional e, paralelamente demonstrar o progresso cognitivo dos alunos beneficiados com o programa Filosofia Para Crianças. Quando se apresenta o precário nível cultural dos alunos universitários, o governo aplica reformas no ensino médio, esquecendo que este nível apenas reflete a situação de abandono do ensino fundamental. As séries iniciais são a base, tanto do aspecto cognitivo, quanto do afetivo e do social dos alunos. Negligenciá-las é colaborar para a perpetuação das desigualdades, impedindo a mobilidade social. Ao educar a criança, evita-se ter que punir o adulto.
LIPMAN E AS COMUNIDADES DE INVESTIGAÇÃO
A filosofia para crianças é um programa pedagógico proposto primeiramente por Comenius, teólogo do século XVII, e posteriormente por Lipman, filósofo e educador norte-americano, que criou um método de ensino da filosofia: as comunidades de investigação. Segundo Aristóteles, toda deliberação é uma investigação. Lipman procurou ensinar lógica, ética e estética como investigação, no sentido de procedimentos autocorretivos.
Há uma diferença entre as habilidades desenvolvidas numa sala de aula tradicional e as desenvolvidas numa comunidade de investigação.
Durante as conversas e comentários das narrativas (onde os protagonistas, as crianças tentam resolver problemas pertinentes à sua realidade), os alunos mencionam suas opiniões, porém apresentam suas razões, onde ouvem as razões e opiniões das outras crianças, onde os julgamentos passam a ser fundamentados e as crianças passam a desenvolver um pensamento organizado. Esses alunos passam a se autocorrigirem e a assumirem um posicionamento ativo frente ao mundo que os cerca e geralmente tornam-se adultos que querem mudar o mundo para melhor, através do exercício de sua cidadania, propiciando um ambiente mais democrático e crítico. Instrução não significa compreensão. A educação precisa ir além da transmissão do conhecimento, proporcionando à criança uma aula mais interativa, dinâmica e atraente, onde as múltiplas inteligências de cada aluno possam ser desenvolvidas. As comunidades de investigação fornecem os meios para o exercício dessas habilidades.
A FILOSOFIA E A ESCOLA
Diante da evasão escolar, de alunos, que ao quarto ano ainda não sabem ler, de professores desiludidos com a educação no país, surgiu a pergunta: como a Filosofia colaboraria para uma melhor formação educacional dos alunos, já no ensino fundamental? Percebemos que as escolas, principalmente as públicas, trabalham com verdades prontas, acabadas. O conhecimento é transmitido sem o interesse em saber se o aluno está assimilando o conteúdo. As instituições de ensino básico, hoje, transmitem a ideia de que é um privilégio os jovens terem acesso a um ensino gratuito. Os questionamentos quanto à qualidade do que é oferecido são ignorados. Durante muito tempo, o ensino da Filosofia era direcionado apenas para a elite brasileira. Afinal, para que o pobre precisaria pensar? Quanto mais alienado, passivo e submisso, melhor seria para a classe dominante. Ele seria explorado sem que se apercebesse disso. Infelizmente, essa ainda é a realidade de milhares de brasileiros.
Para a construção de um país mais justo, com menos desigualdades econômicas, faz-se necessário melhorar a educação. O pensar e o refletir são a base para a assimilação de qualquer disciplina que o aluno for estudar. Na medida em que a criança desenvolve a sua consciência crítica, ela vai perceber o valor e a importância do conhecimento, da instrução. Este aluno perceberá que a sua situação pode ser modificada, por ele mesmo. A escola necessita do ensino da Filosofia, desde a educação infantil, para modificar essa estrutura alienante que hoje impera na educação brasileira.
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