As Cidades Invisíveis
Por: duda_acampos • 8/5/2020 • Resenha • 535 Palavras (3 Páginas) • 154 Visualizações
“As Cidades Invisíveis”, de Ítalo Calvino
- cada cidade é única na sua paisagem e na construção do seu espaço pelos seus habitantes
- multiplicidade de imagens e simbolismos,
- “As Cidades e o Nome” remete à clássica afirmação de que o sentido do lugar emana do acontecimento e do signo que o fixou.
- “As Cidades e a Memória”, o encantamento prossegue no encontro com o passado como se ele fosse sempre melhor que o presente e uma inspiração para o futuro. A armadilha está na decepção de que o passado não permanece melhor ou nunca foi, e no seu esquecimento.
- “As cidades e o desejo” nelas há uma alusão insistente à contradição, à dualidade do espírito humano. Intuitivamente somos destinados à ordem e ao caos simultaneamente, e as “cidades e o desejo” refletem o paradoxo em paisagens regulares.
- “As cidades e os símbolos” – a linguagem da subconsciência coletiva, a cidade passa a ser lida como densa e enigmática, já que é muito mais do que apenas sua forma física, onde a questão central é a compreensão da cidade a partir do seu vocabulário visual, sua linguagem. Mas exploram também a utilização dos símbolos como marcação de territórios e hierarquias, classes, posturas.
- Através das “cidades delgadas” é possível verter a muitas paisagens da cidade moderna, como a verticalidade ou a transfiguração cíclica de seus espaços. Também nelas talvez se incluísse o próprio urbanismo modernista, as imagens de uma cidade-máquina baseada no movimento, “uma cidade teia-de-aranha pendurada sobre o abismo”.
- “As cidades e os olhos” – a visão individual e os engodos. São cidades descritas com um lado positivo que enche os olhos, cheio de cores, sabores, tentações, em que o enfoque são as visões particulares,
- “As cidades e os mortos” – engessamento, ciclo, fim de ciclo
- “As cidades ocultas” – a natureza humana e sua dualidade
- “As Cidades e o Céu” – o ideal de perfeição e o cosmos, idéia de uma permanência
transcendental. Sonhos de todos os utopistas. São descritas como lugares urbanos de paisagem harmônica, e, às vezes, imutável. As cidades e o céu trazem o fascínio do novo, das reformas e das idéias que se apresentam como eternamente belas – até que a realidade e o tempo as gaste – e retornemos aos inescapáveis ciclos.
O filme “Asas do desejo”, de Win Wenders, passa-se no pós 2ª Guerra Mundial, após a divisão da Alemanha com a construção do Muro de Berlim. Além da representação da barreira física, restringindo o contato da população alemã, o muro era sobretudo um instrumento político ideológico, que dividia um país com tendências por um lado capitalista e por outro socialista.
A partir desse contexto podemos relacionar o filme ao livro “As Cidades Invisíveis”, de Ítalo Calvino. Alguns dos contos do livro são da temática “As cidades ocultas”, que discorrem sobre a natureza humana e sua dualidade, temática essa que observamos na Berlim do filme, dividida por uma barreira geográfica e imaterial, por causa das contrárias ideologias.
Assim, pode-se fazer comparações entre o teor das cidades apresentadas no livro, com as cidades que conhecemos hoje, como “As cidades e os símbolos” – onde a sua linguagem é muito mais do que apenas a forma física –, que associa-se a Nova York, conhecida pelo
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