ART. 6: O CONHECIMENTO INTELECTUAL É ADQUIRIDO A PARTIR DAS COISAS SENSÍVEIS?
Por: Barbosa Junior II • 28/5/2019 • Trabalho acadêmico • 487 Palavras (2 Páginas) • 290 Visualizações
QUESTÃO 84
ART. 6: O CONHECIMENTO INTELECTUAL É ADQUIRIDO A PARTIR DAS COISAS SENSÍVEIS?
O conhecimento intelectual é adquirido a partir das coisas sensíveis (corporais). Que o conhecimento intelectual, é o conhecimento da alma por abstrações a partir do conteúdo apreendido pela percepção sensível. Esta pergunta se refere a questão geral: Como a alma, unida ao corpo, conhece as coisas corporais que lhe são inferiores? Ou seja, a alma precisa do corpo para conhecer as coisas corporais.
Não existe como Platão achava a possibilidade de compreender a essência das coisas sensíveis sem elas. Porque a essência delas, as ideias, a forma delas, não estão separadas delas, não estando separadas, das formas, nós temos que captá-las, aprende-las, abstraí-las das coisas sensíveis.
Santo Tomás diz em sentido contrário, que o filosofo prova no livro I da metafisica que o princípio de nosso conhecimento é a partir dos sentidos. Então, nós somos seres substancialmente sensíveis, temos corpo, e todo conhecimento começa do corpo. A alma antes do corpo lhe dá conteúdo ou informações para ela dialeticamente apreender as formas, ou seja, não tem nada, a alma não nasci com ideias inatas.
Para Demócrito e os naturalistas em geral, eles não distinguiam o intelecto dos sentidos, acreditavam que o intelecto era uma massa cinzenta, que era movida por átomos. As imagens e os sons chegavam até nós por átomos, e mobilizavam os nossos neurônios e terminações nervosas, movimentando literalmente nossa mente, e essa mexida material era sensível.
É como apertar o braço de alguém, e o que sentiria nesse aperto é sensível, como o sentido fosse também assim, só que a minha voz é composta por átomos, por assim dizer acusticamente, ela toca meu aparelho auditivo, mexe a minha mente, inclusive, que todo o meu pensamento seria material.
Platão por outro lado, pensa ao contrário nessa construção dialética de Aristóteles, o conhecimento não tem nada de material, pois se fosse verdade, imagine a quantidade de neurônios que temos, o tamanho da nossa cabeça, a temperatura do nosso corpo, iriam influenciar em nosso conhecimento, logo, o conhecimento não poderia ser material. Pois a nossa experiência de fome, sono, auditiva e etc é muito subjetiva, é muito relativa, logo, como a gente vai ter um conhecimento objetivo e universal a partir de um canal tão relativo quanto o nosso corpo.
Aristóteles sempre construiu esses extremos, mas Santo Tomas segue o caminho do meio termo, ou seja, Demócrito está certo, pois temos percepções sensíveis, é daí que partimos, no entanto, Platão também está correto, pois o conhecimento intelectual é o conhecimento das ideias, mas não separadas e sim enfiadas, ela não transcende as coisas, mas estão dentro das coisas.
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