As Imagens de Ciência e de Natureza
Por: Sir Phoenyx • 6/2/2018 • Resenha • 1.134 Palavras (5 Páginas) • 243 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE
BACHARELADO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS
ORIGEM E EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO
ANDREI SANTOS DE MORAIS
ABRANTES, Paulo César Coelho. Imagens de natureza,imagens de ciência. Campinas, SP: Papirus, 1998.
Imagens de Ciência e de Natureza: Resumo e Crítica
Iniciando com uma referência ao pensamento filosófico grego antigo, o autor Paulo Abrantes, professor de Brasília, traça a evolução da filosofia da natureza a partir de Platão, a sua versão de criação através de Demiurgo e sua visão dualista no campo das ciências naturais. O mestre de Aristóteles falava sobre as formas e a matéria serem separadas, sendo a matéria tangível pelo mundo sensível, o qual segundo o pensador era ilusório, e as formas pelo inteligível, racional e única forma confiável de conhecimento. Seu discípulo Aristóteles, embora tivesse uma visão diferenciada e particular quanto à natureza, teve uma influência evidente de Platão em suas concepções gerais da physis. Há divergência quando o discípulo afirma que forma e matéria não seriam divisíveis, podendo assim ser feito apenas por abstração, mas que como objeto de estudo forma e matéria deveriam permanecer unidas. O texto releva também outro ponto de discussão da filosofia ao longo de variados pensadores: a existência do acaso. Para Platão, o acaso fazia parte dos caminhos da natureza, sendo resultado de uma interferência fortuita entre eventos desconexos na natureza. Aristóteles segue uma linha semelhante, porém mantendo o domínio do acaso apenas no mundo sublunar, uma vez que no espaço supralunar, ou seja, mais distante do que a lua e onde os sol e as estrelas se movem, não haveria lugar para o acaso e tudo seguiria uma ordem plena, diferindo apenas ao se aproximar da Terra, segundo a cosmologia aristotélica. Ainda em Aristóteles, há a ideia de que deus tenha tido um caráter menos criador e influente do que Demiurgo se tratando da formação do universo, pois para ele é eterno, não tendo sido criado. O texto segue interligando as ciências e os métodos através dos séculos em comparações de cientistas. Citando os modos como Aristóteles e Platão foram refutados posteriormente por Isaac Newton, René Descartes, Francis Bacon e pensadores outrem. Fala-se então no estoicismo, uma corrente de pensamento defensora do panteísmo, ou seja, a ideia de que a Natureza é propriamente Deus, de modo como uma conexão moral e ética com Deus seria também uma relação racional cuidado pela natureza, assim como a busca por uma conexão com esta. Os estoicos rejeitavam a cosmologia aristotélica e a tendência a pensar no acaso, visto que os eventos desenrolam-se de maneira lógica, progressiva e que em tese seria possível prever sempre bastando apenas ter uma alma perspicaz na captura dos fundamentos por trás do eventos. Usam-se de variadas metáforas para comunicar suas ideias, como a pneuma. Ou seja, o sistema que atravessa tudo e todas as coisas a criar um elo universal. A pneuma também teria o poder de manter as órbitas empurrando e afastando simultaneamente (energia escura e matéria escura) na medida certa os planetas do centro de uma sistema planetário. A pneuma atribui, ainda, as qualidades dos objetos, que também seriam mais dotados de uma qualidade interna pré-motriz como o era em Aristóteles, sendo também responsável pelo funcionamento de nossos sentidos. O estoicismo então é relacionado ao epicurismo, pois ambas as mentalidades argumentam o pensamento, a sabedoria e a filosofia como caminho para um estado de felicidade ou virtude. Quanto ao acaso, o epicurismo deixa espaço para essa suposta forma de eventualidade na natureza. Ao falar de filosofia moderna, o autor exemplifica contestações aos antigos em exemplos como Francis Bacon, considerado o fundador da ciência moderna. Empirista e defensor de que as ciências devem melhorar a vida humana, Bacon dizia que Aristóteles possuía um racionalismo pouco verificável e submetia a experiência forçosamente na concepção de suas ideias filosóficas. Já Galileu é referenciado com a heliocentrismo, uma descoberta cientifica revolucionaria e a questão se Galileu seria empirista ou racionalista. Dessa forma, o autor esboça bem a troca, assim como o mantimento de imagens de natureza antigas nos tempos modernos. Assim como a ascensão empírica na popularização cientifica de experimentos observáveis para sua observação, análise e conclusão.
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