ANÁLISE SOBRE A TEMÁTICA DO PODER A PARTIR DO FILME - A ONDA
Por: Lorena P O Vieira • 8/11/2017 • Resenha • 1.116 Palavras (5 Páginas) • 1.692 Visualizações
FACULDADE VALE DO CRICARÉ[pic 1]
MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO SOCIAL,
EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL
ANGELA APARECIDA FORTI SAGRILLO
LORENA PRETTI DE OLIVEIRA VIEIRA
ANÁLISE SOBRE A TEMÁTICA DO PODER A PARTIR DO FILME “A ONDA, DE DIE WELLE (2008)”
SÃO MATEUS
2017
- Refletindo a partir de Maquiavel, analise de que modo a manipulação das vontades individuais é utilizada no filme para sustentar um regime autoritário
Na obra “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel, ele ensina ao soberano, dentre outras coisas, como deve ser sua relação com os nobres e principalmente com o povo de modo a, não apenas alcançar o poder, mas principalmente manter-se nele.
Nessa habilidade de conservar o poder, Maquiavel ensina ao Príncipe sobre necessidades individuais e coletivas que pautam as ações humanas.
Quando as ações do príncipe são baseadas nas necessidades do coletivo, significa que sua preocupação maior é o bem estar do povo, sendo isto, a condição para que os homens vivam juntos. Contudo, quando as ações do príncipe são baseadas em sua vontade individual, poderá acarretar na destruição da sociedade pois isto pode estimular os homens a viverem buscando seus próprios interesses.
Portanto, o governante, e até mesmo o sistema de governo, deve gerar a ordem através de leis que se cumpram a fim de refrear o homem a viver sob sua própria vontade.
Deste modo, com base no pensamento de Maquiavel, é notório que o professor Rainer utiliza da manipulação das vontades para manter-se no poder. Ele se coloca como líder que resolverá os problemas comuns a partir da tomada de decisões que favorecem o coletivo, contudo, excluem aqueles que pensam diferente.
- Explique de que forma o medo, a luz dos ensinos de T. Hobbes, é empregado como justificativa para a submissão ao líder.
Para Hobbes, o medo é a chave para a manutenção do contrato social e a manutenção da paz entre os homens. Ele afirma que “o homem é o lobo do homem”, ou seja, o homem deveria temer as ações sobre ele mesmo.
Deste modo, os homens deveriam abrir mão de suas vontades, passando a se submeter em favor da vontade de um soberano.
O filme aborda insto quando apresenta a necessidade de um poder maior, um líder, para ser seguido. Alguém para serem submissos e alcançarem seus objetivos coletivos. No filme os estudantes abrem mão de seus direitos a fim de resolverem seus conflitos pessoais e se sentirem mais fortes, legitimando o poder do soberano na tomada das decisões.
- O que é o direito de resistência defendido por Locke? No filme é possível apontar algum exemplo nesse sentido? Comente.
Para Locke, o direito de resistência consiste no direito natural, e não no direito subjetivo de resistir, que pode ser aplicado quando há violação de direitos naturais (vida, propriedade, liberdade) do contrato social mais o uso contínuo de força, praticado por um governo tirano contra a sociedade.
Então, para ele, caberia a resistência por parte do individuo que poderiam guerrear contra o poder para derrubá-lo e instaura um governo justo em seu lugar.
No filme podermos perceber essa resistência quando uma aluna, Mona, resiste às questões impostas pelo professor “tirano”, pois julga serem exageradas as diretrizes tomadas pelo movimento e resolve não cumpri-las (como, por exemplo, a imposição do uniforme branco, etc.). Ela é punida e excluída do grupo. Então, Mona e sua amiga, Karo, decidem participar do campeonato, mas são impedidas por não usarem a camisa branca. Resistindo, mais uma vez, elas entram por outro portão e distribuem panfletos de manifesto contra “A Onda” pelas arquibancadas, gritando “Parem com A Onda!”.
- Rousseau afirma que é a vontade geral que justifica o poder. Considere de que modo tal conceito é apresentado no filme.
A vontade geral de Rousseau não é entendida como a vontade da maioria ou da totalidade dos cidadãos, mas sim como a vontade de um corpo político que se assume de forma arbitrária como intérprete pra vontade do povo. Segundo Rousseau, a sociedade civil não é (ou não deve ser) um conjunto de indivíduos organizados, mas antes uma pessoa coletiva.
E assim o grupo “A Onda” se apresenta no filme, um pequeno grupo – na pessoa coletiva - que querem estabelecer as suas vontades como supremas e favorecendo apenas aqueles que pertencem ao seu grupo, excluindo os que apresentam-se contrários aos seus ideais.
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