Fim do Poder
Por: Victor Chiquito • 28/10/2016 • Resenha • 523 Palavras (3 Páginas) • 405 Visualizações
No livro “O Fim do Poder”, Moisés Naím tem seu foco em analisar o fato de que tem sido mais fácil conquistar o poder, mais complicado mantê-lo e mais fácil de perdê-lo. Um grande exemplo, é o Barack Obama, atual presidente dos Estados Unidos que, apesar de ter uma grande influência mundial, enfrenta a forte oposição do Partido Republicano e exerce um poder “menor” se comparado aos presidentes antecessores.
Naím cita em seu livro os três principais fatores que contribuíram para uma maior complexidade do poder, são as três revoluções: do mais, da mobilidade e da mentalidade. A do mais, refere-se ao aumento de “tudo”, uma maior abundância em quantidade de pessoas no mundo, mais cidades, mais riqueza, e, portanto, mais concorrência. Devido tais crescimentos, principalmente a concorrência, mais pessoas e organizações almejam a liderança e com isso, ficou muito mais difícil atingir o poder e estabelecê-lo. A exemplo disso está a constante disputa entre empresas, que hoje encontram muito mais dificuldade de se manterem no topo, como exemplifica Naím, em uma palestra: "o mundo era dominado pelas Sete Irmãs, mas não mais: agora você tem empresas como a Petrobrás, que estão entre as líderes globais".
A revolução da mobilidade surge de uma maior movimentação no planeta, não só de pessoas, mas de informação, culturas, costumes, dinheiro. A principal contribuinte para essa revolução foi a internet, que revolucionou a comunicação entre o mundo todo, a obtenção de informações por qualquer pessoa, a qualquer momento e tornou-se de extrema importância para a humanidade. Com isso é possível obter informações sobre os políticos, empresas, organizações, ou qualquer outro grupo de pessoas que estão no poder, e conseguir um pensamento mais crítico sobre eles. Um exemplo citando a comunicação são casos extremos que ocorrem em alguns países que recebem críticas e manifestações da população de outras nações, como os ataques terroristas na França em 2015, que recebeu grande apoio de habitantes de diversos países. Outro exemplo, referindo-se a informação, é o fato de algumas pessoas que por meio da internet descobrirem costumes e tradições diferentes de seu país e começarem a admirá-los e impô-los em sua rotina.
Segundo o autor, a união entre a revolução do mais e da mobilidade, gera uma terceira, a revolução da mentalidade. O grande avanço da ciência tem causado um grande impacto na vida e no pensamento das pessoas. Elas começaram a exigir mais comprovações, do que simplesmente aceitar fatos que são apenas impostos pelos costumes e crenças de suas famílias; como a religião que perde cada vez mais espaço, uma total mudança de valor se comparado a sociedade de séculos atrás.
É possível concluir que as pessoas estão adquirindo mais expectativas, expressando diferentes ideias, e tentando evoluir constantemente o modo de pensar, tornando uma sociedade com opiniões mais ampla e diversificada, o que explica a dificuldade no mundo todo de se manter um controle governamental satisfatório, como cita Naím em uma de suas palestras: “As inovações dos últimos 20 anos transformaram todos os aspectos da experiência humana, mas a forma como governamos e somos governados mudou pouco. A política tradicional e os partidos políticos estão em xeque e terão de se reinventar. “
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