Como a Fé e a Razão na Idade Média nos Influenciam no Ensino da Filosofia na Atualidade
Por: joel.venancio • 28/8/2018 • Trabalho acadêmico • 7.205 Palavras (29 Páginas) • 245 Visualizações
Como a Fé e a Razão na Idade Média nos Influenciam no Ensino da Filosofia na Atualidade
Joel Jorge Soares Venâncio
Pinheiros, ES, 2018
1- Resumo: A abordagem sobre o tema filosofia e teologia sempre tem sido um debate de grande valor para a sociedade, independentemente das eras, nacionalidade e credo. Crença e ciência é um campo aberto a busca de diversas interpretações. Com isso, a busca da verdade é a parte essencial na capacidade, compreensão e conquista do homem; na qual define seu destino eterno pelo meio que acredita ser a fonte do caminho a trilhar. Essa é uma visão que aguça a curiosidade do ser, seja ela através da pesquisa ou por meio que se relaciona em uma sociedade que se encontra em uma constante mudança. Essa mudança educativa que vivemos é prova disso. O presente projeto pretende indagar isso através de criteriosos estudos que envolvem a temática sobre religião e raciocínio; desde a antiguidade ao momento atual, especialmente dos debates filosóficos da idade media.
Palavras chave: Idade Média, Razão, Fé, Busca da Verdade.
2- Introdução
O estudo da filosofia pressupõe uma busca constante pelo conhecimento, pois o dever e a vontade essencial do filósofo é investigar as causas e buscar o fundamento, partindo da compreensão superficial em direção ao conhecimento profundo, detalhado e desvinculado de dúvidas até formar seu pensamento e conceito próprios sobre o tema abordado.
Neste intuito de conhecimento e aprendizagem, esse artigo pretende inserir o tópico tradicional da relação entre fé e razão no contexto da atual discussão sobre o próprio conceito de racionalidade. A partir das transformações contemporâneas, provocadas pelo impulso da razão histórica e da razão hermenêutica, propõe-se uma outra abordagem da questão, com base na consideração de uma racionalidade crente, assim como da dimensão crente de toda a racionalidade. Essa articulação fundamental, num espaço de pensamento humano comum, com dimensões diversas, não impede realizações diferenciadas da racionalidade, com as quais a fé entra em relação no exercício da sua racionalidade própria. Nesse contexto, a relação com a racionalidade estética assume um lugar privilegiado.
A fé que em uma sociedade multifacetada, possui a função de agregador ou mesmo desagregador no seio da sociedade, ela é o elemento de ligação entre o divino e o humano. Neste contexto, ela, em muitas ocasiões se choca com a razão, devido não ter como provar materialmente o objeto da fé. Mesmo sendo crer sem ter provas materiais, ela tem que ser melhor estudada, já que à compreendendo melhor, corre-se um menor risco de se enveredar para o fanatismo. A fé não possui só um caráter individual, como também coletivo. Ela está passível de promover conflitos, principalmente quando passa a defender aquilo em que se acredita. Neste século, existem diversos fatores que se tornam barreiras entre essas duas grandezas, o racionalismo e o ateísmo.
Sabendo que o artigo pretende estudar os limites e as possibilidades de convívio entre a fé e a razão no âmbito escolar e religioso; e, para uma melhor abordagem se faz necessário caracterizar a ética dentro de um contexto racional; e além de pesquisar a influência da igreja através da fé nos meios científicos, já que será de grande utilidade para uma melhor abordagem dos limites e possibilidades para analisar a importância da fé na sociedade contemporânea.
É comum, durante alguns períodos de nossa história haver uma confusão entre fé e razão, ora um absorve o outro, ora repelem-se. Para que se busque uma melhor compreensão se faz necessário procurar dividir o percurso em algumas etapas de estudo. Vendo que na Antiguidade a gestação do pensamento chegou ao seu fim, nascendo uma concepção de valorização do homem em seus aspectos físicos, culturais e religiosos.
Com o intuito de defender dos acusadores, surge a Patrística, que são os padres e a influencia da igreja católica na qual surgiram os pensadores que defendiam a separação entre fé e razão, como fez Tertuliano (leigo que exerceu forte influencia na igreja de Catargo), ou mesmo fazendo com que a fé se encontre com a razão, como fez Santo Agostinho, “A fé não substitui nem elimina a inteligência, pelo contrário [...] a fé estimula e promove a inteligência [...] a inteligência não elimina a fé, mas fortalece e, de certo modo, ao clarifica. Em suma: fé e razão são complementares”. (REALLE e ANTISERI, 1999, p. 435, v 1).
Ao dizer que “fé e razão são complementares”, tem que ser analisado que nesse contexto, a fé é superior a razão. Ideia que vai ser alimentada durante a Idade Média, a qual vai ganhando novas formas. Chegando a promover uma reviravolta na maneira de se ver a si próprio e o mundo que o cerca.
Por outro lado temos o Tomás de Aquino, que em suas teses afirmava a superioridade da fé com relação à razão, já que uma pode servir a outra e Reale e Antiseri (1990, v. 1, p. 501) afirma que, “Portanto, a fé melhora a razão assim como a teologia melhora a filosofia [...] assim como a fé orienta a razão, não a elimina, sendo, portanto, necessária uma correta filosofia para ser possível uma boa teologia”. Tomás de Aquino via essa boa relação entre a fé e a razão.
Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino formularam diversas teorias a respeito de fé, razão e revelação. O primeiro defendia a fé na revelação e, para estudá-la e compreendê-la, utilizava a razão. Por outro lado, o segundo pensador conseguiu estabelecer a conciliação entre a fé e a razão e a filosofia e a teologia. Ele diferenciava os temas, mas não os separava. Entretanto, a filosofia continua defendendo a razão natural e a teologia, a razão divina. Sendo assim, o que a fé e razão pode nos influencia? Poderá entender o passado e vivenciar a realidade do mundo atual tanto na ciência e na crença.
3- Metodologia
A pesquisa, análise e sistematização de fontes de estudos, sejam elas, primárias ou secundárias, para a compreensão da fé e a razão na idade média e atualidade, nas mais diversas obras sobre a temática, o permitiu alcançar os objetivos pretendidos; e revelou um amplo repertório de trabalhos, de considerável valor, através da qual a cometer a abordagem e entendimento da linha fundamental do pensamento religioso e filosófico.
Nesta linha, devem ser mais bem considerados os trabalhos de Santo Agostinho (354-432), que cristianizou Platão, pois ele foi considerado por muitos o maior teólogo da Igreja pós – apostólica, soube unir a tradição cristã com a razão. Sua célebre frase: “intellige ut credas, crede ut inteligan” (compreender para crer; crê para compreender). E também Tomás de Aquino (1225-1274), que cristianizou Aristóteles, que viveu em uma época onde todas as novidades culturais desse tempo mantêm estreita relação com sua vida e suas lutas. Ao contrário do clichê que o apresenta como uma época de paz e de equilíbrio harmônico. Entre outros como:
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