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Desafios Educacionais

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Por:   •  18/2/2015  •  2.185 Palavras (9 Páginas)  •  329 Visualizações

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM PORTUGUÊS-INGLÊS

MIRIAM VRUBEL

ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA DA DISCIPLINA DE

FILOSOFIA GERAL

CURITIBA

2013

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DESAFIOS EDUCACIONAIS

Está se criando no planeta um sistema cultural de interdependências, de complexidades articuladas, de informações e de comunicações eletrônicas em todas as direções. Tal fenômeno, numa visão prospectiva, não pode excluir a possibilidade de surgimento de um novo horizonte utópico.

Esse seria aquele conjunto de projeções, de imagens, de valores e de grandes motivações que inspira sempre novas práticas e confere sentido às lutas e aos sacrifícios para aperfeiçoar a sociedade. Através dele se busca ver para além da realidade social, que é construída a partir das potencialidades e virtualidades presentes na história. A utopia não se opõe à determinada realidade, apenas representa o seu caráter virtual. Todo ser humano procura transformar o virtual em real, quer dizer, tenta alcançar a utopia. Mas nunca o consegue na plenitude, pois a utopia sempre estará um passo a frente. A conquista do topo de uma montanha sempre apontará para outra nova montanha.

Assim, a utopia funciona como crítica das realizações do presente e desafio às novas implementações, pois revitaliza, desfataliza e desabsolutiza as melhores realizações históricas na medida em que sempre podem ser melhoradas. É uma provocação que mantém a história sempre aberta à busca de novos horizontes. Sem a busca do impossível, acaba-se por não realizar o possível.

A partir do germe utópico, as revoluções técnicas processaram a transição de uma etapa evolutiva a outra ou de uma a outra formação sociocultural. Os impactos técnicos representam apenas a força que desencadeia o movimento. Esse movimento, entretanto, contamina tudo: as relações dos seres humanos com a natureza e com a produção, as relações sociais e as institucionais, os esquemas linguísticos, mentais, emocionais e espirituais com os quais os seres humanos interpretam e valorizam sua vida e sua inserção no mundo. Quando ocorre tal fenômeno diz-se então que surge um novo processo civilizatório ou um novo paradigma civilizacional.

As revoluções agrícolas, urbanas, pastoris, mercantis, industriais, termonucleares originaram processos civilizatórios, vale dizer; configurações linguísticas, econômicas, sociais, culturais, familiares, científicas, simbólicas e espirituais que formam uma totalidade singular de sentido e de valor, na qual vive o ser humano pessoal e coletivo. O atual processo de globalização, da mesma forma, também é portador desse germe utópico, portanto, concentra o princípio de um novo processo civilizatório, que incorpora mudanças em permanente (des)construção e (des)consolidação.

Nesse processo civilizatório, que ora se engendra, surge também, com razão, um despertar para o óbvio: as pessoas são os agentes e o fim do desenvolvimento econômico.

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A preocupação com o índice de desenvolvimento humano emerge para o centro do debate nos anos atuais. Por muito tempo a questão recorrente era de quanto uma nação estava produzindo. Agora, coloca-se, também, a questão de como as pessoas estão inseridas no processo de produção e desenvolvimento?

Para Mahbub ul Haq (1995), a principal razão da inserção humana no processo de produção e desenvolvimento é o reconhecimento progressivo de que o seu objetivo real é aumentar as opções das pessoas. Renda é somente uma das opções (extremamente importante), mas não é o somatório total da vida humana. Saúde, educação, ambiente, liberdade  só para enumerar algumas necessidades humanas  podem ser tão importantes quanto a renda. Segundo o autor, de algum tempo para cá, tem-se questionado, nos níveis nacional e internacional, se as políticas de ajuste e crescimento são consistentes com o desenvolvimento humano.

A proposta de desenvolvimento humano parte do pressuposto que a realidade seria bastante diferente se a preocupação fosse também com as pessoas, ao invés de ser apenas com a produção em si. Isto é, se os planos de desenvolvimento expressassem as necessidades humanas e fossem traduzidos em metas para a produção e consumo. Desta forma, poder-se-ia garantir um patamar mínimo de nutrição, educação, saúde, moradia e transporte para toda a população.

De acordo com o paradigma do Desenvolvimento Humano Sustentável, é preciso que haja uma discussão aberta sobre o nível de necessidades básicas que a sociedade pode sustentar, levando-se em conta a renda per capita existente e a renda projetada. O objetivo de suprir as necessidades básicas teria então que ser construído num planejamento detalhado para a produção e para o consumo.

Existem quatro componentes essenciais no paradigma do desenvolvimento humano: a equidade, enquanto igualdade de oportunidades para todas as pessoas na sociedade; a sua sustentabilidade entre as gerações; a produtividade e o "empowerment" das pessoas, de modo que "participem" e "se beneficiem” do processo de desenvolvimento. Tal paradigma considera o crescimento econômico essencial, mas enfatiza a necessidade de prestar atenção à sua qualidade e distribuição, de analisar em detalhe seu vínculo com vidas humanas e de questionar seu caráter sustentável em longo prazo.

No Brasil, a tarefa de contribuir com a promoção do desenvolvimento humano e a expansão da cidadania tem um duplo significado: reduzir a pobreza e desigualdade, e diminuir o poder de mecanismos que hoje reiteram e aumentam a exclusão.

A distribuição do poder pode constituir-se em uma estratégia de desenvolvimento humano, na medida em que envolve a participação da comunidade e a sua autoestima. Objetivos notáveis de desenvolvimento humano não devem ser frustrados porque aos

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beneficiários são dadas poucas oportunidades de participação no planejamento, na implementação e na gestão de projetos societários. Quanto mais social e participativa for a democracia, mais se reduzirá o caráter destruidor do conflito de classes e maior será a centralidade do povo. Importa democratizar a democracia.

Um resultado essencial da incorporação da dimensão humana no planejamento do desenvolvimento é que tanto os objetivos de produção quanto de distribuição

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