Diferenças Visão Hobbes e Locke
Por: André Nunes • 18/9/2018 • Trabalho acadêmico • 1.538 Palavras (7 Páginas) • 191 Visualizações
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Disciplina: Filosofia Professor: Fred Carlos Trevisan
Aluno: Edo Walfrido de Almeida Período: 1º Turno: Noite
ATIVIDADES DE COMPREENSÃO
THOMAS HOBBES E JOHN LOCKE
- Compare a visão de Hobbes, sobre o Estado, com a visão de Locke, também sobre o Estado. Descreva as principais semelhanças e diferenças entre ambas as visões.
- Semelhanças:
- Acreditavam que apenas o Estado de Natureza não bastava para os homens e que somente haveria certa “paz” através do Estado de Direito ou o Contrato Social assinado pelos cidadãos.
- Em nenhum momento ambos citam a questão religiosa em suas palavras demonstrando que a existência do Estado deveria ser legitimada e garantida sem a influência da Igreja.
- Diferenças:
- Para Hobbes, apesar da natureza individual dos homens, eles não vivem sozinhos; os homens possuem igualdade de capacidade, ou seja, mesmo que haja um mais forte que o outro, este pode vencer pela astúcia; são concorrentes e por isso vivem em um constante estado de guerra; os indivíduos, neste estado, são dotados de razão, mas esta seria apenas um cálculo racionalista e materialista que uniria os homens por interesses. Para ele, os homens somente deixam este Estado de Natureza por questões emocionais (temor da morte que leva a busca da paz que leva à sua salvação e sua liberdade) e racionais (a razão sugere convincentes motivos para a paz que o leva a um acordo de convívio entre os homens). Desta forma, não havendo um poder comum, não existem leis, gerando uma guerra constante onde não há propriedades particulares. Esta igualdade seria o fator que contribui para a guerra de todos contra todos, levando-os a lutar pelo interesse individual em detrimento do interesse comum.
- Para Locke, convívio entre esses homens, ao contrário do que pensava Hobbes, não é de constante conflito, mas é regulado pela razão (razão de cada um que os protege do prejuízo à vida, à saúde, à liberdade e ao próprio bem); assim, cada um é juiz em causa própria. Nesse estado de natureza, existem direitos naturais que vão proteger os homens do abuso do poder, irão subsistir no Estado Civil para fundar a liberdade. Fazem isso baseado em leis que fundamentam seus direito naturais, de fazer todo o necessário para sua conservação e a dos outros, além do poder para punir os crimes cometidos contra as leis naturais. Apesar de Locke acreditar em um Estado de Natureza bom, ele diz que os homens sentiram a necessidade de passar para um Estado ainda melhor (aperfeiçoamento do Estado de Natureza), pois faltavam leis estabelecidas, conhecidas, recebidas e aprovadas por meio de comum consentimento; juízes reconhecidos, imparciais, criados para terminar todas as contendas de acordo com as leis estabelecidas; e um poder coativo, capaz de assegurar a execução das leis.
- De acordo com o pensamento de Hobbes, quando será possível afirmar que a paz será uma realidade?
- A paz somente seria possível quando todos renunciassem a liberdade que têm sobre si mesmos. O Estado seria o resultado deste pacto feito entre os homens onde, simultaneamente, todos abdicam de sua “liberdade total”, do estado de natureza, consentindo na concentração deste poder nas mãos de um governante soberano.
- Como Hobbes analisa a questão da igualdade e da liberdade entre cidadãos?
- A questão da igualdade e da liberdade em Hobbes é vista de forma diferente daquela leitura mais convencional destes termos, com significados “positivos”, como se viu nas revoluções contra o poder absolutista dos reis, principalmente no caso da Revolução Francesa. A liberdade segundo Hobbes seria prejudicial à relação entre os indivíduos, pois na falta de “freios”, todos podem tudo, contra todos.
- Como era o Estado de Natureza segundo Hobbes?
- O Estado de Natureza para Hobbes baseava-se no caráter da condição natural dos homens que os impele à busca do atendimento de seus desejos de qualquer maneira, a qualquer preço, de forma violenta, egoísta, movida por paixões. Afirmava que os homens não tiram prazer algum da companhia uns dos outros quando não existe um poder capaz de manter a todos em respeito, pois cada um pretende que seu companheiro lhe atribua o mesmo valor que ele atribui a si próprio. Dessa forma, tal situação seria propícia para uma luta de todos contra todos pelo desejo do reconhecimento, pela busca da preservação da vida e da realização daquilo que o homem (juiz de suas ações) deseja. Segundo ele: “O homem é o lobo do homem”.
- Quem deveria ser o soberano e qual seria seu papel segundo Hobbes?
- Este soberano pode ser um monarca ou uma assembleia, ou a união dos dois (caso seja uma “democracia”). Isso cria uma artificial sociedade política, administrada pelo Estado. Assim, o próprio Estado soberano vai concentrar uma série de direitos (que não podem ser divididos) para poder deter o controle da sociedade, em nome da paz, da segurança e da ordem social, bem como para defender a todos de inimigos externos. Mas, neste modelo de Estado acabam-se desconsiderando as liberdades individuais, não deixando espaço para a democracia e suas instituições. Com os usos da força, da austeridade e da repressão, geram sociedades onde prevalece a desigualdade, a instabilidade, o medo e o esvaziamento da discussão política. Esse modelo é comumente ligado a muitos regimes ditatoriais que existiram no século XX.
- Explique o significado de Estado de Natureza para Locke.
- Para Locke, Estado de Natureza é um estado de igualdade, em que os homens tem a perfeita liberdade de regular suas ações e dispor seus bens, conforme acharem conveniente, dentro dos limites da lei da natureza, sem pedir permissão ou depender da vontade de qualquer outro homem. Assim, este não é um estado necessariamente ruim, de ''guerra de todos contra todos'', como dizia Hobbes, mas um estado de igualdade, em que os homens convivem livremente, apoiados apenas em noções naturais de justiça. Locke admite não ser razoável que um homem seja eventualmente seu próprio Juiz.
Surge assim, a necessidade de uma autoridade externa, imparcial e impessoal que possa julgar os homens frente ao seu estado de natureza, com isso nasce o: Estado de Direito. Dessa maneira, fica totalmente descartada aquela forma de Governo em que um homem só, tem a liberdade de ser Juiz de seu próprio caso, fazendo tudo o que quiser sem ser questionado por ninguém.
- Qual o significado de Tábua Rasa?
- Locke na sua teoria do conhecimento nega o conhecimento inato e enaltece empirismo. Para os filósofos empíricos, o conhecimento humano é profundamente dependente da experiência. Assim, o conhecimento origina-se da experiência. Quando nascemos somos iguais a uma folha em branco na qual, gradualmente, o conhecimento vai sendo preenchido com base em experiências e nas demais atividades sensoriais que vivemos. Para ele, todas as pessoas nascem sem conhecimento algum e todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido através da experiência.
- Qual a finalidade dos governos para Locke? Em sua opinião, qual a função do governo?
- Primeiro, o Estado não pode sufocar as liberdades individuais e cada pessoa tem o direito de escolher suas próprias ideias religiosas, políticas ou filosóficas e defender suas convicções. Para Locke, os governos só existem para:
- Atender aos interesses individuais.
- Os cidadãos têm o direito de colocar outros homens no governo.
- Os homens responsáveis pelo governo são escolhidos por meio do voto.
- A lei deve ser a mesma para todos.
- A lei deve representar a vontade da maioria dos cidadãos.
- Em minha opinião, após a leitura e comparação dos pensamentos de Hobbes e Locke, acredito que Locke apresente ideias de Estado e Governo melhores. Pois, ao contrário do pensamento absolutista de Hobbes, o Estado não deve suprimir as vontades do povo, mas deve respeitá-las, ou pelo menos a vontade da maioria. Um Governo com esses princípios preza o bem estar social do cidadão, dá condições a ele de poder se sustentar e ter seus bens e de dar autonomia para fazer tudo o que quiser desde que não entre em conflito com as leis. Também, concordo com a ideia de um poder descentralizado, onde o Legislativo tenha maior poder, por ser ele o responsável por criar estas leis e que TODOS estejam sujeitos a ela. Quando isso ocorre, pode-se dizer que se vive em um Estado Democrático de Direito, com base no princípio da legalidade.
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