Fichamento Feenberg
Por: Mariana Gil • 5/6/2016 • Resenha • 640 Palavras (3 Páginas) • 536 Visualizações
Feenberg inicia o texto explicando a diferença entre ciência e tecnologia. A primeira busca o saber, já a segunda busca o controle e a utilidade do conhecimento.
Historicamente, a sociedade busca sempre justificar seu sistema de crenças, e nesse sentido a tecnologia aparece como isenta de valores, onde serve somente como meios e metas subjetivas que escolhemos como desejemos. Nessa linha de pensamento – a instrumentalista- a tecnologia é considerada como neutra e não tem preferencias entre os usos onde são possíveis usa-la.
O autor então apresenta quatro vertentes de análise filosófica da tecnologia, que segue a seguir.
A tecnologia pode ser neutra de valor, como é explicada pelo iluminismo, ou ela esta carregada de valor. Além disso, a tecnologia pode ser autônoma ou humanamente controlada. Dizer que a tecnologia é autônoma é dizer que as invenções e os desenvolvimentos tem suas próprias leis imanentes e os seres humanos simplesmente seguem ao interagirem nesse domínio técnico. Por outro lado, a tecnologia pode ser humanamente controlável enquanto se pode determinar o próximo passo de evolução conforme nossas intenções. Essa é a visão-padrão moderna segundo a qual a tecnologia é simplesmente uma ferramenta ou instrumento da espécie humana com o qual nós satisfazemos nossas necessidades e essa é a visão amplamente defendida nas ciências sociais, segundo a qual a força motriz da história é o avanço tecnológico.
Os deterministas acreditam que a tecnologia é autônoma e neutra. Para eles, a tecnologia não é controlada pelos humanos mas sim o contrário, é ela quem controla os humanos no sentido do progresso. A tecnologia emprega o avanço do conhecimento do mundo natural para satisfazer as necessidades básicas, então tem a visão de que ela não é destinada aos nossos caprichos, mas sim que nós devemos nos adaptarmos a ela como expressão da nossa vida moderna. Nessa visão a tecnologia é otimista e progressiva.
¿¿¿A tese da neutralidade atribui um valor à tecnologia, mas é um valor meramente formal, a eficiência, que pode servir a diferentes concepções de uma vida boa.
A tese do substantivismo também acredita que a tecnologia é autônoma mas que a ela é carregada de valores, e que o uso da tecnologia para um ou outro proposito já seria a escolha de um valor especifico. Também acreditam que a autonomia da tecnologia é ameaçadora e ruim, no sentido de que sozinha, se torna imperialista e domina a vida social. Heidegger, um grande filosofo alemão sustentou que na modernidade a tecnologia supera todos os valores e que para ela, tudo se transforma em matéria-prima, inclusive os próprios seres humanos.
A teoria crítica da tecnologia, que é a defendida pelo autor, diz que a ela é humanamente controlada e carregada de valores e acredita que o problema não é a tecnologia em si, mas a falta do controle humano sobre ela, e que poderíamos doma-la submetendo-a a processos democraticos de projetos e desenvolvimento. A tecnologia nessa teoria, molda os valores de vida.
Já a teoria do instrumentalismo acredita que a tecnologia é humanamente controlada mas é neutra. O autor critica tal teoria e diz que as sociedades modernas devem focar seus esforços na eficiência dos meios que dominam a tecnologia.
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