As Teorias Pedagógicas Modernas Revisitadas pelo Debate Contemporâneo na Educação de José Carlos Libâneo

As Teorias Pedagógicas Modernas Revisitadas pelo Debate Contemporâneo na Educação de José Carlos Libâneo

José Carlos Libâneo nasceu em Angatuba, formou-se em filosofia na PUC de São Paulo, em 1966. Em 1984 tornou-se mestre da educação escolar brasileira e em seguida doutor em educação. Em 2005 publicou o  livro Educação na Era do Conhecimento em Rede e Transdisciplinariedade, que aborda textos com bases na pesquisa e nas práticas dos educadores que atuam na área da educação. Em seu primeiro capítulo As Teorias Pedagógicas Modernas Revisitadas pelo Debate Contemporâneo na Educação retrata sobre a revisão critica das teorias pedagógicas modernas entre modernidade, pós-modernidade e as principais correntes pedagógicas contemporâneas.

A educação é definida pelo autor como um processo educativo de apropriação em termos de humanização, de socialização e de singularização. Ressaltando três aspectos imprescindíveis para quem quiser ajudar sem dificultar o agir pedagógico: a primeira é que as práticas pedagógicas sugerem a tomada de decisões e ações que se reflete no destino humano das pessoas, a segunda diz a respeito de que é fundamental considerar os meios e os métodos de educação e ensino, e a terceira aponta a necessidade de entender a educação como uma atividade complexa que precisa recorrer a outros campos de saberes (Culturais, psicológicos, económicos, antropológicos, simbólicos).

Segundo o autor as teorias modernas da educação hoje se exibem em diversas versões, variando das abordagens tradicionais às mais avançadas. Analisando a realidade educativa atualmente, percebeu que além de sua complexidade, há muitas contradições (econômicas, sociais, políticas…) e que a escola pouco tem contribuído para a superação destas contradições, como para promover o desenvolvimento cognitivo dos alunos.  Libaneo ressalta o risco de aumentar a exclusão através de medidas que na escola são implementadas.

Libaneo considera como modernas a pedagogia tradicional, a pedagogia renovada , o tecnicismo educacional, e todas as pedagogias críticas movidas na tradição moderna como a pedagogia libertária, a pedagogia libertadora, a pedagogia crítico-social. Um encadeamento em comum entre as teorias modernas, conceituada pelos críticos como negativa, é a separação entre a razão e o sujeito, entre o mundo científico e tecnológico e o mundo da subjetividade.

Entre as classificações “sociedade pós-moderna”, “pós-industrial”, “pós-mercantil” e “sociedade do conhecimento”, impostas a presente época, o autor opta pela expressão “pensamento pós-moderno”, considerando que é a que mais se adapta a seu diagnóstico sobre o período atual, marcado por situações econômicas, sociais e culturais que contextualizam uma nova condição, pós-modernidade. Resume as sugestões de vários autores para caracterizar a condição pós-moderna, entre elas: as mudanças no processo de produção industrial e no perfil da força de trabalho, as alterações na circulação da informação e nos negócios provocadas pelas novas tecnologias da informação e comunicação, as modificações nas formas de fazer política, as variações de paradigma do conhecimento, concluindo que estas transformações afetam o pensamento e as práticas educacionais.

No texto são consideradas como correntes pedagógicas contemporâneas: Racional-tecnológica, Neocognitivistas, Sociocríticas, Holísticas e Pós-modernas. Distingue estas correntes com os seguintes traços: o caráter de formação instrumental da pedagogia racional-tecnológica, a corrente neocognitivista ajustar nas teorias do construtivismo pós- piagetianismo e nas das ciências cognitivas, as teorias sociocríticas propenderem compreender a realidade para alterar-se, o espectro integrativo entre o todo e as partes da realidade, das correntes holísticas e as correntes pós-modernas causídicas da não existência de direitos universais abstratos e de referências morais ou teóricas para o desenvolvimento da consciência. Destaca que o “pensamento pós-moderno” tem alguns conceitos comuns às das teorias modernas da educação, tanto pela negação como pela incorporação.