Como viver um dia sem um amigo?

Como viver um dia sem um amigo?

Em tempos remotos, pensadores buscaram ressaltar a importância da amizade, desde Epicuro, Sócrates, cujo tema era fonte de inspiração entre os filósofos. Epicuro 341 a. C já dizia: “Embora não altere o sofrimento nem possa evitar a morte, à amizade ajuda a suportá-la”. Sócrates 469 a.C, freqüentemente mencionava que o maior bem que tinha na vida eram os amigos, tanto é que uma das suas grandes preocupações era de ensinar seus discípulos como fazer e manter uma boa amizade, dado que muitas pessoas facilmente iniciam uma, mas não sabem como mantê-la.

Basta consultarmos os mais velhos e eles nos contarão como os jovens e adolescentes participavam de brincadeiras coletivas, tais como: brincadeiras de roda, passar anel, cai no poço, etc.

Infelizmente os tempos modernos não favorecem o cultivo de uma amizade autêntica e comprometida.

É evidente que não podemos negar que tem crescido gradativamente o número de adeptos dos relacionamentos úteis, isto é, uma psedo-amizade, pra não dizer uma amizade funcional. Hoje é visível a decadência da amizade, revelando assim uma espécie de declínio, dando espaço para o individualismo e a solidão. Essa mudança é atribuída à falta de tempo para cultivar uma verdadeira e sólida amizade. Tudo isso porque nós modernos quando séculos atrás optamos por está modernidade, que de certa maneira hoje está fechando seu ciclo, não percebemos que com ela também estaríamos abraçando os germes do individualismo e o desinteresse pela amizade autentica.

E é essa falta de tempo que tem fortalecido e irrigados novos caminhos para esse pujante individualismo. Cada dia as pessoas menos se importam em cultivar boas amizades, ao contrário, se interessam por relacionamentos permeados de interesses pessoais, onde o outro é visto como amigo enquanto é útil. Não menos contagiosa é a chamada amizade virtual, através da Internet ou celular. Com isso muitos são os que se refugiam na solidão de seu quarto com um fone de ouvidos ou diante de um computador, ou seja, preferem ficar em seu mundinho a desfrutar da companhia dos amigos ou até mesmo do aconchego da própria família.

Conseqüentemente cresce o número dos que só tem tempo para o outro na frente de um computador, trocando um e-mail ou mandando uma mensagem, um disputando um jogo, batendo um papo pela msn onde não se consegue dar a atenção devida a quem precisa. O individualismo é a palavra chave melhor empregada para classificar o jovem atualmente.

De repente estamos precisando de uma educação para a amizade, dado que a amizade não resulta de uma simpatia nascida de interesses, ou de níveis de cultura, não é uma relação baseada em troca de ideias. Tanto é que não há amizade sem convivência, troca de olhares, onde não há um sincero comprometimento com o outro, onde alguém dê algo por nada. Somente quando existem pessoas dispostas a doar-se em prol do outro é que nasce uma amizade capaz de superar até mesmo as longas distâncias ou a ausência do amigo. Afinal de contas, como fazemos para mantermos nossas amizades? Qual é o tipo de relacionamento temos buscado? Não importa, seja a amizade verdadeira ou funcional, sólida ou superficial, sabemos que ela faz um bem imenso a todo ser humano independente de sua idade. Como dizia Vinícius